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Carlos Sperança

Desunião e gritarias + Toma lá, dá cá! + Corrida do ouro no rio Madeira + Calcanhar de Aquiles


Desunião e gritarias + Toma lá, dá cá! + Corrida do ouro no rio Madeira + Calcanhar de Aquiles - Gente de Opinião

Desunião e gritarias

Vivendo um pesado drama sanitário, o mês de janeiro chegou ao final mantendo o desafio de vencer a difícil situação criada por um acúmulo de desentendimentos, escassez, ineficiência e prevaricação. Entristecido pela desunião que piora as dificuldades e a péssima imagem no exterior, que espanta investimentos, clientes e turistas, o país encontra uma fresta de luz e um justo motivo de orgulho no lançamento do primeiro satélite projetado, testado e operado pelo Brasil – o Amazonia-1.

Subindo ao espaço na cidade indiana de Sriharikota, o satélite vai gerar imagens do planeta a cada 5 dias. Só uma correta captação de informações sobre o desmatamento na região amazônica poderá superar a maluquice das versões contraditórias sobre a realidade da proteção florestal. Com uma ciência tão avançada em computação e tecnologia espacial, não faz sentido alguém gritar de um lado que o desmatamento aumentou e outro gritar de volta que não há desflorestação.

O Amazonia-1 cumprirá sua missão ao longo de quatro anos. Enquanto isso, novos satélites estarão em preparo (Amazonia-1B e Amazonia-2) para lançamento posterior. Os três satélites integram a Missão Amazônia, que além do foco central no monitoramento da floresta coletará também informações sobre reservatórios de água e catástrofes naturais. É um importante fato positivo a mitigar as angústias de um janeiro assustador.

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Toma lá, dá cá!

O Congresso Nacional mostrou mais vez que por lá continua funcionando o esquema toma lá, dá cá nas votações definindo a renovação das suas mesas diretoras. Não é nenhuma surpresa, porque o sistema também vigora nas assembleias legislativas e câmaras municipais. E a exemplo do que já aconteceu com  Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma e Temer, Bolsonaro acabou nas garras do famigerado “centrão”, coalizão de partidos de direita que coloca os presidentes de joelhos e quando impopulares são abandonados sem dó e piedade.

Corrida do ouro

Com a liberação da garimpagem do ouro no rio Madeira, temos uma nova corrida as águas barrentas do madeirão, aumentando o número de dragas instaladas na região e botecos ribeirinhos explorando a prostituição. A atividade também é um campo para o crescimento das drogas, um terreno fértil para as facções do crime organizado. Enfim, além de poluir ainda mais as aguas do Rio Madeira com mercúrio, uma série de problemas vem junto com a nova fase aurífera.

Uma consulta

Muitos eleitores do prefeito Hildon Chaves (PSDB) preferem que cumpra integralmente o mandato na prefeitura de Porto Velho, considerando as qualidades que ele demonstrou como administrador probo e eficiente, achando que o vice Mauricio Carvalho é muito imaturo ainda para assumir o cargo, caso o alcaide deixe a função como se propala para disputar o governo do estado em 2022. Melhor o alcaide fazer então uma consulta as bases, para entrar na peleja 2022.

Calcanhar de Aquiles

Com certeza alguns opositores ao projeto de Hildon Chaves vão usar o argumento de que Mauricio ainda é um cabaço para assumir a titularidade, mesmo que já tenha amadurecido muito nos últimos dois anos, depois da derrota como vice de Expedito ao governo do estado em 2018, quando então foi considerado uma pata de coelho às avessas. Não era, tanto é verdade que foi importante (ele) e a mana Mariana na expressiva vitória do tucano no ano passado. Mas uma possível renúncia de Hildon vai gerar muito bafafá.

Lados opostos

Com interesses políticos dispares, o prefeito HIldon Chaves e o governador Marcos Rocha remam em direção opostas, como recentemente constatou o Sindicato dos Médicos de Rondônia. Por tudo isto, a guerra travada contra o coronavirus enfraquece e tem um desempenho crítico dos dois lados, além dos fura-fila na vacina, que já se tornou caso de Polícia. Desunida politicamente, Porto Velho paga o preço do divisionismo e por isto dificilmente projetos importantes como a nova rodoviária, saneamento básico, Distrito Industrial, barreiras de contenção no Madeira irão para frente

Via Direta

*** Com pandemia e tudo as lojas de materiais de construção seguem bem movimentadas em Porto Velho *** É a opção em investir na construção civil já que as taxas da poupança e outros investimentos estão baixos e não animam os capitalistas locais ***A liberação do garimpo no Rio Madeira é um ato nocivo a saúde dos portovelhenses que já padecem com  a pandemia do coronavirus, a dengue, etc. *** Se atribui ao mercúrio lançado nas aguas do Madeirão para a lavra do ouro o aumento dos casos de câncer em Porto Velho na década passada *** Sem contar que se trata da contaminação de uma importante fonte de abastecimento de água para a capital e redondezas *** Só nos faltava está: tomar suco de mercúrio do Rio Madeira. É coisa de louco!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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