Terça-feira, 29 de outubro de 2024 - 10h55
Com o intuito de sanar um problema
ambiental e gerar renda extra às comunidades tradicionais quilombolas e
extrativistas, o governo de Rondônia desenvolve desde o 2022, o Projeto de
manejo de controle do Pirarucu (Arapaima gigas) em Unidades de Conservação no
estado. A iniciativa da Secretaria do Estado de Desenvolvimento Ambiental
(Sedam), por meio da atuação de biólogos e especialistas, têm atuado para
mitigar os impactos da proliferação da espécie fora de sua área
natural. Embora seja uma espécie ameaçada de extinção em suas áreas
de origem, a presença e proliferação da espécie fora da sua área natural tem
gerado desequilíbrio ambiental.
Ao longo dos três anos de execução, o projeto já
extraiu e comercializou 637 Pirarucus, totalizando 35.098 kg retirados do Rio
Cautário, sendo 24.600 kg apenas em 2024. A pesca já gerou mais de R$
302.916,54 (trezentos e dois mil, novecentos e dezesseis reais e cinquenta e
quatro centavos) ao longo de três anos, dos quais, R$ 220.243,50 (duzentos e
vinte mil, duzentos e quarenta e três reais e cinquenta centavos) foram
contabilizados somente em 2024, gerando renda aos comunitários.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, o
manejo sustentável do Pirarucu é uma iniciativa que vai além da preservação
ambiental. “Este projeto simboliza nosso compromisso em proteger a
biodiversidade e, ao mesmo tempo, gerar oportunidades econômicas às comunidades
tradicionais. Assim, estamos transformando um problema ambiental em uma solução
que promove renda e desenvolvimento sustentável, unindo conservação e
cidadania”, ressaltou.
Segundo o secretário da Sedam, Marco Antonio
Lagos, o trabalho desenvolvido em Rondônia tem ganhado visibilidade em eventos
nacionais e internacionais, sendo recentemente destacado em uma importante
revista especializada em meio ambiente. “A experiência do estado em enfrentar
essa questão ecológica se tornou um exemplo para outras regiões do Brasil e do
mundo, que também lidam com problemas relacionados à introdução de espécies não
nativas e seus impactos nos ecossistemas locais,” ressaltou.
O biólogo e pesquisador da Sedam, Leonardo Silva
Pereira, , explica que, os efeitos da proliferação do Pirarucu são notáveis,
principalmente entre os pescadores profissionais e extrativistas. “A presença
do Pirarucu invasor tem causado uma drástica redução nas capturas de peixes
nativos como Tambaqui e Tucunaré, fundamentais à subsistência das comunidades
locais.” O desafio, segundo o biólogo, não é apenas ecológico, mas também
econômico.
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