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Carlos Sperança

Feijão com arroz + A conveniência + Eleição complicada + O canibalismo


Feijão com arroz + A conveniência + Eleição complicada + O canibalismo - Gente de Opinião

Feijão com arroz

Já vista em boa parte do mundo e em grandes centros nacionais, a exposição “Amazônia Mundi” foi instalada no Balneário Camboriú (SC) justamente no momento em que os agricultores do Sul se horrorizam com os efeitos da seca, ameaçando o arroz, o feijão, o milho, o leite e outros produtos, como a maçã e frutas diversas. A exposição projeta as belezas da Amazônia e a ideia de que sua preservação interessa ao mundo.

No caso dos agricultores do Sul, interessa um equilíbrio ambiental em que eles possam continuar a produzir alimentos de qualidade sem amargar as secas contínuas e as inundações. O deslumbramento com a mostra sobre a Amazônia é proporcional à preocupação com danos irreversíveis a esse bioma único.

Ao ser apresentada nos EUA, Alemanha, França e Japão a mostra que agora chega ao Sul brasileiro causou impacto semelhante. Os agricultores sulistas se perguntam se o desequilíbrio que altera o ciclo de chuvas e prejudica suas lavouras, criação e pomares ainda poderá ser revertido.

No exterior, a pergunta é se as anunciadas medidas de desmatamento zero na região podem ser cumpridas mantendo a noção perversa de que crimes ambientais trazem “progresso” e com a prevaricação correndo solta. A situação de desequilíbrio preocupa porque já afeta o pão de cada dia, o leitinho das crianças e o feijão com arroz da tradicional mesa brasileira.

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A conveniência

Os bolsonaristas rondonienses não acreditam na chapa petista lançada recentemente ao governo estadual, Senado e Câmara dos Deputados e dizem que nem como a estrela vermelha de Lula a formação decola. Conforme avaliação, o ex-deputado federal Anselmo de Jesus e a ex-senadora Fatima Cleide não ganham eleição a muito tempo e Ramon Cujui, o postulante ao Senado, levou pedradae perdeu feio na eleição a prefeito em Porto Velho ficando na rabeira. A coisa vai esquentar entre petistas e bolsonaristas no pleito deste ano. É a busca de polarização, algo que interessa os dois lados no cenário federal.

A impressão

Nos bastidores a impressão é que a chapa petista anunciada recentemente em Rondônia está colocada para negociações com outras agremiações, principalmente se forem candidatos de ponta, descartando-se naturalmente os candidatos do bolsonarismo. Por isto, aliança com o possível candidato Confúcio Moura (MDB) seria aceita, se esquecendo de antigas magoas com a cassação da presidente Dilma Rousseff, liderada pelo então vice Michel Temer, taxado de golpista pelos petistas até os dias de hoje. O tucano HIldon Chaves também seria bem aceito numa composição majoritária.

Eleição complicada

Se os bolsonaristas rondonienses voduzam os petistas, o lado do Lulopetismo considera que o segmento governista não vai prosperar em Rondônia devido ao racha. Bolsonaro conta com três candidatos ao governo de Rondônia, que são o governador Marcos Rocha (União Brasil), o senador Marcos Rogério (PL) e o ex-governador Ivo Cassol (PP) e administrar esta situação para o Palácio do Planalto é muito desgastante. Alguém escanteado pode sair magoado deste processo e se transformar em oposição o que renderia prejuízos ao projeto de reeleição do atual presidente nestas bandas.

Cadeira ao Senado

A única cadeira ao Senado destinada a Rondônia será a mais disputada de todos os tempos, seja pelo número de possíveis candidatos como pelas figuras de expressão política. Pelos nomes que estão surgindo, o pleito vai ser marcado pela regionalização indicando enorme fragmentação de votos. Vejam nomes cogitados: 1 –Ex-governador Valdir Raupp (MDB-Rolim de Moura) 2- Ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade-Cerejeiras) 3- Empresário Jaime Bagatolli (PL-Vilhena) 4 -Ex-senador Expedito Junior (PSD-Rolim de Moura) 5-Ramon Cujui  ( PT-Porto Velho) 6 –Jaqueline Cassol (PP-Cacoal) 7 – deputado Alex Redano (Progressistas –Ariquemes) 8-Jesualdo Pires (PSB-Ji-Paraná) 9-Leo Moraes (Porto Velho-Podemos).

O canibalismo

Embora concentre os favoritos para a peleja ao Senado, as regiões de Rolim de Moura e Vilhena estão muito congestionadas. Esta fragmentação de votos vai beneficiar as postulações de Porto Velho (no caso Leo Moraes), de Ji-Paraná (Jesualdo Pires) e Ariquemes, base de Alex Redano. Com tanto canibalismo regional, temos incógnitas pela frente, mas a receita é até simples para esta jornada:  o candidato tem que ganhar bem em casa, na sua base eleitoral e conseguir uma pontuação razoável nos redutos adversários. É muito tigre no mesmo capão, coisa de louco!

Via Direta

*** No PT, a ex-senadora Fatima Cleide lidera a nominata do partido à Câmara dos Deputados e Hermínio Coelho a lista dos postulantes a Assembleia Legislativa *** No PDT, a deputada federal Silvia Cristina (Ji-Paraná) ponteia a lista dos postulantes a Câmara Federal e a deputada estadual Rosangela Donadon (Vilhena) a nominata a Assembleia Legislativa *** Lembrando que temos a abertura da janela da infidelidade a partir de março onde teremos um grande troca-troca de partidos nas assembleias legislativas e Câmara dos Deputados *** Alguns parlamentares vão buscar legendas com mais recursos, casos do União Brasil que tem a fatia do leão do Fundão eleitoral ou acomodações em siglas onde terão mais chances de emplacar mandatos *** Já começou a contagem regressiva para as mudanças.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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