Sexta-feira, 8 de setembro de 2006 - 21h09
Adital - O primeiro candidato nessas eleições deve ser o próprio eleitor. Ao votar, ele delega ao candidato o dever e o direito de agir em seu nome. Uma vez eleito, tudo que o político faz desagua na vida da população. Se rouba, a vítima é a população, pois os impostos que ela paga vão para o bolso do ladrão, sonegados à saúde, à educação, à melhoria das estradas etc.Acontece de o eleitor votar e, em seguida, ignorar o partido e o candidato que escolheu. Tudo que os políticos safados querem é ser eleitos e, depois, esquecidos por seus eleitores, de modo que possam agir ao contrário do que prometeram.
Melhor ainda quando o eleitor perde de vista o partido do candidato. Pois nem sempre se elege aquele em quem votamos. Mas o partido sim, permanece representado na Assembléia Legislativa e no Congresso Nacional, e pode ter sido um dos que coligaram para eleger o governador e o presidente da República. Portanto, olho no partido. Compare o seu programa ao que fazem os políticos filiados que lhe são filiados.
O resultado de uma eleição se avalia pelos seus efeitos nas condições de vida da população. Pelos frutos se conhece a árvore, diz Jesus, ou seja, pelo exercício do mandato dos que foram eleitos. Houve melhorias na saúde? Na educação? Os alimentos estão mais baratos? A violência urbana decaiu? A desigualdade social decresceu? Os empregos aumentaram?
Não importa que os índices de crescimento do país tenham melhorado e as estatísticas se revelem mais positivas. O que interessa é o desenvolvimento sustentável. Verificar em que medida houve progresso na qualidade de vida da população sem que o país tenha se endividado ainda mais e sacrificado sua soberania.
Só haverá verdadeira democracia quando nós eleitores conquistarmos o direito de intervir permanentemente no poder público. Hoje, essa intervenção se restringe aos períodos eleitorais. Isso permite que nos intervalos entre uma e outra eleição a classe política aja a seu bel-prazer.
O Brasil precisa, urgentemente, de uma reforma política que, entre outras coisas, obrigue o governo a submeter a plebiscito ou referendo popular as grandes questões nacionais. Queremos alimentos transgênicos? E a transposição das águas do Rio São Francisco? Estamos de acordo com a política econômica que, de cada R$ 100 destinados aos credores da dívida pública, investe apenas R$ 7 em políticas sociais? O Banco Central deve ser autônomo?
São questões que não devem depender apenas do Estado. A população precisa ser convocada a participar, como na decisão quanto ao nosso regime de governo (monarquia, parlamentarismo ou presidencialismo) e o comércio de armas.
Como intervir no poder publico? Pela pressão da sociedade civil. Governo é como feijão, só funciona na panela de pressão. Daí a importância de se fortalecer os movimentos sociais. Só uma sociedade organizada dispõe de forças para intervir no Estado. As bandeiras que ela defende, por mais justas, só se tornam efetivas quando conquistam corações e mentes. Povo organizado, Estado democratizado. Porém, não basta cada movimento lutar isoladamente por suas reivindicações. É preciso que os sem-terra se somem às mulheres, os indígenas fortaleçam a luta dos direitos humanos, os negros dêem às mãos aos que buscam a igualdade de gêneros.
Votar em si mesmo é votar no efeito bumerangue. O voto bate no candidato e no partido e retorna em benefício da sociedade. Não fica no ar como a pipa que se solta da manivela que temos em mãos.
Em outubro, eleja-se cidadão, eleja o Brasil como nação democrática, justa e soberana!
Bons votos!
* Dom Luciano Mendes de Almeida foi uma das pessoas mais íntegras e evangélicas que conheci em toda minha vida. Sejamos fiéis à herança que ele deixa: o amor à causa dos pobres.
Fonte: Adital (Frei Betto Frei - dominicano. Escritor)
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