Terça-feira, 27 de junho de 2023 - 14h13
O presidente
da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Agricultura e
Pecuária, Carlos Fávaro, lançam nesta terça-feira (27), às 10h, em Brasília
(DF), o plano de financiamento da agricultura e da pecuária empresarial no
país. Os recursos da ordem de R$ 364,22 bilhões vão apoiar a produção
agropecuária nacional de médios e grandes produtores rurais até junho de
2024.
Os recursos
são destinados para o crédito rural para produtores enquadrados no Programa
Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e demais. O valor reflete
um aumento de cerca de 27% em relação ao financiamento anterior (R$ 287,16
bilhões para Pronamp e demais produtores).
O Plano
Safra 2023/2024 incentiva o fortalecimento dos sistemas de produção
ambientalmente sustentáveis, com redução das taxas de juros para recuperação de
pastagens e premiação para os produtores rurais que adotam práticas
agropecuárias consideradas mais sustentáveis.
Do total de
recursos disponibilizados para a agricultura empresarial, R$ 272,12 bilhões
serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 26% em relação ao
ano anterior. Outros R$ 92,1 bilhões serão para investimentos (+28%).
Os recursos
de R$ 186,4 bilhões (+31,2%) serão com taxas controladas, dos quais: R$ 84,9
bilhões (+38,2%) com taxas não equalizadas e R$ 101,5 bilhões (+26,1%) com
taxas equalizadas (subsidiadas). Outros R$ 177,8 bilhões (+22,5%) serão
destinados a taxas livres.
As taxas de
juros para custeio e comercialização serão de 8% ao ano para os produtores
enquadrados no Pronamp e de 12% a.a. para os demais produtores. Já para investimentos,
as taxas de juros variam entre 7% a.a. e 12,5% a.a., de acordo com o
programa.
Sustentabilidade
O Plano
Safra 2023/2024 incentiva o fortalecimento dos sistemas de produção
ambientalmente sustentáveis. Serão premiados os produtores rurais que já estão
com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado e também aqueles produtores
rurais que adotam práticas agropecuárias consideradas mais
sustentáveis.
A redução
será de 0,5 ponto percentual na taxa de juros de custeio para os produtores
rurais que possuírem o CAR analisado, em uma das seguintes condições: 1)
em Programa de Regularização Ambiental (PRA), 2) sem passivo ambiental ou 3)
passível de emissão de cota de reserva ambiental.
Também terão
direito à redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juros de custeio os
produtores que adotarem práticas de produção agropecuária consideradas mais
sustentáveis, como: produção orgânica ou agroecológica, bioinsumos, tratamento
de dejetos na suinocultura, pó de rocha e calcário, energia renovável na avicultura,
rebanho bovino rastreado e certificação de sustentabilidade. A definição do rol
dessas práticas, bem como a regulamentação de como elas serão comprovadas pelos
produtores rurais junto às instituições financeiras, ocorrerá posteriormente ao
lançamento do Plano Safra 2023/24.
Essas
reduções na taxa de juros de custeio poderão ocorrer de forma independente ou
cumulativa. Ou seja, caso o produtor preencha os dois requisitos, ele poderá
ter uma redução de até 1 ponto percentual na sua taxa de juros de
custeio.
Além disso,
o Programa para Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis
(RenovAgro) incorpora os financiamentos de investimentos identificados com o
objetivo de incentivo à Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono
na Agropecuária.
O RenovAgro
é o novo nome do Programa ABC. Por meio dele, é possível financiar práticas
sustentáveis como a recuperação de áreas e de pastagens degradadas, a
implantação e a ampliação de sistemas de integração lavoura-pecuária-florestas,
a adoção de práticas conservacionistas de uso e o manejo e proteção dos
recursos naturais. Também podem ser financiada a implantação de agricultura
orgânica, recomposição de áreas de preservação permanente ou de reserva legal,
a produção de bioinsumos e de biofertilizantes, sistemas para geração de
energia renovável e outras práticas que envolvem produção sustentável e
culminam em baixa emissão de gases causadores do efeito estufa.
Como
novidade deste ano, o RenovAgro amplia o apoio à recuperação de pastagens
degradadas, com foco na sua conversão para a produção agrícola, com a menor
taxa de juros da agricultura empresarial: 7% ao ano.
A partir
deste ano, o Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos
Naturais (Moderagro) passa a financiar também correção de solo, com utilização
de calcário mineralizadores e fosfatagem.
Nas
operações de custeio, a prática de manejo florestal passa a ser financiada com
até 2 anos de prazo para pagamento.
Mas não é só
o RenovAgro que financia práticas sustentáveis de produção. Outros programas,
como o Inovagro, o Proirriga, o Moderfrota e o Moderagro também têm em sua
concepção o incentivo à produção agropecuária de baixa emissão de
carbono.
Médios
produtores
O
fortalecimento dos médios produtores rurais também é destaque no Plano Safra
deste ano, com maior disponibilidade de recursos para custeio e para
investimento.
Além disso,
o limite de renda bruta anual para o enquadramento no Pronamp passa de R$ 2,4
milhões para R$ 3 milhões. A mudança leva em consideração a elevação dos preços
dos produtos agrícolas.
Quem está
enquadrado no Pronamp terá taxa de juros mais baixas para a aquisição de
máquinas e equipamentos agrícolas por meio do Programa de Modernização da Frota
de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). O
acesso aos recursos do Moderfrota terá taxa de juro de 10,5% a.a. para o
Pronamp, sem limite de financiamento. Para os demais produtores, a taxa de
juros permanece em 12,5% a.a.
O limite de
financiamento de investimentos no Pronamp passa de R$ 430 mil para R$ 600 mil
por beneficiário/ano.
O Plano
Safra deste ano também prevê o aumento de 25% para 30% da exigibilidade de
direcionamento dos Recursos Obrigatórios para as operações de crédito rural nas
instituições financeiras. No caso do Pronamp, a subexigibilidade para o custeio
passou de 35% para 45%.
Armazéns
e irrigação
O Programa
para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) terá um aumento no volume de
recursos de 81% para construção de armazéns com capacidade de até seis mil
toneladas e de 61% para armazéns de maior capacidade. O objetivo é fortalecer o
financiamento de investimentos necessários à construção de novos armazéns, no
intuito de aumentar a capacidade estática instalada de armazenagem.
Outro
destaque é o aumento de 30% nos valores destinados ao Programa de
Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga), que
financia os investimentos relacionados com todos os itens inerentes aos
sistemas de irrigação, inclusive infraestrutura elétrica e para a construção do
reservatório de água. Também permite financiar a aquisição, a implantação e a
recuperação de equipamentos e instalações para proteção de cultivos inerentes à
olericultura, fruticultura, floricultura, cafeicultura e produção de mudas de
espécies florestais.
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