Terça-feira, 26 de dezembro de 2023 - 12h07
O Governo de Rondônia apresentou
ao comitê de crise hídrica dados alarmantes
relacionados ao plantio de larga escala (notadamente soja e milho) nas lavouras
rondonienses. De acordo com as previsões destacadas pela Agência de Defesa
Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), a queda na produção total juntando as
duas culturas, será de aproximadamente 60% de toda área plantada. Isso acontece
por conta do forte “estresse hídrico” e altas temperaturas pelas quais a região
Norte está passando, fato que ocasiona queda de produtividade e estreitamento
de janelas de cultivo.
Se analisadas as culturas individualmente, o pior
cenário é o da produção de milho. Com as alterações impostas pelo “El niño” às
janelas de cultivo, o produtor da região do Cone Sul do Estado terá somente
cinco meses para as duas safras, enquanto no restante do Estado serão apenas
quatro meses de janela, fato que impossibilita o plantio da segunda safra.
Com essa previsão, a maioria dos produtores
consultados em pesquisas que endossam o relatório da Idaron, decidiu optar pelo
plantio da safra com soja, alegando menor risco em relação ao milho, não
havendo portanto, janela para o plantio de milho no Estado. A previsão da
Idaron é de que haja uma queda de aproximadamente 90% da área plantada de milho
na safra 2023/2024, ou seja, o desequilíbrio climático praticamente acabou com
a safra de milho rondoniense.
Ainda que haja plantio de soja em Rondônia, as
perdas também são consideráveis. As projeções da Idaron apontam uma perda de
aproximadamente 35% na produção total do Estado. O volume de chuvas,
considerado normal para o ano, foi muito abaixo do esperado e a produtividade
das lavouras também encolheu.
A Idaron registrou casos em que foi necessário o
replantio de sementes, cujas plantas não se desenvolveram por causa do forte
“estresse hídrico”. Em outros casos em que o produtor arriscou continuar sem o
replantio, auferiu 70% de quebra na produtividade, colhendo apenas 16 sacas por
hectare. O cenário esperado para esta safra, se comparado à anterior, mostra a
dimensão do impacto imposto pelo desequilíbrio climático em Rondônia.
Em setembro deste ano, quando foi concluído o 12º
levantamento da safra de grãos, trabalho realizado pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), o resultado foi um recorde na produção em lavouras de
arroz, milho, soja e algodão.
O relatório indicava um crescimento de 18% de área
plantada e chuvas prolongadas, o que foi considerado fator preponderante para o
crescimento da produção. Naquele período, o milho registrou safra de
1.572,4 mil toneladas produzidas, enquanto a soja registrou 2.036,7 mil
toneladas.
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