Terça-feira, 11 de agosto de 2020 - 13h08
Pesquisa inédita realizada pelo Sebrae, em parceria com a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrou os principais avanços tecnológicos na
agricultura brasileira. De acordo com o estudo divulgado nesta quinta-feira
(6/8) pelo Globo Rural, 84,1% dos produtores rurais utilizam pelo menos uma
tecnologia digital em seu processo produtivo. Ainda segundo a pesquisa, 67,1% dos
entrevistados acreditam na necessidade cada vez maior do uso das tecnologias
para o planejamento das atividades da propriedade e apenas 15,9% ainda não
utilizam nenhuma tecnologia.
O levantamento contou com a participação de produtores agrícolas de
todos os estados brasileiros. As perguntas foram aplicadas entre os dias 17 de
abril e 2 de junho de 2020. Os resultados podem apresentar margem de erro
variando em até 5% para mais ou para menos. A análise mostrou que dentre as
tecnologias digitais destacam-se o uso de internet para atividades gerais
ligadas à produção agrícola (70,4%); aplicativos de celular ou programas de
computador para obtenção ou divulgação de informações da propriedade e produção
(57,5%) e aplicativos de celular ou programas de computador para gestão da
propriedade e produção (22,2%).
Outro dado revelado pela pesquisa sobre o comportamento dos produtores
rurais brasileiros é a adesão às redes sociais como um dos principais meios de
informação. 57,5% dos entrevistados declararam utilizar redes sociais para
obter ou divulgar informações da propriedade e da produção. Contudo, os agricultores
relatam que ainda possuem dificuldades para implantar ou melhorar seu processo
produtivo com a agricultura digital, devido ao alto valor do investimento para
a aquisição de máquinas, equipamentos ou aplicativos (67,1%); problemas ou
falta de conexão em áreas rurais (47,8%); valor para a contratação de
prestadores de serviços especializados (44%); falta de conhecimento sobre quais
as tecnologias mais apropriadas para o uso na propriedade (40,9%).
Os produtores rurais também apontaram como se dá o acesso às
tecnologias. A maioria dos entrevistados (68%) tem acesso diretamente através
do uso próprio de máquinas, equipamentos e aplicativos. 31% acessam por meio de
consultoria ou serviços oferecidos por associações, cooperativas, sindicatos e
ONGs; 21 % por consultoria ou serviços oferecidos pelas prefeituras, governo
estadual ou federal (21%). A menor parte (19%) realiza contratação de prestação
de serviços ou consultorias especializadas em agricultura digital.
A maioria dos entrevistados vê com bons olhos o avanço tecnológico
aplicado às atividades rurais. Entre as principais atividades às quais eles
desejam aplicar as novas ferramentas, destacam-se a obtenção de informações e
planejamento das atividades da propriedade (67,1%); gestão da propriedade rural
(59,7%); mapeamento e planejamento do uso da terra (53,8%); detecção e controle
de deficiências nutricionais (52%); compra e vendas de insumos, produtos e
produção (52%).
A pesquisa também ouviu empresários e prestadores de serviços de
agricultura digital. De acordo com os respondentes, destacam-se programas de
computador para obtenção ou divulgação de informações relacionadas à
propriedade ou à produção (62,2%); fornecimento de internet para atividades
ligadas à produção (61,4%); serviços em sistemas de posicionamento global por
satélite – GPS nas propriedades (40,6%); dados ou imagens gerados por sensores
remotos - satélites, VANTS e drones (36,9%); e dados ou imagens sobre planta,
animal, solo, água, clima, doenças ou pragas fornecidas por sensores de campo
(31,3%).
Live reuniu especialistas
Os números da pesquisa foram analisados numa videoconferência com as
participações do analista de agronegócio do Sebrae, Victor Ferreira; do
pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, Édson Bolfe; da pesquisadora
do Inpe Ieda Sanches e do pesquisador da Emprapa Instrumentação, Lúcio Jorge. O
encontro foi mediado pelo editor-chefe da Revista Globo Rural, Cassiano
Ribeiro, e pela colaboradora da Globo Rural, Joana Colussi.
Para Victor Ferreira a pesquisa é extremamente importante para o setor,
principalmente por confirmar a tendência de que agricultura tem contado com os
avanços tecnológicos para aumentar a sua produção. “Com a pesquisa é possível
traçar um perfil do produtor rural brasileiro na atualidade e através disso,
possibilitar o fortalecimento de pequenos negócios, com soluções digitais para
agregação de valor e aumento da competitividade e sustentabilidade da atividade
agrícola. Tudo isso impacta diretamente no crescimento da economia brasileira”,
afirmou.
Para acessar a pesquisa clique aqui.
Agrolab Amazônia
Convergindo nesta mesma corrente da inovação no meio rural, o Sebrae em
Rondônia idealizou o evento Conecta Sebrae Agrolab Amazônia, que acontece de 22
a 24 de setembro e será uma plataforma online, com inscrições gratuitas,
onde o participante assumirá um avatar ao fazer login no evento, e assim poderá
navegar pelos ambientes virtuais criados: assistir palestras, participar de
rodadas de negócios, fazer networking, visitar estandes virtuais e
muito mais. Para fazer uma pré-inscrição, basta acessar www.agrolabamazonia.com e
receber conteúdos exclusivos do evento (programação, palestrantes e demais
informações).
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