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Carlos Sperança

A cúpula da Amazônia e os gaviões ferozes


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A cúpula da Amazônia

A certa altura de ontem, os trending topics (assuntos mais focados­) no Twitter eram meio ambiente (Amazônia no topo) e tênis. A guerra na Ucrânia já não aparece mais como possível causa de um terceiro conflito mundial. Os melhores do esporte atraem mais atenções e expectativas que gente morrendo em uma guerra inútil, com a clara intenção de aumentar dotações orçamentárias militares em benefício da indústria bélica.

Prevista para agosto, em Belém, a Cúpula da Amazônia precisa ser preparada como a estratégia do jogo de xadrez: corrigir vulnerabilidades e pensar nos lances futuros. Contando com os chefes dos oito países amazônicos (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), a Cúpula será pautada expondo visões gerais dos pontos mais preocupantes, dentre eles o terrorismo e crimes ambientais. É humano e natural que o medo venha antes: quando existe alerta de furacão para a região a ser visitada, o turista em férias esquece as maravilhas que programava visitar e muda o destino para uma região mais segura.

As deficiências ambientais de Belém e da região em geral já estão sob análise e em cada dez notícias sobre o evento, nove apresentam problemas. Uma única notícia positiva, porém, poderia ser a resposta para as nove negativas: as fertilíssimas terras pretas amazônicas, por exemplo, tendem a constituir um ótimo impulso para novos projetos de reflorestamento.

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Novo Maurão?

Estão atirando gravetos de todos os lados e o jovem deputado estadual Marcelo Cruz (Patriota), presidente da Assembleia Legislativa, está pegando corda para entrar no MDB e disputar a prefeitura de Porto Velho no pleito do ano que vem. Lembra Maurão, ex-presidente daquela casa de leis, atraído e vítima de um MDB rachado em várias correntes prejudicado pela briga entre o agrupamento do ex-governador Waldir Raupp com o agora senador Confúcio Moura que acabou sepultando as chances da legenda em eleger o candidato a governador do partido e ainda por cima perdeu um senador naquela peleja.

Gaviões ferozes

Também é preciso destacar a coragem de Marcelo Cruz, sem medo de cara feia e querendo ser feliz encarando uma possível disputa com a ex-deputada federal Mariana Carvalho (Progressistas) e o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil), os mais cotados na atual bolsa de apostas para ingressar num previsível segundo turno no pleito 2024.  Cruz deve ter algumas cartas na manga para projetar uma candidatura da magnitude que é a peleja pelo Prédio do Relógio, como alguns apoios ainda não revelados, pois politicamente  esta querendo enfrentar a bicadas, dois gaviões ferozes.

A nova cara

Desconfiados com o resultado do julgamento do TSE no próximo dia 22 que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível, o conservadorismo se volta para a figura do atual governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Progressistas), um nome bem mais palatável, para disputar a presidência da República em 2026 com o agora desgastado Lula. A intensão dos partidos bolsonaristas é projetar Michele Bolsonaro de vice e por isto ela já está peregrinando pelo País (inclusive com viagens programadas para Rondônia). Tarcísio vai se firmando como a nova cara da direita e o seu marketing mostra ele com bom senso e a cabeça no lugar.

De joelhos

O governo Lula é mais uma gestão presidencial de joelhos para os partidos conservadores, que tem mandado no País desde a redemocratização. Com os presidentes da Câmara dos Deputados Arthur Lira e do Senado, Rodrigo Pacheco dando as cartas, Lula tem sido submetido as pautas e aos acordos do Centrão, como também foi o ex-presidente Jair Bolsonaro. Vai daí, que se o eleitor quiser mudar o País, terá que começar pelo Congresso Nacional a cada legislatura com mais poder. Os sucessivos presidentes só têm feito figuração, pois só viajam e passeiam por aí. São presidentes para inglês – e brasileiros – ver.

A popularidade

Mesmo com a saúde caótica e com um verdadeiro colapso na segurança pública, e índices terceiro-mundistas de abastecimento de água e esgoto, tanto o governador Marcos Rocha (União Brasil) como o prefeito Hildon Chaves (União Brasil) desfrutam de inegável popularidade na capital. Pagamento em dia dos servidores e dos fornecedores é a poção mágica na capital, inebriando a população. A grande verdade é que em Porto Velho existe aquela memória dos anos dos atrasos salariais que provocou uma monumental crise no estado, um verdadeiro buraco negro, que exigiram medidas dolorosas como as determinadas pelo governo federal que redundaram em demissões em massa das servidões estaduais.

Via Direta

*** Da lavra do deputado Alex Redano, a Assembleia Legislativa fará audiência pública na quarta-feira dia 14, tratando os embargos ambientais em Rondônia *** Os prefeitos rondonienses estão chiando que o repasse de recursos pelo governo federal para o pagamento do piso da enfermagem tem sido insuficiente.  Com isto as municipalidades estão pagando o pato *** Mais uma vez Guajará Mirim fica no prejuízo com a saúde, agora com a suspensão da licitação para o Hospital Regional da Fronteira *** E ainda tem gente que acredita que está garantida aquela anunciada ponte binacional sobre o Rio Mamoré. Mais fácil galinha criar dentes*** Obras em Rondônia tem sido abandonadas pelo meio, algumas prometidas e nem iniciadas.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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