Terça-feira, 19 de dezembro de 2023 - 08h05
Uma
das mais qualificadas publicações da imprensa mundial, The Economist
publicou há pouco uma resenha da situação amazônica. Toda ela merece leitura
atenta, por abarcar grande parte de sua complexidade, mas dois pontos nem
sempre considerados precisam ser puxados para dimensionar o grau de dificuldade
para definir de pronto as soluções necessárias para o futuro do Brasil, via
bioeconomia, e da humanidade, contornando as ameaças de apocalipses bélico,
sanitário e climático.
O primeiro ponto é a questão da propriedade.
Na sociedade, parlamentos, governos e Judiciário, há muitos defensores do
direito de propriedade. Alguns são doutrinados pelas melhores academias e
fundações de estudos de todo o mundo, mas não se interessam ou não buscam a resolução
do mais grave problema que ameaça a propriedade particular ou pública neste
país: há pelo menos 22 agências do governo federal e de outras instâncias
governamentais onde se pode requerer a posse da terra, mas elas “não conversam
realmente entre si”, como disse à renomada publicação inglesa a pesquisadora Brenda
Brito, do Imazon, e por isso reina a grilagem, severo atentado ao direito de
propriedade.
Outro
ponto é o desacato às leis. “O Brasil tem muitas regras federais sensatas para
proteger a floresta amazônica, mas sua aplicação é lamentável”. Também por
falta de interesse e vontade, direitos restritos e impunidade geram impasses,
injustiças e atraso.
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No garimpo
Sou
daqueles ferrenhos defensores da natureza e, por conseguinte aprovando as expedições
punitivas da Policia Federal e dos órgãos do meio ambiente para restringir o
garimpo no Rio Madeira, cujas águas já estão muito contaminadas com mercúrio
atingindo o abastecimento de água de Porto Velho e os peixes que cada por
demais contaminados. No entanto a coisa precisa ser feita com planejamento de
forma de proporcionar alternativas econômicas para os que vivem da garimpagem.
Constato desemprego, fome e miséria no segmento, conforme tenho verificado nas
últimas semanas.
Mais problemas
Nas
andanças pela capital, também constatei o combo garimpo/cocaína. O tráfico de
drogas entrou com força nos garimpos da Amazonia e o comércio do ouro e das
pedras preciosas ajudam na lavagem de dinheiro, assim como outras atividades
suspeitas estouradas em outras capitais nos últimos anos. No rastro da atividade
garimpeira-cocaineira também vem a criminalidade, a prostituição derivadas e o
fomento das cracolandias que se espalharam
pelas ruas de Porto Velho nesta década. Enfim, ao meio de tantas barbaridades
existem famílias trabalhadoras atingidas pelo desemprego.
Natal do crime
Imbuídos
na busca de um natal e ano novo mais promissores, os criminosos de Porto Velho
se atiram aos arrombamentos, assaltos, e
golpes dos mais variados. Os drogados arrombam lojas e residências –e isto é
por toda cidade – e o centro antigo é o mais afetado num cenário triste e até
desolador. Hoje em dia temos estirados nas calçadas mendigos e drogados que dormem
até tarde do dia e os transeuntes passando por cima, algo virando rotineiro.
Não bastasse, temos centenas de foragidos nas ruas ameaçando a população. É
coisa de louco!
Corda no pescoço
O
ano de 2024 vai começar com vários políticos com a corda no pescoço ameaçados
de afastamento ou mesmo de cassação. Na Região Norte, são os casos dos governadores
Antônio Denarim, de Roraima, e Gladson Cameli, do Acre, enrascados com a
justiça até o talo. No sul do País, bolsonaristas e petistas se uniram na cassação
do senador Sergio Moro (União Brasil) e o Ministério Público Eleitoral está
pedindo a cassação do parlamentar paranaense com inelegibilidade. Moro esta
frito, assado na brasa. Petistas e bolsonaristas já se preparam para uma
eleição suplementar ao Senado no ano que vem e já tem até candidatos definidos.
A rodovia 319
Inaugurada
em 1976, a BR 319 que conecta Porto Velho a Manaus, numa extensão de quase 900 quilômetros,
trouxe grande expectativa com o fim do isolamento rodoviário dos estados do
Amazonas e de Roraima, na Amazonia Ocidental. No entanto a estrada esta intrafegável
a mais de 30 anos, e deixa de operar durante todo o inverno amazônico, já que
cerca de 450 quilômetros se transformam em lamaçais imensos impedindo o trafego
com ônibus e caminhões atolados no chamado “meião”. Em 2024 as bancadas federais
de Rondônia, Amazonas e Roraima vão intensificar os esforços para que a estrada
seja restaurada.
Via Direta
*** Com o fim da estiagem, o porto de
Manaus começa a receber mais de 10 mil contêineres por semana, com o
abastecimento restabelecido tanto na Hidrovia do Madeira, como na Hidrovia do
Amazonas ***
O trafego na BR 319 é intenso neste período do ano. As chuvas ainda não interromperam
a ligação Manaus-Porto Velho *** A
viagem de ônibus é feita no trajeto em 24 horas, com movimento enorme em vista
da falta de voos para Manaus e a morosidade da viagem fluvial que dura até
cinco dias *** Estou acompanhando as estatísticas das secretarias de
segurança da região, dando conta na redução de homicídios, latrocínios,
feminicidios e preocupado com a falta de veracidade das informações. Ocorre que
na prática a coisa está feia.
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