Terça-feira, 8 de setembro de 2020 - 08h53
Esperando a sobra
Não é novidade que o governo brasileiro é uma colcha de retalhos. No período 1989–2018 houve o presidencialismo de coalizão, com ministros indicados pelos partidos. Com o novo governo, em 2019 foi tentado um presidencialismo de alas: militar, técnica, ideológica, evangélica, bala…
Não funcionou, porque o governo precisa de maioria no Congresso e isso requer alguma coalizão. Por conta disso houve o retorno ao Palácio do Planalto de uma velha e influente ala, que sempre governou desde o preparo da Constituição: o Centrão. Havendo uma ferrenha disputa entre alas, a que tem mais diálogo com as outras tende a triunfar. Isso favorece o Centrão, que domina com requinte a arte política.
Neste momento há uma guerra aberta entre o presidente do Conselhão da Amazônia, Hamilton Mourão, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O cenário mais fácil de prever é o ministro ser trocado por alguém do Centrão, pois Mourão, vice-presidente eleito pelo voto popular, não pode ser demitido.
O presidente Jair Bolsonaro pode apaziguar a situação, porque escolheu os dois, mas o Centrão terá interesse em explorar o atrito e jogar mais lenha na queimada para emplacar mais um importante ministro, com o qual poderá dialogar em ótimas condições com banqueiros, governos e investidores estrangeiros. Será como aproveitar o calor do fogo para se refrescar com açaí.
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Jogo de estratégia
Até agora deu certo a estratégia dos candidatos de ponteira a prefeitura de Porto Velho – Hildon Chaves a reeleição pelo PSDB, Leo Moraes pelo Podemos e Mauro Nazif (PSB) – em retardar o lançamento de suas candidaturas. A campanha acaba saindo mais barata e levam menos cacete dos adversários. Mas as convenções estão aí e se forem realmente candidatos não terão mais como se esconder. A desconfiança generalizada é que os três são desistentes já que até agora não saíram da moita.
As polarizações
No interior rondoniense já começa a se desenhar as polarizações das eleições 2020 nos principais polos regionais do estado. Em Ariquemes Thiago Flores (PSL) x Tziu Jidaias (Solidariedade), em Ji-Paraná o prefeito pedetista Marcito Pinto contra Esaú Fonseca (MDB) x Ary Saraiva (PSB); em Cacoal a prefeita Glaucioni Nery contra Fúria (PSD), em Vilhena o prefeito Eduardo Japonês (PV) x Rosangela Donadon (PDT). Grandes duelos na temporada.
MDB nas paradas
Mesmo rachado entre raupistas e confucionistas o MDB está otimista para as eleições municipais, lançando candidaturas nos principais municípios do estado. Em Porto Velho, Willians Pimentel, em Jaru o prefeito Junior Gonçalves a reeleição, em Ji-Paraná Esaú Fonseca, em Cacoal Glaucioni Nery a reeleição. Já, em Vilhena, no cone sul rondoniense, e em Ariquemes, os candidatos do partido são meia boca, com poucas chances de chegar lá.
Fortes pressões
Os dirigentes do PSDB seguem pressionando o prefeito HIldon Chaves para assumir a candidatura à reeleição, mas uma ala tucana já está fechada com o postulante do PSD Thiago Tessari. A perspectiva é que ao final a contas se chegue a um acordo e os tucanos indiquem o vice na chapa de Tessari, que tem apoio do ex-senador Expedito Junior, habilidoso nas tratativas políticas e com grande influência no tucanato.
Nomes bíblicos
Para dar sorte, a maioria das invasões no entorno da capital que acabaram se transformando em bairros consolidados as lideranças periféricas escolheram denominações bíblicas indicando também muitos cristãos nas paradas. Assim sendo, temos os bairros que surgiram dos assentamentos Monte Sinai, Porto Cristo, Jerusalém, Terra Santa, Cristo Rei. Com a pandemia neste ano ocorreu uma redução de invasões tão típicas em anos eleitorais.
Via Direta
***No sábado os primeiros candidatos a prefeito em Porto Velho foram confirmados em convenções. Eyder Brasil (PSL) e Geneci Gonçalves (PSTU) ***No próximo dia 14, o PTB realiza convenção na capital para confirmar o nome do seu candidato a prefeito, o empresário Leonel Bertolim, com o apoio dos dirigentes Alex Palitot e Nilton Capixaba *** O ex-vereador Everaldo Fogaça vai tentar uma cadeira a Câmara Municipal de Porto Velho no pleito de novembro *** Na Câmara dos Deputados existem pressões de alguns parlamentares para a votação do projeto do fim do foro privilegiado que já foi aprovado no Senado em 2017 *** Como os partidos do centrão estão na base aliada – além do MDB e DEM ligados como carrapatos ao presidente Bolsonaro – fica difícil que a proposta seja aprovada.
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