Quinta-feira, 21 de outubro de 2010 - 15h33
Em mais um dia de atendimentos marcado pela busca da saúde física e da alma dos meus amigos e pacientes, me deparei, por acaso, com um indivíduo extremamente abatido pela dor, contudo, dor do espírito. Ao chamá-lo para que se iniciasse a avaliação fisioterapêutica, quase não pude vê-lo, de tão apagado que estava seu semblante. Descobri no primeiro minuto de conversa, que se tratava de um engano sua presença no setor de traumato-ortopedia, pois o mesmo apresentava quadro cinético-funcional próprio de uma lesão medular, no seu caso, provocada por disparo de projétil, sendo prontamente encaminhado para o setor de Fisioterapia Neurológica.
Apesar de na prática clinica ter me deparado com inúmeros casos parecidos, e ter hoje para contar diversos casos de sucesso no tratamento, sempre me surpreendo com os distúrbios sociais que originam essas lesões neurológicas tão chocantes. Dentre os motivos relatados, a violência social é a mais freqüente. Vingança e intolerância podem ser, indiretamente, listadas como sentimentos de risco que podem levar à paraplegia ou tetraplegia. Segurança pública insuficiente e ineficiente também.
Em todas as anamneses realizadas nas consultas desses pacientes, sempre registrei nas entrelinhas – mesmo que sem intenção –, a educação pública de má qualidade, o desamparo social, o descaso político e os altos recursos públicos aplicados de maneira completamente indevida, considerando-se que mais útil seria investir em programas sociais preventivos, ao invés de curativos.
Eles, os pacientes, vítimas das disfunções sociais, sofrem o trauma medular, são socorridos pelo SAMU, conduzidos ao Hospital, atendidos pela equipe de emergência, fazem a cirurgia necessária, e... passam o resto da vida submetendo-se a Fisioterapia com objetivos de reabilitação, readaptação e prevenção de complicações relacionadas ao quadro. É nesse momento que os políticos, os governantes, deveriam pensar em quantos fisioterapeutas são necessários para atender à população de nosso belo Estado de RO.
É nesse momento que nossos governantes deveriam pensar em quanto os fisioterapeutas, responsáveis, junto com uma equipe multidisciplinar, pela promoção e manutenção diária e perene da saúde da população, estão recebendo como proposta de trabalho. É nesse momento que os governantes deveriam pensar em investir mais no âmbito social, e menos em dentaduras e milheiro de tijolos. É nesse momento que os fisioterapeutas, profissionais com autonomia e independência, deveriam pensar em ter mais representatividade na política, seguir o exemplo de outros colegas da área da saúde.
Fonte: Reinaldo Júnior - [email protected]
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