Quarta-feira, 9 de agosto de 2023 - 07h31
O
nome da primeira edição de evento artístico que já nasce impactante traz uma
bela lição a quem lida com os assuntos amazônicos. É a Bienal das Amazônias, franqueada
ao público em Belém até novembro. Com a intenção de ser o contraponto em termos
culturais à biodiversidade, representando a multiplicidade artística amazônica,
a I Bienal tem tudo para ganhar sólida posição no calendário cultural dos anos
sem eleições.
A
lição que o evento traz consiste em distinguir o genérico geográfico “Amazônia”
das várias Amazônias reais que subsistem na região, para o bem, como em relação
a aspectos físicos diferenciados, ou para o mal, como a devastação maior em
áreas nas quais a promessa de riquezas da floresta densa é desafiada pela pobreza
acumulada com a devastação e a piora do clima.
Com
a participação de 120 artistas que desfilam em seus trabalhos as muitas
Amazônias reais, a Bienal tem como tema “Bubuia: águas como fonte de
imaginações e desejos”. Assim, também no tema a Bienal traz uma lição
adicional, pois bubuia é uma palavra importante para os povos amazônicos. Significa
deixar-se imbuir pelas águas, viver seu fluxo, gozar suas delícias, vivê-las. É
molhar, mergulhar, boiar. Estar de bubuia, em consequência, é estar em paz, gozando
a vida. As ameaças às águas, à vida e às Amazônias ainda não permitem a bubuia
que seus povos merecem, mas a põem como objetivo a conquistar.
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Situação crítica
Já
estava previsto que com a transferência do terminal rodoviário aumentaria o índice
de criminalidade na região do porto do Cai N’Água, as margens do Rio Madeira,
em Porto Velho. E a coisa desandou mesmo, a ponto da deputada estadual Claudia
de Jesus (PT-Ji-Paraná) reivindicar aos órgãos responsáveis melhorias no
patrulhamento e segurança daquela região infestada de drogados, ladrões e de
piratas atacando embarcações. Impressionante que foi preciso uma parlamentar do
interior pedir estas providências. Os deputados e vereadores locais estão com a
faísca atrasada?
Os feminicidios
A
Lei Maria da Penha, há 17 anos implantada, tinha como objetivo reduzir a violência
contra as mulheres e até ajudou alguma coisa. Mas nos últimos anos tudo piorou
de vez. A cada 7 minutos, um estupro, a cada 10 horas um feminicidio no Brasil.
Não é possível que os governos de direita ou de esquerda não encontrem soluções
e diretrizes mais firmes para combater esta situação. Rondônia, por exemplo, é
um dos grandes campeões de feminicidios no País e ano a ano a coisa só tem
aumentado. Até quando vai esta desgraceira toda?
Mais fiscalização
Por
falar, ainda na mulherada, eu queria chamar atenção das deputadas federais,
estaduais e vereadoras de Porto Velho e dos municípios do interior para que fiscalizem
melhor a situação das creches no estado. Temos umas vinte abandonadas e se
deteriorando, muitas delas, inclusive na capital. É preciso fiscalizar as
empreiteiras, se der mole elas recebem os recursos e somem do mapa, conforme já
ocorreu com conjuntos habitacionais, viadutos, escolas e estradas etc.
Infelizmente é este o mundo que vivemos, onde muitos prefeitos superfaturam até
o pãozinho da merenda escolar.
A carta magna
No
último domingo, dia 6 de agosto, a constituição de Rondônia completou 40 anos
da sua promulgação, numa época em que Rondônia fervilhava. O Estado derivado do
território federal tinha sido recém implantado, as primeiras eleições gerais
ocorridas em 1982 (menos a governador) e no ano de 1983 os deputados
constituintes eleitos fariam história ao escrever a carta magna rondoniense,
que seria revisada em 1988. O presidente José Bianco (PDS-Ji-Paraná), o relator
Amizael Silva (PDS-Porto Velho) e Amir Lando e Tomás Correia (MDB-Porto Velho)
foram os protagonistas naqueles exaustivos trabalhos.
Os constituintes
Grade
parte dos deputados constituintes de Rondônia já foi para o andar de cima, como
Amizael, Jacob Atalah, Cloter Mota, Jô Sato (Colorado do Oeste), Ângelo Angelim
(Vilhena), Ronaldo Aragão (Cacoal) entre outros imortalizados pela importante
obra. Mas ainda estão firmes e fortes, lúcidos e operantes, Bianco (Ji-Paraná),
Amir Lando (Porto Velho), Tomas Correia (Jaru), Oswaldo Piana Filho (Porto Velho).
Destes, Bianco foi senador e governador, Amir Lando senador e ministro, Angelim
governador nomeado, Tomás prefeito de Porto Velho e Oswaldo Piana governador de
Rondônia.
Via Direta
***Na próxima semana o Dnitt publica
edital de licitação para a construção das duas pontes de concreto que desabaram
na BR- 319, que conecta Porto Velho (RO) a Manaus (AM) ***As pontes, como se
sabe, diante de baitas tempestades caíram nos rios Curuçá e Autaz Mirim e
deverão ficar prontas num prazo estabelecido de um ano, se tudo der certo *** Trocando de focinho para tomada: Se tem uma
coisa que não acredito é em estatística sobre segurança púbica. Este negócio
que a criminalidade diminuiu em Porto Velho é desmentida pelos cadáveres das vítimas
da guerra desenfreada pelas facções do narcotráfico *** O povo está
aterrorizado, a vida noturna perigosa ***
E salve-se quem puder
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