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Carlos Sperança

Decolando em Porto Velho e 2024 ano de eleições com grandes confrontos


Decolando em Porto Velho e 2024 ano de eleições com grandes confrontos - Gente de Opinião

Decolando em Porto Velho

Causa sensação o filme “O Sequestro do voo 375”, de Marcus Baldini, baseado no episódio real de um voo comercial da Vasp que em 28 de setembro de 1988 partiu de Porto Velho rumo ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e em uma escala foi sequestrado por Raimundo Nonato Alves da Conceição, um desempregado que planejava jogar a aeronave contra o Palácio do Planalto para matar o presidente José Sarney.

O filme chega em meio a uma irracional polarização em que o rancor, a raiva e o descontrole emocional causam episódios sinistros de ofensas, tiroteios, mortes. Retrata um tempo em que ainda não havia o fenômeno das redes sociais, em que todos, magicamente, tornam-se filósofos e analistas econômicos baseados em desinformação e incompreensão.

O elevado analfabetismo funcional leva pessoas a interpretar erroneamente as informações, julgando com o fígado e a pressa. Pela força do ódio, as mensagens são consideradas reais e repassadas sem nenhum critério, já que encaminhar qualquer coisa é fácil e o repassador de mentiras não acha que poderá sofrer punições. Pode-se imaginar como o episódio de 1988 seria recebido hoje nas redes sociais, provavelmente com memes de apoio ao sequestrador e críticas ao piloto-herói, que impediu um 11 de setembro brasileiro mais de uma década antes do episódio das Torres Gêmeas, em Nova York.

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4 de janeiro

O Estado de Rondônia comemora neste 4 de janeiro, 42 anos de instalação. Na época, Rondônia já contava com 13 municípios e vivenciava um grande surto migratório de vários estados do País, um fenômeno semelhante ao que ocorreu nas corridas do ouro na Califórnia e na Austrália. Lembro que compareceu para a solenidade, o então ministro da Justiça Abi-Ackel, numa festividade que reuniu caravanas de todo o estado. Seguia no governo estadual, o coronel Jorge Teixeira de Oliveira, que já tinha administrado o território federal nos últimos anos, estruturando Rondônia para se tornar estado.

Cenário rondoniense

O cenário rondoniense em 1982 era de grande otimismo com o novo estado. Na capital, a economia era vitaminada com maciças verbas para obras federais pelo presidente João Figueiredo e pelo ministro do Interior Mário David Andreazza. O garimpo assumia enormes proporções no Rio Madeira. No mesmo ano, em novembro seriam realizadas eleições gerais, para vereador, deputado estadual, federal e três senadores. Para governador só seria realizada eleição a partir de 1986. Se na capital, reinava o garimpo, no interior o desembarque de milhares de colonos buscava a doação de módulos rurais.

Brasil em crise

Em 1982, enquanto Rondônia se tornava estado e respirava prosperidade, com muito dinheiro circulando, com muito ouro extraído no Rio Madeira, com exploração da madeira e cassiterita, o Brasil vivenciava uma das suas crises. Havia desemprego, falta de dinheiro  e muita gente urrando pelo Brasil afora. Na época se dizia que a intenção do governo militar era criar três novos estados (Rondônia, Roraima e Amapá) para aumentar a bancada de deputados federais e senadores no Congresso Nacional, onde o então MDB ganhava terreno a cada eleição contra a Arena, o partido que sustentava os militares no poder.

Ano Novo

Vem aí o ano de 2024, cheio de esperanças para os rondonienses. Infelizmente as previsões não são das melhores, pois o que temos pela frente é a mãe de todas as estiagens, uma seca bem maior que esta que castigou o estado no ano de 2023.A economia poderá ser afetada pela retração na colheita de grãos em até 60 por cento em Rondônia, e tratando-se das perdas de soja e milho, teremos como consequência o aumento dos preços das proteínas, carnes de bovinos, suínos, frangos, além a elevação no preço da cartela de ovos que já começou a subir. Rezando que as previsões pessimistas sejam contrariadas no decorrer do novo ano.

Ano de eleições

E o ano de 2024 será de eleições municipais. Como nem Lula, tampouco Bolsonaro se movimentaram para reduzir esta polarização raivosa criada no recente pleito presidencial passado, vem muita briga pela frente. Com as forças de Lula liderando no Nordeste, as tropas de Bolsonaro no Sul do País. Em Rondônia, onde o PT de Lula chegou a reinar quase uma década, tivemos uma guinada conservadora e os bolsonaristas é que tem dado as cartas desde a leição passada. Teremos um novo grande confronto nesta polarização nociva nas eleições do ano que vem. 

Via Direta

*** Com uma sessão extraordinária na última quarta-feira, a Assembleia Legislativa entrou de vez em recesso. A maioria dos deputados viajando para outros estados, outros visitando suas bases se reforçando contra os predadores em 2026 *** É para os rondonienses ficarem de barbas de molho: o Acre enfrenta um exponencial aumento de casos de covid no final deste ano. Não custa se espalhar ali pelas bandas da Ponta do Abunã *** Os benefícios da Zona Franca foram prolongados para toda Amazonia Ocidental até 2074. Rondônia entrou no pacote ***Megas projetos chineses no Brasil, como foi anunciado na Paraíba, estão sendo contestados, mas a Ferrovia Biocêanica que passaria por Rondônia, bem que seria uma boa.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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