Quarta-feira, 20 de setembro de 2023 - 08h18
Com mais de 95% do café já colhido no final de agosto, a safra
de 2023 do grão está estimada em 54,36 milhões de sacas. O volume representa um
crescimento de 6,8% em relação à colheita registrada em 2022. Além de ser um
recorde para um ano de bienalidade negativa, essa é a terceira maior safra já
colhida no país, atrás apenas dos anos de 2018 e 2020 ambos de bienalidade
positiva. Os dados estão no 3º levantamento da cultura, divulgado nesta
quarta-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se a
estimativa para este ano for comparada com o volume colhido na safra de 2021,
último ano de bienalidade negativa, o aumento chega a ser de 13,9%.
Neste
ano, a expectativa é de uma recuperação para o desempenho do café arábica. De
acordo com os dados da Conab, a colheita desta espécie do grão deve chegar a
38,16 milhões de sacas. A alta é reflexo de um incremento de 2,4% na área em
produção, aliado ao ganho estimado em 13,9% na produtividade, influenciado
pelas condições climáticas mais favoráveis em relação às últimas duas safras.
“Destaque para o desempenho de Minas Gerais, principal estado cafeicultor do
país, que mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões
produtoras apresenta um crescimento de 29,5% na produção”, destaca o gerente de
Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos.
Cenário
oposto é encontrado nas lavouras de conilon, onde é esperada uma queda de 11%
na colheita quando comparado com o excelente resultado obtido em 2022, com
estimativa de serem colhidas 16,2 milhões de sacas neste ano. “Este resultado
se deve, sobretudo, à queda de 10,8% na produtividade, reflexo das condições
climáticas um pouco adversas, registradas no principal estado produtor de
conilon, o Espírito Santo, que impactou parte das lavouras, principalmente em
fases iniciais do ciclo. Essa perda não foi compensada pelos ganhos esperados
em Rondônia e Mato Grosso”, explica Vasconcellos.
Área - O documento também mostra que a
área total destinada à cafeicultura no país em 2023, para o arábica e conilon,
totaliza 2,24 milhões de hectares, sendo com 1,88 milhão de hectares em
produção, com crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior, e 362,5 mil
hectares em formação, com redução de 9,3%.
Mercado - No acumulado de janeiro a
agosto deste ano, o Brasil exportou 22,9 milhões de sacas de 60 kg, segundo
dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e
Serviços (MDIC). O volume embarcado representa uma queda de 10,8% na comparação
com igual período do ano passado. O desempenho negativo no acumulado de 2023
foi influenciado pela restrição dos estoques nos primeiros meses da temporada,
após safras com a produção limitada em 2021 e 2022.
Já apenas em agosto, o cenário das vendas externas se apresenta mais favorável.
No último mês, o Brasil exportou cerca de 3,69 milhões de sacas de 60 kg de
café em agosto de 2023, o que representa alta de 37,6% em relação ao mês
anterior e de 38,5% na comparação com igual período de 2022, de acordo com o
MDIC. “Após queda na quantidade de café exportada em 2021 e 2022, a ampliação
da oferta interna em 2023 pode resultar em recuperação da exportação na safra
atual. A exemplo do último mês de agosto, as exportações tendem a permanecer
aquecidas nos próximos meses deste ano”, analisa o gerente de Fibras e
Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello.
Para
obter mais detalhes sobre os números da safra de café no país basta acessar as tabelas
e o Boletim completo do 3° Levantamento do produto.
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