Quarta-feira, 30 de dezembro de 2020 - 08h39
O
recente progresso da China nada tem a ver com “comunismo”, que só poderia haver
em uma sociedade pós-capitalista. A China é só um caso óbvio de capitalismo de
Estado. Seu sucesso, depois de aparentemente ter vencido a pandemia e retomado
com força o crescimento econômico, resulta da tradição oriental de trabalhar
duro e com paciência confiando nos bons resultados que virão dessa combinação.
Em
segundo lugar, e não menos importante, deve-se a uma conquista do Estado
moderno: o planejamento, processo técnico instrumentado para transformar a
realidade no sentido de objetivos previamente estabelecidos, segundo o
professor José Afonso da Silva. O que falta para o desenvolvimento da Amazônia
é o mesmo que falta ao Brasil: não há um projeto de Nação, só uma briga
política interminável que depois de medidas populistas para amenizar situações
difíceis (Plano Cruzado, auxílio emergencial) acabam explodindo em crises futuras.
Na
visão de um técnico experiente, Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa
Territorial, desde 1990 não há planejamento para a Amazônia. A tarefa caberia
ao governo, aliando planejamento e união nacional, mas será difícil concretizá-la
em eterno clima de disputa eleitoral. Quem não consegue planejar nem a
vacinação, que salva vidas, conseguirá ser capaz de salvar o país de sua
desarrumada infraestrutura?
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As comemorações
Apesar
da pandemia, o estado de Rondônia tem muito a comemorar seus 39 anos de
instalação neste 4 de janeiro. O estado segue em ritmo forte de crescimento
impulsionado pelo agronegócio com as exportações de soja, carne e derivados,
madeira, entre outros produtos. O PIB rondoniense tem aumentado 3,5 por cento
ano superior a maioria dos estados, muitos endividados, pagando o funcionalismo
e fornecedores a conta gotas. O governador Marcos Rocha segue a eficiência da
gestão Confúcio, época das vacas gordas.
Como era?
Na
transformação do território federal de Rondônia em estado em 1981, Rondônia
chegava aos 500 mil habitantes, impulsionado por um forte deslocamento migratório,
principalmente dos estados do sul do país, mais Minas Gerais e Espirito Santo.
O portal dos migrantes em Vilhena registrava a origem da migração, predominando
famílias paranaenses, das regiões Oeste e Norte do Paraná. No interior a migração
saltava com a distribuição de módulos rurais. Na capital, os garimpeiros
acorriam a Porto Velho, com o garimpo do Rio Madeira tomado por balsas e
dragas.
Classe política
Na
instalação do estado em 1981, as principais lideranças políticas eram o governador
do Território Jorge Teixeira (PDS) que foi mantido como o primeiro governador
do estado e o deputado federal Jerônimo Santana (MDB). A Câmara de Vereadores
de Porto Velho funcionava até então como uma espécie de Assembleia Legislativa,
com representantes eleitos pelo interior, como João Dias Vieira, de Ji-Paraná.
Na capital
Em
1981, na instalação do estado, Porto Velho foi mantida como capital. Uma época em
que os prefeitos sofriam nas mãos dos governadores, eram nomeados e deviam toda
obediência ao mandatário do então Palácio Presidente Vargas. Qualquer insubordinação
era motivo para troca. O engenheiro Sebastião Valadares foi mantido como primeiro
prefeito da capital, só trocado com a formação da Aliança Democrática que
derrubou Teixeirão, mais isto já era 1985.
Curiosidades
Estudos
da Secretaria de Planejamento de Rondônia em 1981, com base nos índices de crescimento
gerado pela migração desenfreada, projetava Rondônia com 2 milhões de habitantes
ainda no ano de 2000. A previsão não se
concretizou porque nos anos 90, o estado viu avançar a corrente migratória para
o Amazonas, Acre e Norte do Mato Grosso. Também ocorreu uma grande revoada de
paranaenses de volta para as araucárias e uma corrida para Miami, EUA.
Via Direta
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Os partidos nanicos, em vista dos resultados nas eleições municipais em todo o
pais já planejam mudanças na legislação eleitoral para não serem extintos ***Se tratando dos políticos, tudo pode acontecer,
mesmo esta aberração liderada pelas siglas de aluguel *** Vai começar em poucos dias a colheita da soja em Rondônia. Como se
trata de um dos principais vetores econômicos do estado, a expectativa dos
exportadores é grande ***Lembrando que a China e alguns países asiáticos
são nossos principais importadores da leguminosa *** Com a Assembleia Legislativa e as câmaras de vereados em recesso o
noticiário político regional mixou de vez. Mas sempre tem alguma operação da
Policia Federal junto aos políticos para esquentar a coisa
Vivemos um grande clima de incerteza com relação as eleições 2026 em Rondônia
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