Terça-feira, 9 de maio de 2023 - 14h04
A cafeicultura brasileira tem se
transformado a cada ano que passa, com consumidores globais cada vez mais
exigentes, não somente com o aspecto qualidade, mas exigindo também uma
produção cada vez mais sustentável e com rastreabilidade. Com isso, os cafeicultores
têm buscado cada vez mais práticas que contribuem com o meio ambiente e ações
voltadas à responsabilidade social.
Os princípios de uma cafeicultura
sustentável são custos externos e impactos indesejáveis cada vez mais
minimizados, ciclo de nutrientes balanceados e perdas minimizadas, conservação
do solo e água, diversidade biológica reforçada, monitoramento de pragas e
doenças e sempre levando em conta o viés social. Com desafio de manter altas
produtividades e qualidade.
Com isso tecnologias tem auxiliado os
cafeicultores a trabalharem a sustentabilidade dentro da propriedade, dentre
elas a irrigação que permite os cafeicultores produzirem mais em uma mesma área
sem necessidade de expansão agrícola, além da possibilidade de realizar
aplicações de fertilizantes, produtos para proteção de cultivo via sistema de
irrigação, sendo uma prática rentável e benéfica para o meio ambiente.
Um estudo de caso de uma fazenda
localizada na Alta Mogiana, no município de Pedregulho (SP), que utiliza a
tecnologia de irrigação localizada, passou de 30 sacas/ hectare do sequeiro
para 62 sacas/ hectare no primeiro ano de produção e utiliza o sistema para
aplicação de fertilizantes e proteção de cultivo, proporcionando operações mais
assertivas, sem depender de clima e inseguranças operacionais, assim tendo um
maior aproveitamento dos fertilizantes.
Na Fazenda, antes da instalação do
sistema de irrigação localizada, eram realizadas 4 aplicações
convencionais de fertilizantes, com rendimento de 5 hectares/hora/máquina, 400
litros de diesel, salário do operador gerando um custo operacional de
R$25.000,00. Já com o sistema de irrigação localizada foi possível reduzir 40%
dos gastos operacionais, sendo investidos apenas o salário do operador de
irrigação e energia elétrica. Outro benefício foi a redução das entradas de
maquinários na área, reduzindo a compactação e emissão de carbono pela
atmosfera.
Além disso, foi possível o maior
parcelamento do plano de adubação, que passou de 4 parcelamentos do
convencional para 24 parcelamentos no fertirrigado. A aplicação de nutrientes
de forma pontual é muito benéfica para produção de cafés de qualidade superior.
Na fazenda os resultados foram grãos mais graúdos e com incremento de
qualidade, e lotes com café 87 pontos e 23 % peneiras 18 acima.
Inclusive a Fazenda utiliza o
monitoramento da irrigação com uso de sensores como o tensiômetro, o que traz a
acurácia na medição, mostrando o que realmente o solo possui de água disponível
para as plantas. Com o monitoramento e uso dos sensores a fazenda reduziu 70 %
custos de água e energia no ano safra 21/22 comparado com ano anterior.
A irrigação é uma tecnologia que além
de aumentar significativamente a produtividade e reduzir custos, é uma grande
aliada a cafeicultores que visam uma cafeicultura mais sustentável, sempre
buscando um manejo mais assertivo.
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