Quinta-feira, 4 de janeiro de 2024 - 08h25
As
crenças religiosas e os partidos apresentam utopias que confortam e estimulam
os homens a lutar pela sobrevivência e por um futuro melhor. As religiões
prometem o paraíso a quem se comportar bem e o inferno a quem transgredir as
leis. Os partidos se envolvem em maracutaias horrendas ao mesmo tempo em que
prometem honestidade e virtude num mundo perfeito. A realidade, entretanto,
mostra o crime instaurando para todos, e de imediato, o inferno prometido ao
futuro dos maus.
À
medida que se aproxima o primeiro aniversário da vitória da democracia sobre o
golpe anarco-vandalista de 8 de janeiro é preciso refletir até que ponto essa
vitória conseguiu superar os discursos de ódio, por um lado, e a ação do crime
transnacional, por outro, porque só assim o Estado democrático poderá vencer de
fato o espectro do autoritarismo que se aninha nas distopias criminosas e
antidemocráticas.
Assiste-se
à movimentação das fações do crime organizado como às rodadas de um campeonato
continental em que a facção tal da Amazônia enfrenta a facção qual do eixo
Rio-SP e a torcida amazônica aplaude a compra de artilheiros colombianos para
vencer os jogos diários contra os fortes times do Rio ou São Paulo. Longe da
ficção, jogos mortais e vorazes desafiam a capacidade religiosa de salvar almas
e das utopias políticas de construir com a bioeconomia uma sociedade melhor
para os povos da floresta.
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Meus destaques
Todo
ano manifesto minhas preferencias sobre os melhores e piores do ano que acaba
de terminar. Nesta coluna falo dos melhores: No governo do estado, o secretário
da Fazenda Luís Fernando, que percebeu antes de muitos estados, que se não aumentasse
o ICMS de volta para os 19,5 Rondônia teria o risco de atrasar o pagamento dos servidores
e fornecedores nos próximos anos. Vejam que estados expressivos depois de
Rondônia tomaram a mesma medida. Na prefeitura
de Porto Velho, o secretário de Obras Diego Lage foi o grande destaque do
primeiro escalão municipal, na Câmara de Vereadores o professor Alex Palitot.
No Congresso
Com
a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais os parlamentares bolsonaristas
perderam o protagonismo no Congresso Nacional. Se durante o governo Bolsonaro,
o senador Marcos Rogério (PL-RO), foi o grande astro da bancada federal
rondoniense, já na gestão do atual presidente Lula, o senador Confúcio Moura
(MDB-RO) tem sido o grande destaque, aliás se revelando inclusive uma importante
liderança nacional do MDB, como foram antigamente Waldir Raupp e Amir Lando, os
últimos dois já fora de cargos eletivos, mas ainda ativos nos bastidores.
Corrida de recuperação
Alguns
ex-deputados federais, diante do desempenho pífio da atual bancada na Câmara
dos Deputados, buscam uma corrida de recuperação para voltarem a Câmara dos
Deputados. São Eles Leo Moraes (Porto Velho) Expedito Neto (Rolim de Moura),
Lindomar Garçom (Candeias do Jamari), Nilton Capixaba (Cacoal), Natan Donadon
(Vilhena), Mauro Nazif (Porto Velho), Marinha Raupp (Rolim de Moura), Jaqueline
Cassol (Cacoal), Luiz Claudio (Rolim de Moura), entre tantos nomes que já foram
expoentes da política rondoniense nas décadas passadas.
As estatísticas
O
Estado de Rondônia tem sido um campeão nacional de casos de feminicidios, mas
nas contas do governo de Rondônia ocorreu uma queda de 17 por cento no quesito.
Ainda nas estatísticas governamentais, os casos de roubos ao comércio e as residências
tiveram uma redução próxima aos 30 por cento no Estado. Não quero comentar a
situação no interior, mas em Porto Velho as estatísticas sobre a criminalidade são
discutíveis, numa cidade já dominada pelas facções criminosas, onde imperam disputas
sangrentas entre os cartéis de drogas, com jovens tombando diariamente.
Questionamentos
Não tenho nada contra as autoridades
apresentar seus balanços, não levando em conta também a queda da população do
estado nos últimos anos, mas existem coisas ostentadas que precisam ser
questionadas. Vejam, cara pálidas, que os roubos as residências e de fiação elétrica
e do comércio lojista aumentaram assustadoramente na capital durante 2023 na
maioria dos bairros e nos centros comerciais das avenidas Sete de Setembro
(centro antigo), Jatuarana (Zona Sul) e Amador do Reis (Zona Leste). E pelo que
sei a esfera de segurança não é nenhum paraíso também no interior.
Via Direta
*** A Confederação Nacional de
Municípios-CNM começa o ano já chorando as mágoas com as últimas perdas
tributárias provocadas pela União *** Se preparem: a duplicação da rodovia
Marechal Rondon, a nossa BR-364 virá com pedagiamento no lombo dos aldeões
rondonienses. É o que se conspira nos altos escalões *** O asfaltamento da estrada está completando 40 anos em 2024 e o pedagiamento,
se acontecer, será aquele chamado presente de grego *** Com a saidinha dos
presos de Natal e final e ano aumentaram em 50 por cento os furtos na capital.
Alguns meliantes foram capturados com a mão na massa *** E está aumentando as vítimas de balas perdidas até nestas bandas: não
dá nem mais para sair de casa...
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