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Agropecuária

Há dez anos, provas de desempenho identificam os melhores animais da Casa Branca

Avaliações são realizadas desde 2012. A coordenação é da profa. Sarah Meirelles (UFLA) e o prof. Jaime Tarouco (UFRGS) responde pelas avaliações de ultrassonografia de carcaça


Fabiana Marques Borrelli, diretora da Casa Branca. - Gente de Opinião
Fabiana Marques Borrelli, diretora da Casa Branca.

A rígida seleção é uma marca indiscutível do programa de melhoramento genético da Casa Branca. Os animais são avaliados desde o nascimento, passando pelo desmame até o sobreano. O objetivo é acompanhar de perto e mensurar o desenvolvimento dos machos e fêmeas, com extrema rigidez em termos de indicadores de desempenho zootécnico. Afinal, a pecuária moderna exige resultados produtivos e reprodutivos cada vez mais apurados.

Uma das ferramentas mais importantes utilizadas pela Casa Branca é a prova de desempenho, realizada pela empresa há 10 anos. A partir de 2021, além dos machos, as fêmeas também passaram a ser avaliadas.

“Confiamos na importância da prova de desempenho e estamos sempre incluindo novas medições para, cada vez mais, identificar os melhores animais, que serão colocados à disposição dos criadores”, explica Fabiana Marques Borrelli, diretora da Casa Branca.

A prova é composta por duas fases: após o período de adaptação, os animais são avaliados durante 70 dias com medições periódicas. Trata-se de um acompanhamento completo, que envolve quatro pilares: desempenho, adaptabilidade, morfologia e carcaça, objetivando ter uma visão geral de todos os pontos importantes para a alta produtividade. Esse processo inclui a mensuração de consumo alimentar residual (CAR) e ganho de peso residual. Todos os animais são avaliados pela técnica de ultrassonografia de carcaça.

Sarah Meirelles - Gente de Opinião
Sarah Meirelles

A profª. Sarah Meirelles, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), destaca que um diferencial no trabalho da Casa Branca é aliar ao CAR à ponderação para espessura de gordura subcutânea e incluir o ganho de peso residual para compor o Índice Casa Branca. “Dessa forma, selecionamos animais que apresentam consumo proporcionalmente menor, com deposição adequada de gordura na carcaça sem afetar o ganho de peso, o que pode levar à redução nos custos de produção e ao incremento do lucro da pecuária”.

“A alimentação representa até 70% das despesas totais de produção. Os animais que consomem menos e são mais eficientes obviamente geram menos custos e são mais desejáveis”, explica a professora da UFLA, que coordena a prova.

Jaime Tarouco (UFRGS) é o responsável pela avaliação do mérito das carcaças obtido por ultrassonografia em tempo real, que analisa espessura de gordura subcutânea, área de olho de lombo e gordura intramuscular, teste extremamente eficaz para identificar a porção superior do plantel.

“A ultrassonografia de carcaça é um importante instrumento para selecionar os reprodutores para qualidade de carcaça (espessura de gordura e gordura intramuscular), sem comprometer a velocidade de ganho de peso. Importante ressaltar que essa é uma característica de média/alta herdabilidade, que proporciona grande impacto na seleção e contribui decisivamente para a produção de carne de qualidade, cada vez mais desejada pelos frigoríficos e pelos consumidores”, ressalta o professor.

“Realizamos a prova de desempenho com machos jovens contemporâneos, recém-desmamados, para selecionar os melhores produtos da Casa Branca com base nos mais importantes indicadores econômicos, incluindo alto ganho de peso, menor consumo de alimentos e bom acabamento de carcaça. Quanto às fêmeas, buscamos as futuras mães de bezerros de alta qualidade, que crescerão mais rápido e podem se tornar candidatos a touros. A rígida avaliação zootécnica faz parte do nosso compromisso de ofertar animais provados para serem usados com sucesso em fazendas de todo o Brasil Central”, assinala Fabiana Marques Borrelli.

 

Em 10 anos, ganhos indiscutíveis em desempenho

A profa. Sarah Meirelles, da UFLA, analisou a evolução de vários indicadores mensurados entre 2012 e 2022 nas provas de desempenho de machos Angus e Brahman da Casa Branca. Os ganhos de produtividade são indiscutíveis e constatam a importância dessa ferramenta de avaliação, como mostram as figuras.

Entre os machos Angus, destaque para o aumento de 36% no ganho médio diário, além de 51% na espessura de gordura na garupa e de 36% na espessura de gordura subcutânea.

Nos machos Brahman, esses mesmos indicadores se sobressaíram, com aumento de 71% em espessura de gordura na garupa, 58% de espessura de gordura subcutânea e 22% em ganho de peso.

“Esses resultados mostram claramente que o trabalho da Casa Branca está focado em indicadores econômicos, especialmente com aumento das partes de cortes nobres, que representam o maior valor para a pecuária de corte”, destaca Fabiana Marques Borrelli.

Para a profa. Sarah Meirelles, essa evolução confirma que a Casa Branca está preocupada em fornecer aos seus clientes animais cada vez melhores, tanto na qualidade da carcaça quanto para diversas outras características avaliadas nas provas. Ela destaca ainda a busca por animais mais eficientes que ingerem menor quantidade de alimentos, mas que não deixam de ganhar peso e depositar gordura na carcaça, trazendo mais lucratividade ao produtor rural.

“Nesses 10 anos de seleção alcançamos clara evolução nas características relacionadas ao mérito da carcaça obtidas por ultrassonografia em tempo real, além do ganho médio diário, de acordo com a imagem”, afirma a coordenadora das provas.

Figura – Evolução em 10 anos para as características relacionadas ao mérito da carcaça obtidas por ultrassonografia em tempo real e para o ganho médio diário nas raças Angus e Brahman.

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