Sexta-feira, 8 de julho de 2022 - 10h26
A
Justiça terá que trabalhar em turnos extras se resultar em queixa ou notícia-crime
toda crítica, meia verdade, suposição ou ofensa pronunciada por um candidato
aos diversos cargos em disputa nas eleições de outubro – presidente e vice,
governadores e vices, senadores e suplentes, deputados federais e estaduais.
Se
no geral a Justiça tarda, em questões eleitorais é bem rápida. Por conta disso,
apesar de piorar ainda mais a imagem do Brasil no exterior, a troca de notícias-crime
entre as Forças Armadas e o PDT sobre ácidas declarações do presidenciável Ciro
Gomes sobre a Amazônia podem andar rapidamente e trazer luzes sobre as causas
das tragédias ambientais e humanas que ocorrem em séculos de exploração da
floresta.
Aliás,
acompanhar o que vai acontecer com as notícias-crime talvez demore um pouco e justifique
a releitura do livro “À Margem da História”, de Euclides da Cunha, que mostra a
visão de um militar (e também um dos mais importantes intelectuais brasileiros)
com estudos francos e objetivos sobre a Amazônia.
Brigas
e declarações oportunistas eleitorais à parte, que a releitura ajude a
compreender melhor o grande desafio que a região representa e traga
esclarecimentos sobre o estágio real do combate ao crime organizado não só na
floresta, mas também nos espaços urbanos, pois não são compartimentos
estanques. O Brasil, infelizmente, ainda é uma vasta cena de crime.
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Abraço dos afogados
Se
o deputado federal Mauro Nazif (PSB) confirmar sua candidatura ao Senado como
pretende, na ilusão de uma nova onda Lula ajudando a Frente Democrática
rondoniense, vai acabar mesmo rachando de vez o eleitorado em Porto Velho nesta
disputa protagonizando possivelmente o chamado “abraço dos afogados” com
Mariana Carvalho (Progressistas). Neste momento a tucaninha que virou a casaca
para o bolsonarismo está melhor estruturada que Nazif no interior – tem até um
jatinho na sua campanha - mas na capital acaba levando desvantagem com o
ex-prefeito no seu segmento de votos. Peleja de canibalismo puro.
Tem desgaste
Mariana
abandonou o PSDB deixando o partido até a tampa em dívidas indicando uma
péssima administração e nem contas prestou na despedida. Não bastasse, na troca
de partido, se transferindo para os Progressistas, a parlamentar acreditava que
teria o bolsonarismo a seu favor no interior do estado, mas acabou sendo
rechaçada e até taxada de “comunista” pela extrema direita toda focada em Jayme
Bagatolli. Enfim, ela tem um embate difícil no interior –onde estão dois terços
do eleitorado do estado - onde ficará em clara desvantagem contra Bagatolli,
Raupp e Expedito
Em conversações
Com
a possível desistência de disputar o governo estadual de Confúcio Moura (MDB),
nos bastidores já se fala numa grande coalizão para enfrentar os candidatos bolsonaristas
Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) e Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) em
Rondônia. A escalação do “Frentão” teria o deputado federal Leo Moraes
(Podemos-Porto Velho), um vice de Ji-Paraná e o possível apoio de dois
ex-governadores, Ivo Cassol (PP) e Confúcio Moura (MDB). Era o que estava
faltando para Leo se viabilizar se tornar um dos favoritos para uma das duas
vagas ao segundo turno. Má notícia para os dois Marcos, o Rocha e o Rogério.
Leo vem reforçado até o talo no interior.
Campeão de votos
Muitos
adversários considerando o ex-senador Expedito Junior (PSD-Rolim de Moura),
depois que o governadoravel Marcos Rogerio (PL-Ji-Paraná) acertou os ponteiros
com Jayme Bagatolli (PL-Vilhena), um desprezado sem teto e sem chances na
eleição ao Senado 2022. Mas caso os
interessados se debrucem nos mapas eleitorais dos últimos pleitos vão constatar
que Expedito é um campeão de votos nos pequenos e médios municípios
rondonienses e não depende nem de Rogério e tampouco de Bolsonaro para emplacar
um mandato em Rondônia. E é beneficiado pela fragmentação causada por tantas
candidaturas ao mesmo cargo.
Dois entraves
No
entanto, Expedito tem dois entraves, nas minhas contas. O primeiro é a capital,
que conta com um terço do eleitorado rondoniense onde ele foi até oculto nos
palanques na campanha do prefeito Hildon Chaves (PSDB). Hoje ele estaria fora de combate na capital,
mas é uma situação que pode ser revertida e compensada se Porto Velho se dividir
em vários candidatos ao Senado (Mariana, Nazif e outros se canibalizando por
aqui). O segundo entrave de Junior é Valdir Raupp, pois em confronto direto com
o barbudo nos seus redutos (Zona da Mata e Região do Café) Expedito leva nítida
desvantagem.
Via Direta
*** Impressiona o número de adolescentes
desaparecidas em Porto Velho nos últimos anos. Existem casos insolúveis a mais
de 13 anos na capital rondoniense *** As lideranças políticas do Amazonas estão em pé
de guerra com o comando nacional do Dnitt pela transferência da responsabilidade
de vários trechos da BR 319 no vizinho estado para o DNIT rondoniense *** A bem da verdade, o organismo rondoniense não dá conta nem das suas responsabilidades
com as rodovias federais no estado quem dirá assumir obras no estado do
Amazonas *** Acredita-se que a renúncia do comando do PSDB em Rondônia do
prefeito Hilton Chaves veio por influência recomendada pelo Diretório Nacional
e a decisão abre caminho para o candidato ao governo do partido José Guedes
assumir o tucanato rondoniense *** O
problema é o legado de dívidas oriundo de campanhas passadas.
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