Quarta-feira, 10 de novembro de 2021 - 14h53
Em Rondônia, a
produção de grãos na safra 2021/2022 está estimada em 2,6 milhões de toneladas,
apenas 0,1% maior do que a da safra anterior. No entanto, a área plantada
deverá crescer 2,7%, alcançando 675,3 mil hectares, 2,7 % superior à da safra
2019/2020.
Estes e outros dados fazem parte da terceira
edição do Informativo Agropecuário de Rondônia de 2021, produzido pela Embrapa,
com as estimativas e análises da produção de grãos, café, pecuária, outros
produtos agropecuários do estado e também preços agrícolas, exportações entre
outras informações do setor. Esta e as demais edições do Informativo estão
disponíveis no portal da Embrapa Rondônia: clique aqui, baixe a publicação
e confira informações detalhadas e com gráficos.
Por meio desta publicação, a Embrapa Rondônia
disponibiliza à sociedade o acompanhamento periódico da produção agropecuária
no estado, com análises do comportamento do setor como um todo. As edições
deste periódico reúnem um conjunto de informações sobre a agropecuária do
estado que está disperso em diversas fontes de dados oficiais, permitindo ao leitor
acessar dados de maneira agregada e com análises. Além disso, a citação das
fontes consultadas possibilita ao leitor se aprofundar no assunto,
consultando-as diretamente. Confira abaixo um resumo dos dados contidos no
Informativo:
Algodão – a área plantada em Rondônia na
safra 2021/2022 deverá ser de 8,1 mil hectares, mesmo quantitativo da safra
2020/2021. A produção de pluma está estimada em 11,4 mil toneladas, enquanto a
de algodão em caroço deverá alcançar cerca de 30 mil toneladas, com produtividade
média de 1.406 kg/ha e 3.700 kg/ha, respectivamente (Conab, 2021a).
Arroz – a produção no estado na safra
2021/2022 está estimada em 123,2 mil toneladas, 1,5% maior do que a safra
anterior. A área plantada permanece estável, com previsão de serem semeados
36,8 mil hectares. Em Rondônia o cultivo é exclusivamente de sequeiro.
Feijão – tanto a área plantada quanto a
produção e produtividade do feijão na safra 2021/2022 não apresentam variações
em relação à safra anterior. O cultivo do feijão vem diminuindo ao longo dos
anos e a tendência é que se torne basicamente uma cultura de subsistência para
os produtores que ainda a cultivam, com comercialização do excedente nos
mercados locais.
Milho – A área plantada com milho na
primeira safra 2021/2022 em Rondônia está estimada em 12,6 mil hectares,
mantendo-se estável em relação à safra 2020/2021, com recuo da produtividade e
produção em 5,3% e 5,1%, respectivamente. Já a área plantada com milho segunda
safra em 2021/2022 deve ser 9% maior do que a da safra atual, passando de 200
mil hectares para 218 mil hectares, com crescimento de 6,4% da produção e
decréscimo de 2,4% da produtividade. Condições favoráveis de mercado,
principalmente a participação cada vez mais crescente do milho em grãos nas
exportações do agronegócio, são fatores que explicam a expansão da área
plantada com esse cereal.
Soja – a tendência é de estabilização da
área plantada na safra 2021/2022, em 396,5 mil hectares. Tanto a produção
quanto a produtividade deverão declinar 4,6%.
Café – Em um ano marcado pela
bienalidade negativa, principalmente da espécie arábica, e por problemas
climáticos, a estimativa é de uma safra brasileira 25,75% menor do que a safra
de 2020, devendo ser colhidas 46,9 milhões de sacas de 60 kg. A área destinada
a essa produção também deve diminuir 4,4%, situando-se em cerca de 1,81 milhões
de hectares. Em Rondônia, a estimativa é de uma produção de 2,2 milhões de
sacas de 60 kg de café beneficiado, com redução de 11,3% sobre o volume
produzido na safra passada, com de produtividade na mesma proporção, que
recuará de 38,5 para 34,1 sacas de 60 kg por hectare. De acordo com a Conab
(2021b), condições climáticas desfavoráveis ao desenvolvimento da cultura
durante a maior parte do ciclo produtivo impactaram negativamente a produção.
Mandioca – Conforme dados do
Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística – IBGE (2021a), a produção estimada de mandioca na
safra 2021 é de 427,9 mil toneladas, 17,6% menor da que foi obtida na safra de
2020, sendo que a área colhida deve apresentar retração também de 17,6%, com a
produtividade permanecendo estável em relação à safra anterior. Porto Velho
destacou-se como principal município produtor de mandioca do estado em 2020,
respondendo por cerca de 30% da produção. Jaru e Machadinho d’Oeste vieram a
seguir, com 6% e 5,5% de participação, respectivamente.
Banana – a produção de banana vem
crescendo no estado e a estimativa de colheita na safra 2021 é de 93,3 mil
toneladas, 11,1% maior do que a da safra 2020. Embora a área colhida tenha
crescido somente 0,6%, ganhos de produtividade da ordem de 10,5% possibilitaram
a evolução da quantidade produzida (IBGE, 2021a). Buritis, Governador Jorge
Teixeira e Porto Velho foram os principais municípios produtores de banana do
estado em 2020.
Produção pecuária – Os rebanhos bovinos
(14.804.398), suínos (163.084) e de galináceos (3.190.408) em Rondônia
mantiveram-se relativamente estáveis em 2020 com relação a 2019, em número de cabeças.
A produção de leite em 2020, de 999 milhões de litros, ficou abaixo da obtida
em 2019, que foi de 1,13 bilhão de litros. Já a produção de ovos teve elevação
de 12,2%. Enquanto em 2019 a produção foi de 20,2 milhões de dúzias, em 2020
foram produzidas 22,4 milhões de dúzias (IBGE, 2021 c). Com relação à produção
aquícola, o estado produziu, em 2020, 48,4 mil toneladas de peixes de diversas
espécies, apenas 0,8% a menos do que em 2019, quando a produção alcançou 48,8
mil toneladas (IBGE, 2021c).
Preços de produtos agrícolas pagos aos
produtores – A soja foi o produto que apresentou a maior variação de
preços no período analisado, de 47,1%, seguido pelo milho (32,2%) e pelo arroz
(26,1%). No caso da soja e do milho, incremento nas exportações, associado com
a valorização do dólar frente ao real, contribuíram para o aumento das cotações
dessas commodities. Já os preços do arroz foram influenciados, além do aumento
das exportações, pelo crescimento da demanda interna.
Preços de produtos da pecuária pagos aos
produtores – de janeiro a setembro de 2020 e 2021, o preço dos suínos
(peso por kg vivo) apresentou a maior variação positiva de preços, com evolução
de 44,4%, seguido do boi gordo com prazo de pagamento à vista e para 30 dias e
do leite in natura (Figura 11). O aumento do preço dos suínos teve como motivo
principal a maior demanda interna, com a carne suína, juntamente com a de
frango, aparecendo como substituta da carne bovina, de preço mais alto. O
aumento do boi gordo segue tendência observada desde princípios de 2020, devido
ao maior volume exportado de carne, principalmente para a China, cujos preços
foram favorecidos pela forte desvalorização do real. Ovos e peixe tambaqui
foram os únicos produtos que apresentaram variação negativa, de 13,3% e 1,7%,
respectivamente.
Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP)
– O VBP de Rondônia, calculado para 2021, está estimado em 19,1 bilhões de
reais, resultado 7,5% maior do que o obtido em 2020. Os produtos agrícolas de
melhor desempenho em 2021, quando comparados entre eles com 2020, são: o milho,
a soja e o café, enquanto a banana, a mandioca e o arroz apresentaram
resultados desfavoráveis, com redução de 24,1%, 18,3% e 14,7% do VBP,
respectivamente. No tocante à pecuária, bovinos apresentaram acréscimo no VBP
de 4,9%, enquanto o do leite teve redução de 4,7%.
Exportações – carne bovina e soja, de
janeiro a setembro de 2021, geraram receitas de US$ 608 milhões e US$ 652,9
milhões, respectivamente. No caso da carne, o valor exportado foi 10,9%
superior ao mesmo período de 2020; já a soja apresentou variação positiva de
55,3%.
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