Segunda-feira, 6 de dezembro de 2021 - 21h49
A produtividade e a comercialização da castanha de Rondônia foram os
assuntos da audiência pública realizada na manhã da última segunda-feira
(29/11) no Plenário Lúcia Tereza, na Assembleia Legislativa de Rondônia, em
Porto Velho, que contou com a presença de representantes do poder público e
parlamentares e do Sebrae em Rondônia, produtores, extrativistas e empresários
rurais. A audiência foi para debater a cadeia produtiva extrativista da
castanha do Brasil e seu processo de industrialização e comercialização. A
audiência foi proposta pelo deputado estadual Ismael Crispim com o apoio do
Sebrae em Rondônia.
Daniel Pereira, superintendente do Sebrae em
Rondônia, agradeceu à Assembleia Legislativa, na pessoa do deputado Ismael
Crispim, pela discussão sobre produção da castanha. “O Estado de Rondônia e
toda a Amazônia têm um potencial de produção de castanha nativa muito grande,
nós já avançamos bastante nessa agenda, mas ainda temos um longo caminho a
percorrer. Começa pela questão fiscal, pela qualidade, pela quantidade, pela
possibilidade de produzirmos castanha da mesma forma que estamos produzindo
café e cacau através de pesquisas de instituições como a Embrapa. Então isso
vai permitir termos mais um produto de qualidade aqui em Rondônia. Hoje nos
focamos na questão fiscal e tributária para criar uma legislação capaz de dar
um tratamento equânime aos nossos produtores, e ainda saímos daqui com
várias ideias importantes, que, com certeza, vão enriquecer a cadeia de
produção da castanha do Estado e na Amazônia como um todo, inclusive com a
possibilidade de construirmos uma agenda com dois países que são produtores de
castanha, que são a Bolívia e o Peru. Nossos agradecimentos a todos, tenho
certeza de que este é o início de uma caminhada vitoriosa com relação à cadeia
da castanha”, disse Daniel.
“Rondônia vive um momento muito especial, que é
da transformação, da chegada da industrialização, mas precisamos fazer isso em
especial nessa questão extrativista com muita responsabilidade. Perpassa por
aqui a responsabilidade ambiental. É importante que se diga que Rondônia é um
grande produtor de castanha e que ainda nos falta esse incentivo da parte da
indústria, que vem chegando de outros Estados para fazer investimentos aqui na
nossa região. Nós queremos encontrar caminhos que deem segurança sustentável,
ambiental, para que o Estado possa continuar crescendo de maneira responsável,
cuidando do meio ambiente e dando emprego e gerando renda”, esclareceu o
deputado estadual Ismael Crispim.
Avenilson Trindade, coordenador técnico na Superintendência
Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi), foi um dos
participantes na audiência pública na Assembleia Legislativa. “A gente observou
muita maturidade dos atores que fazem parte dessa cadeia produtiva, tanto da
pesquisa quanto da produção, e a lucidez nos desafios que precisam ser
superados, mas também vimos que há possibilidades de ampliação desse mercado
por meio de programas como o Programa Estadual de Aquisição de Alimentos do
Produtor (PEAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e também
com a busca de novos mercados, pois sabemos que temos uma relação comercial com
a Bolívia, que também tem um consumo interno que é reprimido. Sabemos também
que é necessário um investimento para estruturar a produção, o armazenamento e
a logística dessa cadeia produtiva. Sabemos que no Brasil a castanha é um dos
alimentos mais nutritivos e saudáveis. Isso é fundamental porque pode
incrementar a alimentação da merenda escolar e ser introduzida com maior frequência
na nossa nutrição diária, que é muito importante”, avaliou Avenilson.
“O evento foi muito positivo. Quando você reúne
um debate político e um debate técnico, tem tudo para dar frutos. Agora é
caminhar as agendas e propostas e parabenizar a Assembleia Legislativa e o
Sebrae, na pessoa do superintendente Daniel Pereira, que propôs essa agenda da
cadeia produtiva da castanha”, finalizou Edjales Benício, conselheiro da ONG
Canindé e assessor da cooperativa Comaggi.
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