Quarta-feira, 4 de setembro de 2024 - 07h29
A
imagem da árvore é forte. Ela é toda uma síntese da natureza: a semente contém
o futuro, raízes significam a ligação direta entre o ser vivo e a terra, as
folhas interagem com o ar que se respira, o tronco narra a história de uma
vida. Não é por acaso que a destruição de árvores – o desmatamento – seja o
elemento de maior impacto nas avaliações sobre a piora do clima.
No
entanto, é preciso ter em conta que reduzir o desmatamento não significa impedir
a degradação da floresta. Não é dever dez, pagar dez e fechar a conta. Segundo Ovidiu
Csillik, especialista em sensoriamento remoto da Wake Forest University (EUA), autor
de estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences,
a degradação ambiental por desmatamento responde por apenas 17% das emissões de
carbono, enquanto 83% são causados por outras ações humanas e distúrbios
naturais.
Aplicado
a partir do escaneamento a laser aéreo da região, o estudo avalia com mais exatidão
as alterações na floresta que o olhar superficial das imagens de satélite. Não
absolve o desmatamento, mas chama a atenção para as ações de maior impacto. Em
seu tempo, ao ser enviado à Amazônia, Euclides da Cunha observou: “Temos sido
um elemento de antagonismo terrivelmente bárbaro da própria natureza que nos
rodeia”. Desmatando ou fazendo pior, o antagonismo continua mesmo com a
festejada redução das derrubadas.
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Gatinhos famintos
Assim
como existem vereadores com forte estrutura para disputar a eleições municipais
ocorre uma multidão de pretendentes as 23 cadeiras da Câmara Municipal de Porto
Velho urrando como órfãos abandonados nas ruas da capital, carentes de abrigo. Como
gatinhos vadios famintos, tateando um pires de leite buscam socorro, tadinhos,
aos candidatos a prefeitos em busca de recursos, advindos do fundão eleitoral.
Muitos recebem a porta na cara. O pix é reservado para aqueles nomes
considerados com mais chances de se eleger, transferindo votos para os
postulantes a alcaides no pleito de outubro.
Jogo desigual
A disputa
pelas 23 cadeiras em Porto Velho é um jogo muito desigual. A começar pelos atuais
vereadores que concorrem a reeleição com os bolsos recheados,
possivelmente da fidelidade canina aos projetos emanados da municipalidade,
cujos projetos sequer lidos para serem
aprovados a toque de caixa. Não bastasse, existem nomes de postulantes bem
abastados, com patrimônio vultuoso nas paradas. Parentes de políticos bem
posicionados, casos dos deputados Jean Oliveira, Alan Queiroz, Cristiane Lopes,
Expedito Junior, Rosangela Donadon, e de ex-parlamentares como Jair Montes e ainda nas paradas filhos de comerciantes
ricaços como Sandubas e Paroca.
Difícil acreditar
Tem
algumas coisas difíceis de acreditar, ruim de engolir nestas eleições na
capital. Sabendo-se que uma vitória de Mariana Carvalho (UB), fortalece os
projetos do governador Marcos Rocha disputar o Senado e de Hildon Chaves
pleitear o CPA Rio Madeira, como se pode acreditar que o senador Jaime Bagatolli
(PL), se aprontando para disputar o governo estadual em 2026, apoia com
sinceridade esta aliança chapa branca de Mariana? Como é possível engolir que o
vice-governador Sergio Gonçalves, que vai disputar a reeleição substituindo
Rocha, está verdadeiramente engajado a favor de Mariana, sabendo-se que uma
vitória sua faz decolar Hildão como um foguete ao governo estadual?
Amor e ódio
Também
existem casos de amor e ódio na grande aliança Mariana com fé. Por acaso é
crível que o senador Marcos Rogério, ama o governador Marcos Rocha? Ele foi
obrigado a se aliar aos adversários e apoiar Mariana pelos irmãos Bolsonaros,
disputará uma cadeira ao Senado tendo como um dos oponentes justamente o
governador Marcos Rocha, um dos grandes favoritos para ganhar a peleja ao
Senado. E desde quando os políticos fazem o jogo para favorecer adversários? Num
eventual segundo turno, todos eles, o vice Sergio Gonçalves, Rogério, Bagatolli
e Crisóstomo bem que podem virar a casaca contra a pupila de Hildão...
Já ganhou
Outro
problema que ocorre na coalizão Mariana com fé é o clima de já ganhou e muitos
políticos já brigando por cargos entre si. Hildão e Marcão, tem que entender
que tanto otimismo pode prejudicar a sua ungida, desmobiliza as forças da
aliança até. Na primeira pesquisa que ela fraquejar a desconfiança vai se
instalar com muita gente virando a casaca. E ainda tem o problema de rejeição,
ainda não resolvida e que no decorrer da campanha poderá vir à baila. A
candidata chapa branca teria a maior rejeição de todos os candidatos, algo
omitido nas primeiras pesquisas.
Via Direta
*** As polarizações nas eleições da
região amazônica: Em Rio Branco, no Acre, o ex-prefeito petista, agora filiado
ao MDB, Marcus Alexandre vai levando vantagem sobre o candidato bolsonarista, o
prefeito Tião Bocalon (PP). Em Manaus, o prefeito David Almeida numa peleja polarizada com o deputado
federal Armon Mendel ***
Em Porto Velho, como em Manaus temos um confronto de bolsonaristas. De um lado,
Mariana Carvalho (União Brasil) de outro Leo Moraes (Podemos) *** A possibilidade de eleições em dois
turnos é grande nas referidas capitais *** Ainda vai para longe a reforma do
porto Cai N’Agua em PVH. Nem a licitação foi feita ainda.
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