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No Dia do Agricultor, Governo de Rondônia destaca a importância da agricultura para impulsionar a economia


Na propriedade de Almiro Caldeira, produtores trabalham também com o cultivo de feijão - Gente de Opinião
Na propriedade de Almiro Caldeira, produtores trabalham também com o cultivo de feijão

Nesta quarta-feira, 28 julho, é comemorado o Dia do Agricultor. Personagem importante e que tem atuado diretamente para impulsionar a economia rondoniense. O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), evidencia a data e destaca duas figuras: o produtor rural e o agricultor familiar. Conforme o Núcleo de Agrodados da Seagri, os dois pertencem ao grupo especial que contribui de forma significativa para o desenvolvimento econômico do Estado de Rondônia.

Levantamento da Seagri, registrado na “Radiografia do Agro”, evidencia que são mais de 91 mil estabelecimentos rurais espalhados por uma área avaliada em mais de 9,2 milhões de hectares, resultando em uma produção vegetal diversificada: cana-de-açúcar, soja, milho, tomate, feijão, mandioca, arroz, algodão, alho, café, palmito e tantas outras culturas.

Para celebrar a data, quatro personagens importantes do setor agrícola falaram sobre a paixão pelo plantio e o que exatamente a agricultura representa na vida deles.

O PODER DO CACAU

Francisco Hildemburg Costa Bezerra, do Município de Jaru, é extensionista rural e representante da Câmara Setorial do Cacau no Estado de Rondônia. “A lavoura de cacau é de grande importância na Agricultura Familiar, bem como também na atividade pública”. Segundo ele, a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) “faz um grande trabalho de assistência técnica e as famílias são beneficiadas através desta”.

O extensionista já passou pela Emater e destaca que, em 2017, os atendimentos aos produtores eram “tímidos”. “Hoje o cacau clonal tomou uma dimensão enorme. Todo o Brasil hoje reconhece que Rondônia tem um grande potencial na lavoura cacaueira. Em Jaru não é diferente: a cidade se tornou a capital do cacau clonal, com as maiores lavoura. São 1.485 hectares. Os melhores clones de cacau clonal do Brasil estão localizados em Jaru”.

Para Francisco, é motivo de alegria e satisfação fazer parte “desse projeto grandioso através do Governo do Estado de Rondônia, da Seagri e da Emater. Percebemos agora o quanto o agricultor está valorizando o setor produtivo”, concluiu.

APAIXONADO PELO ROÇADO

Cacau é uma das principais culturas entre os vários itens colhidos por Sabino em São Felipe d’Oeste

Outro personagem importante do ramo está em São Felipe d’Oeste. É Roberto Fernando Sabino, capixaba que está há mais de duas décadas trabalhando no roçado rondoniense. Apaixonado pela agricultura, ele não consegue relatar exatamente quantos itens de produção saem de sua propriedade, isso porque já perdeu a conta com tanta variedade. “De cabeça aqui dá para citar cacau, café, graviola, acerola, goiaba, laranja, açaí e mel”, anotou.

Na visão dele, a data é importante para relembrar que é da agricultura que nascem os produtos primários de consumo utilizados pela indústria e que são comercializados e tornam-se a base para a manutenção da economia.

“Por ser uma chácara de quatro alqueires, nós nos especializamos em itens variados. E tudo o que é produzido é vendido”, concluiu.

HERANÇA FAMILIAR

Em Alto Alegre dos Parecis, Almiro Caldeira dos Santos planta café, feijão, milho e ainda produz melado e rapadura. Para ele, a agricultura é muito importante para o seio familiar, pois “ajuda no sustento da residência, possibilitando o consumo dos próprios alimentos, além de vendê-los, claro”.

“Gosto muito de produzir, trabalhar no sítio, estar em contato com a natureza. E isso desde pequeno. Os meus pais já trabalhavam na área da agricultura e eu os acompanhava nas plantações. Com 14 anos comecei a trabalhar diretamente com a lavoura, produção agrícola no sítio, isso em 1984”, comentou.

O produtor alegou que no passado era tudo mais difícil, porque, de acordo com ele, o serviço no arado era praticamente todo manual: “não havia tecnologia. “Economicamente, hoje, a agricultura ajudou e muito em relação aos nossos ganhos financeiros. Eu gosto muito de trabalhar na área e não pretendo seguir outro caminho. Já temos casa, moto para ir à cidade e ainda há dinheiro para pagar os estudos dos filhos”, finalizou.

Gabriela Ortiz lidera associação que auxilia produtores da região

LIDERANÇA FEMININA

Gabriela Ortiz Camargo é de Guajará-Mirim, mas reside em Porto Velho e é a presidente da Associação Hortifrutigranjeiro Integrado da União (AAPIGU), lançando ações no setor chacareiro da Capital, próximo ao Jardim Santana.

A entidade sob sua incumbência foi criada para auxiliar pequenos produtores. “Ajudamos os agricultores da região a escoarem seus produtos. E a nossa maior dificuldade sempre foi a questão das estradas, prejudiciais ao escoamento dos alimentos. É muita luta para que possamos conseguir melhorar a qualidade dos produtos dos agricultores”, destacou.

Ela ressalta que a Associação trouxe benefícios par os agricultores. “Não havia para quem vender. Não existia saída por causa das estradas danificadas. Agora as coisas melhoraram um pouco com tantas parcerias firmadas”, acrescentou.

Gabriela Ortiz afirma que tem exercido a função de intermediadora entre o poder público e sua instituição. “Agora temos parcerias. Vendemos à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), temos ajuda da Emater. São organismos do Estado que sempre estão conosco, auxiliando. Agora fomos contemplados com o Programa Governo no Campo, do Estado (será lançado dia 29 de julho) e o Governo Porteira Adentro (programa municipal). Então melhorou muito. Hoje só tenho a agradecer a quem nos ajuda”.

AGRONEGÓCIO

O agronegócio é a junção de inúmeras atividades que envolvem de forma direta ou indireta, toda a cadeia produtiva agrícola ou pecuária, do trabalho agropecuário até a comercialização.
Em 2020, o Governo de Rondônia bateu vários recordes importantes para o desenvolvimento econômico do Estado.

Conforme aponta a edição do Boletim Informativo da Seagri, elaborado pelo Agrodados, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Rondônia, em abril de 2021, atingiu R$ 19 bilhões, com crescimento médio de 2,29% ao mês.

Tecnologia e maquinário auxiliam na agilidade no plantio e colheita em todo o Estado 

Deste valor, a agricultura representa R$ 6,6 bilhões, com destaque para a soja (R$ 3,19 bilhões), milho (R$ 1,36 bilhão) e café (R$ 1,06 bilhão). Já a pecuária representa R$ 12,42 bilhões, com destaque para bovinos (R$ 10,9 bilhões), leite (R$ 1,12 bilhão) e suínos (R$ 1,3 milhão). A meta para a agricultura e pecuária era aumentar a produtividade em torno de 20% até 2023, mas esta expectativa já foi ultrapassada em 2020.

AVANÇOS

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o agronegócio representa 21% do Produto Interno Bruto (PIB) de Rondônia, que gira em torno de R$ 45 bilhões e ocupa a segunda posição como setor que mais movimenta a economia do Estado, com produtores, exportadores e apoiadores de grandes produtos do agronegócio.

O agronegócio representa 21% do PIB de Rondônia

O secretário da Seagri, Evandro Padovani, destacou a importância da data e do agricultor. “São todos importantes, sejam da agricultura familiar, da agricultura empresarial, enfim, homens e mulheres valorosos. Com sol ou chuva eles não param de trabalhar arduamente, produzindo alimentos”, afirmou, ressaltando que a maioria dos itens consumidos pelos brasileiros tem ligação com o campo.

Padovani também relembrou que, apesar da pandemia, a agricultura impulsionou a economia brasileira, mantendo crescimento em setores-chave do agronegócio. “Esses últimos dois anos foram atípicos por causa da pandemia do coronavírus  que ainda estamos enfrentando. Mesmo assim, esses guerreiros do campo não pararam em momento algum. Isso deu condições ao Brasil para manter o crescimento na área da economia, na produção, na disponibilidade de alimentação à população”, asseverou Padovani, que ainda chamou a atenção para o fato de que o excedente é usado “para contribuir com a exportação, compondo também a alimentação das pessoas em nível mundial”.

Tudo isso “devemos a quem trabalha na raiz, agricultores e agricultoras, a quem está no arado, à força-motriz do desenvolvimento”.

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