Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Piscicultura

Investimentos de R$ 2,5 milhões em pesquisas ampliam mercado do pirarucu e tambaqui de Rondônia


Pesquisadora Jucilene Cavali, da Unir, desenvolve parâmetros para o sistema de classificação das espécies tambaqui e pirarucu de Rondônia - Gente de Opinião
Pesquisadora Jucilene Cavali, da Unir, desenvolve parâmetros para o sistema de classificação das espécies tambaqui e pirarucu de Rondônia

Equipe coordenada pela engenheira agrônoma e doutora em zootecnia na Universidade Federal de Rondônia (Unir), Jucilene Cavali destaca melhorias altamente positivas para o setor pesqueiro.

Apoiado pela Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa (Fapero), seu projeto define sistema de classes para melhores rendimentos de cortes comerciais e menores de resíduos do abate, sugerindo ao piscicultor e agroindústrias sistemas de produção de pescado mais eficientes e sustentáveis.

Aos oito anos, comemorados no dia 26 de julho com a palestra da doutora Jucilene e um café da manhã para seus servidores, a Fapero anunciou ter investido até o momento R$ 2,5 milhões, em projetos acadêmicos na aquicultura/piscicultura no Estado de Rondônia.

A pesquisadora destacou o fomento dado pelo governo estadual ao rápido crescimento na produção de pescado.

“Rondônia alcançou o ranking nacional na produção de pescado em 2016 por mais de 5 mil pisciculturas licenciadas”, afirmou. “Com 90,6 mil toneladas hectare/ano e apenas um frigorífico para processamento, viu o acúmulo de peixes nos viveiros no aguardo de melhores preços e oportunidades de venda”, disse.

Havia muita carência na área até 2017, quando apenas o Frigorífico Zaltana industrializava o peixe e Manaus era o maior cliente de Rondônia. Ainda não havia padronização para o peixe “exportado”. Em 2019, quatro frigoríficos podem poderão classificar e tipificar, inclusive via rotulagem, as espécies nativas o pirarucu e o tambaqui.

“Nos desafios do novo, na conjuntura de estruturação das Universidades e na multifuncionalidade que temos em sociedade, especialmente em uma região onde há muito a ser feito, a Fapero oportuniza pesquisadores a pleitear editais de fomento no próprio Estado, concorrendo em condições mais igualitárias entre os pares, especialmente no que tange a infraestrutura e produções científicas outrora disputadas no plano nacional”, ela comentou.

A pesquisadora, que é orientadora no Programa de Mestrado Acadêmico em Ciências Ambientais na Unir, teve seu Pelo primeiro projeto apoiado em edital no ano de de 2016, quando a equipe da Unir obteve sete bolsas de estudo, das quais, inclusive uma de mestrado, outra de doutorado.

 

“Bolsista Fapero sente que contribui para algo maior no estado”, assinala a professora Jucilene.

“É gratificante acompanhar o envolvimento e a responsabilidade dos acadêmicos, nossos futuros profissionais, com as questões socioeconômicas e ambientais”, acrescentou.


A peça de couro curtida alcança o valor de R$ 500 a R$ 600 - Gente de Opinião
A peça de couro curtida alcança o valor de R$ 500 a R$ 600

COURO DE PEIXE QUE VIRA BOLSA

“A bolsa ecológica do couro do pirarucu é tão resistente quanto é melhor do que a do  couro bovino”, afirma a coordenadora. Outra pesquisa apoiada pela Fapero foi a

Avaliação do Couro Ecológico do Pirarucu.

Para curtir o couro os pesquisadores substituíram produtos químicos por naturais como o tanino, pelo corante da borra de café, em pesquisa de Mestrado desenvolvido no Programa de Ciencias Ambientais da Unir e obtiveram resultados interessantíssimos quanto à qualidade físico-mecânica do couro outrora descartado.

Uma boa peça de couro bem curtida pode agregar até R$ 400,00 e as bolsas custam em média R$ 1,5 mil. As pesquisas despertam ao potencial de nichos de mercado e valor agregado aos coprodutos do abate que podem fortalecer a Cadeia do Peixe em Rondônia.

“Nada seria possível sem os grupos de pesquisa envolvidos [Grupo de Pesquisas em Tecnologias Ambientais, GPTA; e Grupo de Estudos em Produção Animal e Aproveitamento de Resíduos, Gepaar; e Grupo de Estudos e Pesquisas em Biociências, GPBio], via bolsas de Iniciação Científica, de mestrado e Doutorado”, ela disse.

 

QUEM É

Jucilene Cavali , engenheira agrônoma doutora em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (MG), em produção animal e Jucilene também atua na cadeia produtiva da carne, com ênfase em avaliação de carcaça e qualidade. É pesquisadora/orientadora no Programa de Mestrado Acadêmico em Ciências Ambientais da Unir/Embrapa e no Programa de Doutorado em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia Ocidental PPGESPA/UFAC. Vice-líder do Grupo de Estudos em Produção Animal e Aproveitamento de Resíduos e do Grupo de Pesquisa em Tecnologias Agroambientais.

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Projeto de manejo do Pirarucu fortalece a preservação ambiental e gera renda extra às comunidades tradicionais

Projeto de manejo do Pirarucu fortalece a preservação ambiental e gera renda extra às comunidades tradicionais

Com o intuito de sanar um problema ambiental e gerar renda extra às comunidades tradicionais quilombolas e extrativistas, o governo de Rondônia dese

Projeto de manejo de Pirarucu no Rio Cautário gera renda e avança na conservação ambiental

Projeto de manejo de Pirarucu no Rio Cautário gera renda e avança na conservação ambiental

Com intuito de atender às demandas dos moradores da Reserva Extrativista Estadual (Resex) do Rio Cautário, situada no município de Costa Marques, que

Governo de RO impulsiona manejo sustentável do Pirarucu com impacto econômico nas comunidades tradicionais

Governo de RO impulsiona manejo sustentável do Pirarucu com impacto econômico nas comunidades tradicionais

Com o objetivo de atender às demandas dos comunitários da Reserva Extrativista Estadual do Rio Cautário (Resex), no município de Costa Marques, o go

Expansão global do Tambaqui de RO é pauta de reunião entre Marcos Rocha e ministro da pesca

Expansão global do Tambaqui de RO é pauta de reunião entre Marcos Rocha e ministro da pesca

Em mais um desdobramento da política de promoção e consolidação da piscicultura rondoniense, o governador de Rondônia, Marcos Rocha, se reuniu nesta

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)