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Carlos Sperança

Bolsonarismo rachado e a doação de terrenos


Bolsonarismo rachado e a doação de terrenos - Gente de Opinião

Os grupos antagônicos

A polarização é o câncer que dificulta a montagem de uma agenda para o Brasil. Os grupos antagônicos transformam tudo em “narrativas” a favor ou contra o próprio mito, que pretendem endeusar, e o mito inimigo, que tentam demonizar. São operações que envolvem fake news, submissão do aparelho estatal aos caprichos partidários e malas de dinheiro com transferências ao vivo que ignoram a facilidade do Pix.

No caso da Amazônia, já correm narrativas polarizadas especificamente relacionadas ao clima. Para um polo, a seca que aflige o Sul seria fruto dos quatro anos de boiada passando no governo Bolsonaro. Para o outro, os próximos quatro anos terão piora na seca por conta das traições sofridas pela ministra Marina Silva. Uma análise despolarizada tentaria unir esforços para um projeto de longo prazo, pois não se arruína nem se salva o clima planetário em quatro anos de um governo.

Aliás, os governos são sempre continuações dos anteriores e as conjunturas mundiais não resultam de ações de líderes brasileiros, por mais que a propaganda personalize os quatriênios como eras designadas pelo nome do ídolo de plantão. As condições que vão piorar o clima nos próximos quatro anos foram plantadas nas últimas décadas. E o clima a ser recuperado ou danado de vez nas próximas décadas vai resultar do que o trabalho e a inteligência humanas entregarem no longo acumulado do tempo.

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A Zona Leste

Com a doação de terrenos populares – que resultaram nos bairros Tancredo, JKs, Mariana, São Francisco etc - na gestão do então prefeito José Vieira Guedes (PSDB), nos anos 80, a Zona Leste de Porto Velho se expandiu e se tornou a região mais populosa de Porto Velho e, por conseguinte, o reduto eleitoral mais importante da capital. Não é à toa que a região é tão cortejada pelos prefeituraveis e que por lá que está sendo construído o Heuro Hospital pelo governador Marcos Rocha. Na eleição de 2024 para vereadores os candidatos já estão se trombando pelas esquinas das Avs Amador dos Reis, Petrolina e Mamoré.

Doação de terrenos

Numa época em que a especulação imobiliária era enorme e o preço dos imóveis lá nas alturas em Porto Velho, o prefeito Guedes combateu a especulação com a doação de terrenos que deu origem a tantos bairros importantes e que seguiu com a construção de casas populares pelo empresário Chagas Neto na gestão do prefeito Tomás Correia iniciando os bairros Ulisses Guimarães, Marcos Freire e Ronaldo Aragão. A expansão da Zona Leste ainda na década de 90 inspirou um projeto para a criação do município de Ulisses Guimarães, desmembrado de Porto Velho. A proposta, no entanto, não seguiu em frente

Bolsonarismo rachado

Em Porto Velho, o bolsonarismo vem rachado até a medula nas eleições municipais. Senão vejamos: o segmento tem vários pretendentes ao prédio do relógio e já não escondem suas intenções. A coisa vai desde Mariana Carvalho (Progressistas), Fernando Máximo (União Brasil), Cristiane Lopes (União Brasil), Leo Moraes (Podemos) e coronel Chrisostomo (PL). O último é o nome preferencial do senador Jaime Bagatoli, ungido do presidente Bolsonaro para disputar o governo de Rondônia em 2026. Com tantos tigres no mesmo capão, alguns já começaram a trocar patadas.

A herança política

Tenho constatado que a reposição de lideranças políticas em Rondônia não tem sido a altura daqueles que já nos deixaram, como Jacob Atallah, Chiquilito Erse, Lucia Tereza, Odacir Soares, Jerônimo Santana, ou daqueles que já estão fora da cena política, como o ex-governador José Bianco, o ex-senador Amir Lando – que foi o único que ascendeu ao cargo de ministro representando o estado -  Tomás Correia, do ex-governador Ivo Cassol. Com raras exceções, entre elas o atual senador Confúcio Moura e o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves, não se constatam quadros emergentes de qualidade na aldeia.

Passagens aéreas

Na coluna anterior citei o empenho do governador do Acre Gladson Camelli em reverter a situação que atinge os estados do Norte, como Acre, Rondônia e Amazonas, atingidos pela suspenção de voos e prejudicados com passagens aéreas caríssimas. Esqueci de lembrar, que durante a conferência do parlamento amazônico, a deputada estadual Ieda Chaves e o deputado Cirone Deiró também se pronunciaram a respeito e o deputado Luizinho Goebel manifestou sua preocupação em restaurar os voos perdidos através da empresa azul em importantes cidades rondonienses.

Via Direta

*** Passam os anos e as invasões a terras indígenas e parques nacionais, mesmo com operações encetadas pela Polícia Federal para coibir a ação dos invasores, seguem causando graves prejuízos ao meio ambiente de Rondônia *** É como enxugar gelo já que não é possível uma ação permanente contra tantas invasões espalhadas em solo rondoniense *** Não bastassem os agrobandidos que tem roubado gado a tratores no meio rural. As queixas de multiplicam na região do Vale do Jamari e Ponta do Abunã trazendo a insegurança e o terror para os produtores *** Estamos começando o mês de junho e as preocupações agora são com as queimadas. A partir de agora começamos a enfrentar mais uma vez o inferno resultado do desmatamento em Rondônia e nos estados vizinhos.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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