Sexta-feira, 20 de setembro de 2024 - 15h43
O atraso do início do
período das chuvas tem provocado expectativas em todos os agentes econômicos,
especialmente nos produtores rurais, e entre eles, os produtores de café, que
têm motivos de sobra para se preocupar com a estiagem severa que o estado de
Rondônia está enfrentando. No entanto, a alternativa pode vir da tecnologia
disponível e orientada pelo governo de Rondônia. A Entidade Autárquica de
Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO), acompanha a crise
hídrica e vem orientando os cafeicultores com técnicas e soluções capazes de
reverter em benefícios, o quadro de dificuldades com a seca extrema.
Em
tempos de normalidade climática, no mês de agosto, os cafezais explodem
em uma profusão de flores e aromas que encantam pela beleza e enchem os
produtores de esperança para a nova safra. Neste ano, no entanto, ficou
frustrada esta expectativa, com o agosto mais seco que se tem notícia no
estado. Somente na segunda semana de setembro é que se teve chuva, ainda assim,
foram pancadas ocasionais e localizadas em parte de alguns municípios, revela o
levantamento da rede de pluviômetros monitorada pela Emater-RO; chuva forte
mesmo somente no distrito de Izidolândia, no município de Alta Floresta
d’Oeste, onde a precipitação foi de 32,5 milímetros.
A
boa nova é que o preço do café continua em alta e com boa perspectiva de
continuar assim, é o que se observa nas ofertas de preços no mercado futuro,
nas principais bolsas do mundo. Preços do arábica flutuando em torno de 300
dólares americanos, por saca de 60 quilos, para entrega no período entre março
e setembro de 2025, segundo os dados da Bolsa de Mercadorias e Futuros
(BM&F).
O
engenheiro agrônomo, Alexandre Venturoso, extensionista da Emater-RO na região
da Zona da Mata, Rolim de Moura e municípios do entorno, evidenciou que, os
produtores da região estão entusiasmados especialmente com os preços que o café
Robusta vem alcançando, em torno de R$ 1.500 a saca, o que tem motivado os
produtores a investirem em tecnologia de fertilização e irrigação das lavouras.
IRRIGAÇÃO
CONSCIENTE
Um
observador menos atento pode questionar a determinação dos produtores em
irrigar as lavouras, considerando a crise hídrica, no entanto, a decisão de
irrigar, via de regra, é uma escolha técnica orientada por especialistas da
Emater-RO, que sinalizam os investimentos com base na oferta de água armazenada
em reservatórios preexistentes, e desaconselhando a captação a fio d’água (captação
diretamente no curso natural do manancial), explica Antônio Dias, engenheiro
agrônomo doutor em irrigação e supervisor regional da Emater-RO na região
Central do estado.
O
governador de Rondônia, Marcos Rocha enfatizou que, o governo do estado tem impulsionado
o setor através dos vários programas de incentivo à produção como o Plante Mais, que
forneceu muda de clones de café mais produtivos e o Mais Calcário,
gratuitamente ao transporte de calcário, entre a usina e propriedade, criaram
melhores condições para a produção, reforçando as medidas que estão sendo
orientadas pela Emater-RO, para minimizar o impacto da crise hídrica.
De
acordo com o presidente da Emater-RO, Luciano Brandão, a realização dos
concursos de produtividade e qualidade do café robusta promoveu uma
visibilidade ao café de Rondônia, contribuindo fortemente à melhoria dos
preços, e práticas de mercado mais justas, como a classificação do produto por
tipo e bebida, evitando-se práticas draconianas como a venda sem classificação
física ou sensorial.
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