Sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023 - 11h11
A Associação Brasileira de
Inseminação Artificial (ASBIA), entidade que reúne, fomenta e valoriza a
genética bovina no país, defende a Lei 14.515, sancionada em 29.12.2022, que
“dispõe sobre os programas de autocontrole dos agentes privados regulados e
sobre a organização e os procedimentos aplicados pela defesa agropecuária aos
agentes das cadeias produtivas, bem como institui o Programa de Incentivo à
Conformidade em Defesa Agropecuária, a Comissão Especial de Recursos de Defesa
Agropecuária e o Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária para Fronteiras
Internacionais (Vigifronteiras)”.
O objetivo central da nova lei é
promover a “substituição da ação ativa estatal por um novo modelo de defesa
agropecuária baseado em programas de autocontrole executados pelos próprios
agentes regulados, produtores agropecuários e indústria, e o Estado continua a
deter prerrogativa de exercer a fiscalização plena. Nesse cenário, ao invés de
o Estado atuar com fiscalização ativa, muitas vezes por amostragem, passará a
atuar com gestão de informações e mantém o poder de atuação nos casos de
infrações, segundo o documento oficial que anunciou a nova lei à sociedade.
Dessa forma, enfatiza o
comunicado, o Brasil ganha com a “modernização da legislação de fiscalização no
campo da defesa agropecuária, em busca de maior segurança jurídica, aprimoramento
da qualidade dos produtos agropecuários, redução de gastos financeiros
vultuosos pelo Estado e aprimoramento de capacidade de pronta atuação por parte
dos agentes de fiscalização”. Além disso, nova lei alinha a realidade
brasileira às práticas de programas de autocontrole dos agentes privados
regulados em defesa agropecuária desenvolvidos ao redor do mundo.
No processo de aprovação da lei,
o Dr. Josélio Moura, Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária
e consultor da ASBIA, teve espaço para se pronunciar sobre o então projeto de
lei 1.293/2021, posteriormente aprovado como Lei 14.515, durante a Seção de
Debates Temáticos do Senado, presidida pelo senador gaúcho Luiz Carlos Reinze,
em 15.12.2022.
Numa detalhada exposição de
motivos, o especialista ressaltou a preocupação de todos com a saúde pública.
Ele destacou o consistente investimento da indústria em novas tecnologias,
incluindo genética e sanidade. Falou também do essencial papel dos fiscais
agropecuários, assim como destacou a necessidade de ampliação do quadro oficial
de médicos-veterinários no Ministério da Agricultura e Pecuária.
“A equipe de veterinários do
Ministério está no limite e precisa de mais profissionais qualificados para
continuar o processo sempre necessário de modernização do sistema de vigilância
agropecuária”, disse o Dr. Josélio.
Ele também enfatizou a
indispensável contribuição da iniciativa privada no avanço da defesa
agropecuária, a partir do investimento constante, e posicionou-se
favoravelmente ao então projeto de lei, destacando a “necessidade de
atualização permanente dos processos de fiscalização e controle, ficando para o
Estado o papel de fiscalizador e o controle para a iniciativa privada”.
“A ASBIA recebe a aprovação da
lei do autocontrole com muita satisfação. Além de ser um avanço importante para
a defesa agropecuária do país, valoriza o papel da iniciativa privada, dando
aos produtores e à indústria a prerrogativa de aplicar todos os investimentos
em tecnologia, boas práticas e qualidade feitos há muitos anos, inclusive como
forma de acompanhar as exigências e as necessidades dos mercados interno
e global”, assinala Cristiano Botelho, executivo da Associação Brasileira
de Inseminação Artificial.
Para Nelson Eduardo Ziehlsdorff,
Diretor-Presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial, a
lei do autocontrole é muito bem-vinda por vários motivos. “Primeiro porque
reconhece os processos utilizados pela indústria; segundo porque eleva a
legislação brasileira ao patamar das nações mais desenvolvidas do mundo em
termos de controle na defesa agropecuária”.
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