Segunda-feira, 26 de outubro de 2020 - 16h09
Os extensionistas da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO) que executam o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), mantido pela Secretária de Estado da Agricultura (Seagri), precisam garantir, além da qualidade dos produtos adquiridos, uma boa diversidade de produtos, que vão compor a cesta de alimentos doada pelo Governo às entidades assistenciais, atendidas pelo PAA.
Nessa hora se vê mais uma vez a importância dos cultivos de várzeas dos agricultores familiares, ribeirinhos do rio Madeira, porque são eles que conseguem trazer a maior variedade de produtos frescos fora da safra e permite à população de Porto Velho o consumo de produtos orgânicos, porque são cultivados e colhidos sem uso de agroquímicos.
Visitar o Baixo Madeira, em Porto Velho, pode ser uma experiência reveladora para um observador da vida social do povo ribeirinho, bem como da economia agrícola na região, um questionamento freqüente, especialmente depois da cheia histórica do rio Madeira em 2014, é o porquê dessa população insistir em viver nessa área sujeita a freqüentes inundações. O motivo não é simples, mais uma boa explicação está na capacidade produtiva das barrancas desse rio de águas barrentas que arrasta uma imensidade de sedimentos e restos vegetais, que inclusive renderam o nome originalmente de Rio da Madeira.
Segundo os pesquisadores e agrônomos que estudaram a agricultura ribeirinha, os solos de aluvião das margens do rio, inundados periodicamente, são fertilizados pelos sedimentos minerais e orgânicos, arrastados pelas águas desde as rochas calcárias da Cordilheira dos Andes, onde estão suas principais nascentes. Pesquisadores do Instituto Agronômico do Norte, na década de 1950 já indicavam que os rios de águas barrenta da Amazônia possuíam a capacidade de repor a fertilidade do solo de suas margens à semelhança do Rio Nilo, na África, descrito desde os tempos bíblicos.
O modo de agricultura ribeirinha do Baixo Madeira teve inicio provavelmente com os nordestinos trazidos para a região durante os diversos ciclos econômicos, principalmente no mais importante deles, o ciclo da borracha. Longe de tudo, os primeiros migrantes do Estado tinham que produzir o próprio alimento, e a melhor opção de cultivo era resgatar a agricultura de vazante, largamente utilizada no nordeste, terra de origem da maioria deles. Então, descobriram a riqueza de produzir alimentos nos solos de aluvião das margens do rio Madeira, prática que continua ainda hoje, graças à reposição dos nutrientes feita nas cheias anuais ou nas enchentes periódicas, ou até mesmo em inundações excepcionais, como ocorreu em 2014.
A população ribeirinha separa os tipos de solo em categorias, as áreas altas são chamadas de terra firme e as alagáveis são chamadas de várzeas, igapós, e barrancos.
Os barrancos e as várzeas são melhores aproveitados para a agricultura, são mais férteis e possuem outras características que facilitam o cultivo, como menor tempo inundado e vegetação que facilita a remoção para o cultivo. A terra firme tem vegetação mais densa, o que dificulta o preparo da área para cultivo, e está mais exposta ao déficit hídrico do verão amazônico, além disso a fertilidade se perde muito rápido no segundo ou terceiro cultivo da área.
As inundações parecem um fenômeno inconveniente, no entanto, são elas, com seus sedimentos, que fazem a adubação natural e gratuita das terras ribeirinhas, que abastecem com frutas e verduras frescas a população da capital, Porto Velho. Em algumas áreas, como é o caso da região dos lagos Cujubim e Cujubinzinho, à beira da estrada que leva à Capital, se pode ver com freqüência montes de frutas, cobertos por folhas de bananeira. São principalmente bananas, macaxeira, batata doce e também cereais, como milho e feijão de praia, aguardando os caminhões da prefeitura, que recolhem os produtos para as feiras livres e para programas oficiais de compra direta do agricultor familiar, como o principal deles, que é o PAA, coordenado pela Seagri e executado pela Emater-RO.
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