Sábado, 7 de agosto de 2021 - 11h10
A feira itinerante AgroArtes teve a primeira edição realizada na sexta-feira (6), em Vilhena, sendo prestigiada por mais de mil pessoas durante todo o dia. A ação do Governo do Estado em parceria com o Município foi realizada no estacionamento da prefeitura e contou com 30 expositores de todo o Cone Sul do Estado. A AgroArtes é a primeira feira itinerante que reúne agroindústrias e artesanato da região.
A parceria é formada pelo Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro) e a Secretaria Municipal de Turismo e Comércio (Semtic) de Vilhena.
Segundo o técnico da Seagri em Vilhena, Fabiano Cremonini, a ideia é percorrer todas as cidades do Cone Sul, com o intuito de promover a economia da região. “Há muito tempo vínhamos estudando uma maneira de realizar um evento que contribuísse com a fomentação das agroindústrias da nossa região. Agora, com boa parte dos expositores e servidores vacinados, todos os parceiros envolvidos nos reunimos para colocar em prática”, disse.
De acordo com a coordenadora de artesanato da Fundação Cultural de Vilhena (FCV), Hurby Santos, quinze expositores cadastrados participaram do evento de hoje. “Já estávamos sentindo falta desses eventos, que são essenciais na geração de renda dos nossos artesãos”.
Hurby também reforça que artesãos que queiram participar das feiras, devem procurar a FCV para realizarem o cadastro.
O gerente da Unidade do Sebrae em Vilhena, Charif Mohamed, juntamente com a analista técnica, Cristiane Arruda, destacam as parcerias essenciais para que o evento acontecesse. “Os parceiros da nossa região são muito unidos. É uma honra poder trabalhar com as equipes regionais do Estado e do município, pois juntos conseguimos prestar apoio e serviço de qualidade à agricultura familiar do Cone Sul”, disse Cristiane.
A agente de desenvolvimento da Semtic, Rita Correia, agradeceu toda população que se fizeram presentes no evento. “Acredito que mais de mil pessoas passaram pela feira, tivemos também a visita de turistas de outros Estados que aproveitaram para conhecer os produtos das agroindústrias e do nosso artesanato. Foi um sucesso, todos os expositores venderam muito bem e estão animados para a próxima edição, que acontecerá no próximo mês, em Cerejeiras”.
Rita também reforçou que todos os expositores são cadastrados e que quem quiser participar das próximas edições, deve procurar as equipes de organização para obter informações.
EXPOSITORES
Feirante desde 2014, a produtora Ivoní Wagner, proprietária de uma agroindústria de bolachas, não escondeu a alegria com o retorno das feiras. “Finalmente chegou à hora de retornarmos, as feiras são primordiais para quem sobrevive da agricultura familiar. Além de tudo, eu já estava com saudades dos meus amigos e conhecidos que não via desde o início da pandemia, quando precisamos nos afastar”. Ainda durante a manhã, dona Ivoní já tinha vendido quase 90% de suas bolachas.
Com um grande dom e amor pela costura, a artesã Eliane Wendland encontrou um refúgio por trás das máquinas e dos tecidos para vencer a depressão. “Eu estava cansada de trabalhar para fora, como já sabia costurar desde pequena, encontrei uma maneira de conciliar meu papel de mãe, dona de casa, fazer o que eu gostava e ainda ganhar um dinheirinho”.
Cadastrada na FCV, Eliane participava de quase todas as feiras, mas a pandemia chegou e juntamente com ela a crise financeira, pois o esposo ficou desempregado. Foi aí, que com o apoio da família, a costureira manteve a casa por três meses, somente com a venda de máscaras e outras peças. “Era uma correria, tinha muitos pedidos, todos lá em casa me ajudavam. Meu marido virou meu braço direito e juntos vencemos mais uma etapa”, conta cheia de alegria. Eliane conseguiu montar um ateliê e hoje trabalha na produção de bolsas, carteiras, necessaire, máscaras, bonecas e outros.
A professora aposentada, Beatriz Camilo, há alguns anos trabalha com artesanato em geral, em especial, na restauração e customização de imagens católicas. “Fico muito feliz com o retorno das feiras, quero poder participar de todas que acontecerão no nosso Cone Sul. Assim, levo meu trabalho para outros municípios e conheço o trabalho de outros colegas”.
Desde 2015, o casal Dirlene Pedreira e Valtair dos Santos trabalha com a agroindústria de café. “Compramos os grãos em Ji-Paraná e processamos tudo na nossa agroindústria. Acredito que todos nós, expositores, fomos afetados de alguma forma com a chegada da pandemia. Participamos das feiras municipais, mas agora com a volta desses eventos iremos poder faturar mais”, comemorou Dirlene, confirmando presença em todas as feiras itinerantes.
Trabalhando na agricultura familiar de embutidos e defumados, o casal Anna Paula e Valdir Junior ficou surpreso com o sucesso nas vendas durante a feira. “Chegamos cedo e por volta das 12h já havíamos vendido todos os nossos produtos. Fui dormir já era 1h da manhã, fiz 50 cucas, vendi todas. Vendemos todos os salames, bacon e carne de sol, estou muito surpresa. Vamos ter que aumentar a nossa produção para as próximas feiras”, contou Anna, lembrando que participou da última feira realizada no CPA, em Porto Velho, “Nós levamos muitos produtos, por volta das 9h já não tínhamos mais nada”.
A organização do evento vai se reunir, na próxima semana, para fazer um levantamento sobre as vendas, pontuar ações que possam melhorar e corrigir as falhas. “Nosso objetivo foi alcançado. Fomentamos a economia da nossa região, com muita responsabilidade e sempre mantendo os cuidados sanitários para evitar a propagação da covid-19, e já vamos nos reunir para organizar as próximas edições”, comemorou Rita.
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