Sexta-feira, 26 de janeiro de 2024 - 15h05
Na
última década o Brasil virou de pernas para o ar. O presidente da República já
não governa como os imperadores, os marechais e notáveis da Primeira República,
os generais e os políticos que vieram a seguir. Tornou-se um erro elementar
qualquer referência a qualquer governo pelo nome do presidente.
Depois
de Dilma Rousseff, a República virou uma pasta híbrida em que o ativismo
judicial se somou ao predomínio inabalável do Centrão, impedindo a ditadura do
Executivo. O “sistema”, palavra da moda, impôs na prática um
semipresidencialismo ainda informal, mas bem visível. Nos estados e municípios
em que o chefe de governo consegue negociar maioria parlamentar, qualquer
ousadia é derrubada pela Justiça. O nome do “sistema” é freios e contrapesos.
Sem eles, tudo acaba em impasse.
No
caso do meio ambiente, partes do mundo sofrem com temperaturas que chegam à
sensação térmica 50 graus Celsius, enquanto outras sofrem tempestades congelantes
de 40 graus abaixo de zero. Quando há fenômenos extremos qualquer avaliação
subjetiva sobre governo tal ou qual perde sentido. A única atitude sensata na crise
é perceber que o barco é o mesmo e unir a sociedade, deixando os melindres e
rancores para as bolhas isoladas. Não existe um desmatamento do Temer, do Bolsonaro
ou do Lula. É o desmatamento do Estado brasileiro, com sua sopa de poderes, na
qual todos são semi (ou quase) presidentes.
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Fazendo as contas
Fazendo
as contas sobre o que vai dar uma aliança entre o prefeito Hildon Chaves (PSDB)
e o governador Marcos Rocha (União Brasil) visando as eleições municipais de
outubro num eventual apoio a ex-deputada federal Mariana Carvalho (Progressistas)
se antevê chuvas e trovoadas. Ocorre que a base do govenador Marcos Rocha é
majoritariamente evangélica, um segmento onde Mariana tem grande rejeição.
Expoentes da aliança também não querem apoiar Hildon Chaves ao governo em
2026.Naturalemente, com a espada na garganta, Rocha seguirá alinhado com suas
paliçadas de sustentação.
Muitos percalços
Se
constata desde já que o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves terá muitos
percalços para fechar uma aliança rumo ao Centro Político e Administrativo em
2026. Até agora ele tem se articulado bem e tem grande força a partir de uma excepcional
administração em Porto Velho, uma cidade que conta com com um terço do eleitorado
do estado. Foi ponta firme também ao assumir a Associação Rondoniense dos
Municípios-AROM como forma de interiorizar seu nome, onde possíveis adversários
como Ivo Cassol, Jaime Bagatoli e Confúcio Moura são mais providos.
Aliança dos Contras
A
aliança das forças anti-Hildon Chaves vai mostrando claramente que não aceita
Mariana como candidata à prefeitura em outubro e tampouco ele (Hildon) como
candidato a governador em 2026. É uma situação desconfortável. Sabe-se que
Rocha só se elegeu ao segundo mandato contra Marcos Rogério pelo apoio de Hildon
Chaves e Mariana, mas agora ele se vê numa encruzilhada. Perder Hildon e
Mariana é um golpe forte, mas perder suas bases é pior ainda. Tem o sacrifício
da lealdade para decidir rachando suas bases ou a sua sobrevivência política
como opções.
Jogo de astúcia
As
convenções municipais para a homologação das candidaturas a prefeito serão realizadas
em julho. Até lá teremos um jogo de astucia, de habilidade, de punhais da
traição em andamento. Sempre alertando que com bases rachadas ninguém consegue
se eleger em Rondônia. Favoritos tombaram na disputa ao governo, senador e as prefeituras
pelo desacordo dos partidos alinhados. Uma ruptura política entre Hildon Chaves
e Marcos Rocha é o caminho mais curto para um despenhadeiro e uma festa para os
“contras”. Juntos o Hildon e Rocha são fortes, separados estarão fragilizados
para futuros pleitos.
Coração sangrando
Em
política já vi de tudo em Rondônia. Hildon Chaves já anunciou Mariana como sua
candidata a prefeitura da capital, ela merece o apoio, foi a parlamentar que
mais destinou recursos para sua administração –inclusive para a nova rodoviária,
praças e avenidas – é minhoquinha da terra – íntegra, preparada, foi uma baita
vereadora e uma excepcional deputada federal e madura para assumir o desafio
que é gerir o grande legado de Hildon. Nosso alcaide já deve estar dividido com
o coração sangrando, entre a lealdade para quem tanto deve, ao punhal da
traição sacrificando a candidatura de Mariana, para poder se equilibrar no jogo
sucessório de 2026.
Via Direta
*** Depois do Amazonas e do Pará, o
narcotráfico já está explorando o garimpo ilegal de ouro e pedras preciosas nas
reservas indígenas de Rondônia*** Impressiona a ganancia das facções
criminosas disputando território em solo rondoniense. A facções já estão
entranhadas com políticos de todas as esferas *** Teremos disputas renhidas de Ariquemes e Vilhena, onde a oposição
se prepara para depor os prefeitos *** O clã Donadon está se unindo em
torno do ex-deputado federal Natan para o Cone Sul retomar uma cadeira a Câmara
dos Deputados no pleito de 2026 *** Terá
como possíveis adversários Evandro Padovani e Wivelando Neiva de Carvalho na
região.
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