Sexta-feira, 2 de junho de 2023 - 09h12
A
polarização é o câncer que dificulta a montagem de uma agenda para o Brasil. Os
grupos antagônicos transformam tudo em “narrativas” a favor ou contra o próprio
mito, que pretendem endeusar, e o mito inimigo, que tentam demonizar. São
operações que envolvem fake news, submissão do aparelho estatal aos caprichos
partidários e malas de dinheiro com transferências ao vivo que ignoram a
facilidade do Pix.
No
caso da Amazônia, já correm narrativas polarizadas especificamente relacionadas
ao clima. Para um polo, a seca que aflige o Sul seria fruto dos quatro anos de
boiada passando no governo Bolsonaro. Para o outro, os próximos quatro anos
terão piora na seca por conta das traições sofridas pela ministra Marina Silva.
Uma análise despolarizada tentaria unir esforços para um projeto de longo
prazo, pois não se arruína nem se salva o clima planetário em quatro anos de um
governo.
Aliás,
os governos são sempre continuações dos anteriores e as conjunturas mundiais
não resultam de ações de líderes brasileiros, por mais que a propaganda
personalize os quatriênios como eras designadas pelo nome do ídolo de plantão. As
condições que vão piorar o clima nos próximos quatro anos foram plantadas nas
últimas décadas. E o clima a ser recuperado ou danado de vez nas próximas décadas
vai resultar do que o trabalho e a inteligência humanas entregarem no longo
acumulado do tempo.
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A Zona Leste
Com
a doação de terrenos populares – que resultaram nos bairros Tancredo, JKs,
Mariana, São Francisco etc - na gestão do então prefeito José Vieira Guedes
(PSDB), nos anos 80, a Zona Leste de Porto Velho se expandiu e se tornou a
região mais populosa de Porto Velho e, por conseguinte, o reduto eleitoral mais
importante da capital. Não é à toa que a região é tão cortejada pelos prefeituraveis
e que por lá que está sendo construído o Heuro Hospital pelo governador Marcos
Rocha. Na eleição de 2024 para vereadores os candidatos já estão se trombando
pelas esquinas das Avs Amador dos Reis, Petrolina e Mamoré.
Doação de terrenos
Numa
época em que a especulação imobiliária era enorme e o preço dos imóveis lá nas
alturas em Porto Velho, o prefeito Guedes combateu a especulação com a doação
de terrenos que deu origem a tantos bairros importantes e que seguiu com a construção
de casas populares pelo empresário Chagas Neto na gestão do prefeito Tomás
Correia iniciando os bairros Ulisses Guimarães, Marcos Freire e Ronaldo Aragão.
A expansão da Zona Leste ainda na década de 90 inspirou um projeto para a
criação do município de Ulisses Guimarães, desmembrado de Porto Velho. A
proposta, no entanto, não seguiu em frente
Bolsonarismo rachado
Em
Porto Velho, o bolsonarismo vem rachado até a medula nas eleições municipais.
Senão vejamos: o segmento tem vários pretendentes ao prédio do relógio e já não
escondem suas intenções. A coisa vai desde Mariana Carvalho (Progressistas), Fernando
Máximo (União Brasil), Cristiane Lopes (União Brasil), Leo Moraes (Podemos) e
coronel Chrisostomo (PL). O último é o nome preferencial do senador Jaime
Bagatoli, ungido do presidente Bolsonaro para disputar o governo de Rondônia em
2026. Com tantos tigres no mesmo capão, alguns já começaram a trocar patadas.
A herança política
Tenho
constatado que a reposição de lideranças políticas em Rondônia não tem sido a
altura daqueles que já nos deixaram, como Jacob Atallah, Chiquilito Erse, Lucia
Tereza, Odacir Soares, Jerônimo Santana, ou daqueles que já estão fora da cena política,
como o ex-governador José Bianco, o ex-senador Amir Lando – que foi o único que
ascendeu ao cargo de ministro representando o estado - Tomás Correia, do ex-governador Ivo Cassol.
Com raras exceções, entre elas o atual senador Confúcio Moura e o prefeito de
Porto Velho Hildon Chaves, não se constatam quadros emergentes de qualidade na
aldeia.
Passagens aéreas
Na
coluna anterior citei o empenho do governador do Acre Gladson Camelli em
reverter a situação que atinge os estados do Norte, como Acre, Rondônia e
Amazonas, atingidos pela suspenção de voos e prejudicados com passagens aéreas caríssimas.
Esqueci de lembrar, que durante a conferência do parlamento amazônico, a deputada
estadual Ieda Chaves e o deputado Cirone Deiró também se pronunciaram a respeito
e o deputado Luizinho Goebel manifestou sua preocupação em restaurar os voos perdidos
através da empresa azul em importantes cidades rondonienses.
Via Direta
*** Passam os anos e as invasões a
terras indígenas e parques nacionais, mesmo com operações encetadas pela
Polícia Federal para coibir a ação dos invasores, seguem causando graves
prejuízos ao meio ambiente de Rondônia *** É como enxugar gelo já que não é possível
uma ação permanente contra tantas invasões espalhadas em solo rondoniense *** Não bastassem os agrobandidos que tem
roubado gado a tratores no meio rural. As queixas de multiplicam na região do Vale
do Jamari e Ponta do Abunã trazendo
a insegurança e o terror para os produtores *** Estamos começando o mês de
junho e as preocupações agora são com as queimadas. A partir de agora começamos
a enfrentar mais uma vez o inferno resultado do desmatamento em Rondônia e nos
estados vizinhos.
Importantes causas rondonienses não foram para frente nos últimos anos
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