Terça-feira, 29 de outubro de 2024 - 07h57
O
governo federal determinou o montante de R$ 412 milhões para as atividades do Ministério
dos Direitos Humanos e da Cidadania para todo o ano de 2024. É uma dotação
importante, sobretudo quando se considera que os direitos humanos são uma
prioridade em um mundo marcado pela violência das guerras, escalada da
criminalidade e escaramuças entre extremistas políticos que semeiam a desordem
alegando buscar a ordem.
Segundo
os cálculos de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, foi
exatamente esse volume de recursos a soma das perdas causadas anualmente ao
agronegócio pelo desequilíbrio climático decorrente do desmatamento.
O
estudo vai mais além: estima que as perdas na produção de soja e milho na
Amazônia de 2006 a 2019 alcançaram a impressionante marca de R$ 5,8 bilhões. Também
para termos de comparação, este é o mesmo total de recursos que veio constituir
o festejado novo recorde de financiamentos contratados pelo Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) nos três estados do Sul em 2023.
Não
faz qualquer sentido um país pobre perder tanto dinheiro, sobretudo quando se
observa a infraestrutura a passos de tartaruga, travada por projetos que tentam
driblar as leis e esbarram na reação da sociedade organizada e na Justiça. Na
ponta do lápis, preservar e cumprir as leis renderá muito mais.
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Campanha benéfica
A
campanha eleitoral no segundo turno em Porto Velho foi benéfica para a saúde dos
dois candidatos, Mariana Carvalho (União Brasil) e Leo Moraes (Podemos), que se
sagrou o novo prefeito. Ambos emagreceram vários quilos e no dia da eleição
isto foi bem visível nas secções onde foram votar. Mariana, linda e maravilhosa,
voltou a ser meiguinha, longe daquela onça raivosa de alguns debates. Leo
Moraes, sereno e equilibrado, pregando a união de todos para enfrentar os grandes
desafios que terá pela frente nos próximos anos. Não constatei ressentimentos.
A curiosidade
Porto
Velho renovou a tendência de optar por ex-deputados federais no Paço Municipal.
Jeronimo Garcia de Santa (goiano), em 1985, Chiquilito Erse (amazonense) em
1988, José Guedes (goiano) em 1992, Chiquilito de novo em 1996, Carlinhos Camurça
rondoniense em seguida, cumprindo parte do mandato de Chiquilito e se
reelegendo posteriormente. Também Mauro Nazif (carioca) foi ex-deputado federal
protagonizando uma disputa com outro ex-deputado federal Lindomar Garçom. As
exceções foram Roberto Sobrinho (paulista) e Hildon Chaves (pernambucano). O
favorito da temporada era um deputado federal, Fernando Máximo (goiano) que
ficou sem uma sigla partidária para a peleja.
Bons cabritos
Dizem
que os bons cabritos não berram, na política também. Hildão e Mariana poderiam se
queixar do punhal da traição, da revoada de aliados nas últimas horas e outras
cositas más. Mas nas primeiras entrevistas, cumprimentaram o candidato
vitorioso e não se mostravam chorosos. Mariana, seguramente vai ser uma baita
candidata a Câmara dos Deputados em dobradinha com o maninho Mauricio a Assembleia
Legislativa. Mas se Hildão for para o governo estadual ela poderá disputar o
Senado, afinal são duas cadeiras em disputa e ela já tinha obtido uma votação expressiva
em 2022.
Habilidade
A
ser entronizado no Palácio Tancredo Neves, sediado agora no Prédio do Relógio a
partir de janeiro, o novo prefeito Leo Moraes (Podemos) vai precisar de muita
habilidade para conduzir os destinos da capital rondoniense. Vai assumir em pleno
inverno amazônico com as chuvas intensas, podendo enfrentar grande desgaste. Na
Câmara de Vereadores, o atual prefeito Hildon Chaves com suas alianças emplacou
todos os 23 vereadores. Alguns já viraram a casaca, mas Hildão, passado aquele
prazo de lamber as feridas da derrota com Mariana, será ventríloquo da oposição
no legislativo municipal. O bicho vai pegar.
Chantagens
Outro
problema a ser enfrentado por Leo Moraes é com relação a vereadores
chantagistas já acostumados com benesses das gestões municipais, como compra e
venda de merenda escolar a equipamentos, indicação de parentes em cotas
leoninas e demais regalias que acontecem no Brasil inteiro – como as rachadinhas
– e a população não sabe. Sendo contrariados os edis arrumam um pau mandado
para entrar com pedido de impeachment para incomodar. Não passa do terceiro mês
da nova gestão para que os velhos costumes apareçam. Como os lobos, os edis
perdem os pelos, mas não pedem os hábitos.
Eleições 2026
O
pleito na capital deixou bem clara algumas situações. Se quiser ser governador
em 2026, o atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) vai precisar se aproximar do
eleitorado evangélico. Não adianta ter deputado ou vereador aliado do segmento,
não entregam o que prometem. Hildão segue sendo o político de maior
popularidade na capital e mesmo com as asas aparadas pela derrota de Mariana, em
confronto pelo CPA levaria vantagem
sobre seus oponentes. Terá que reforçar suas paliçadas no interior, mas se
desistir do governo, será um baita candidato ao Senado, levando grande vantagem
na capital contra os concorrentes.
Grupos se formando
Passadas
as eleições municipais vários grupos vão se formando para a conquista do CPA
Rio Madeira. Do lado governista o candidato é Sergio Gonçalves (União Brasil),
vice-governador que vai assumir no final do mandato do governador Marcos Rocha
já em campanha ao Senado. Na oposição bolsonarista, o senador Marcos Rogério
(PL) pode assumir a disputa ao CPA tendo HIldon Chaves (PSDB) ao Senado. Do
lado do senador e ex-governador Confúcio Moura, ele já garimpa dois candidatos
ao Senado, um de Porto Velho e outro da região central. E assim caminha a
humanidade.
Via Direta
*** Chamou a atenção o elevado índice de
abstenção neste segundo turno em Porto Velho. Mais de 30 por cento, um dos maiores
nas capitais. O maior deles aconteceu em Porto Alegre, algo em torno de 35 por
cento ***
Coisa de louco: a maçã nacional (se for da argentina mais cara ainda) está a
razão de R$ 17,00 nos supermercados. A carne disparou. Só nos resta lamber os
ossinhos de frango assado na ceia natalina***
Muitas reclamações dos mutuários no que se refere aos novos encargos para
aquisição da casa própria. As coisas só estão piorando*** Muitos negócios
engatilhados nas imobiliárias foram por água abaixo neste final de ano.
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