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Carlos Sperança

Indígenas em busca da terra na capital e os garimpeiros apavorados


Indígenas em busca da terra na  capital e os garimpeiros apavorados - Gente de Opinião

Indígenas e capital

Em meio a discursos dúbios, principalmente as dúvidas sobre ongs e os programas socioambientais voltados para a Amazônia, destacou-se há pouco o do senador Plínio Valério (PSDB-AM) ao considerar “irônico” que haja indígenas “em busca de terra na capital”. Na verdade, não é irônico, mas trágico, pois não vão à capital em busca de terra, que há de sobra nas reservas. Vão à capital em busca de capital, ou seja, de meios de vida para fugir à escassez de recursos para assistência básica nos municípios do interior, corretamente denunciada pelo senador.

Só erra quando supõe que a função das ongs seria suprir essas deficiências, quando cada ong tem um foco específico e só ele deve ser cobrado. Se ongs tivessem que suprir as deficiências das prefeituras deveriam receber os recursos que vão para elas e não são aplicados nas áreas mais deficitárias. Sem a injustiça de acusar os municípios de descaminhar os recursos, deve-se reconhecer que falta dinheiro para tudo, da infraestrutura à assistência básica.

Como dinheiro não cai do céu e ninguém aguenta mais aumento de impostos, não é o caso de cobrar de ongs o que não podem entregar além do foco declarado, mas de apoiar a recomposição dos recursos que chegam aos municípios e aprimorar sua destinação. Há uma reforma tributária em trâmite, mas muito complicada, pois é difícil maquiar aumento de impostos tentando enganar a parte mais sensível do corpo humano: o bolso.

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Boas largadas

As batalhas pelas prefeituras das capitais do Norte já começaram. As melhores largadas são do ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB)) em Rio Branco, do atual prefeito de Manaus David Almeida (Avante) a reeleição, do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil) em Porto Velho e do atual prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) na peleja pela reeleição. Como em todas as capitais relacionadas ocorrem eleições em dois turnos, os favoritos podem dançar se os opositores se unirem no segundo. Em Porto Velho já tivemos grandes viradas, por exemplo.

Nossos garimpeiros

Os garimpeiros instalados com balsas em algumas regiões de Porto Velho estão apavorados diante das operações da Policia Federal  em municípios amazonenses. Já foram 300 balsas alvo de explosões nas últimas semanas e alguns garimpeiros já estão retirando seus equipamentos do Rio Madeira preventivamente. Se de um lado estão poluindo o rio com mercúrio e causando com isto muitos casos de câncer na região, de outro lado existe o problema de desemprego. Também traficantes, garotas de programa e foragidos que atuam no segmento padecem com prejuízos, mas no momento em que a Caerd aumenta a captação de água para distribuição na capital no Madeirão as operações são mais do que necessárias.

O centro antigo

Diante da omissão das autoridades e das entidades representativas, o centro histórico de Porto Velho vai se esvaindo em fechamento de lojas e aquelas que resistem, são alvo de arrombamentos pelos zumbis drogados das cracolândias centrais. Então não existe fiação elétrica que resista, é todo dia furtos de cabos elétricos no comércio e nos postes. A decadência da região é tão grande que existem quadras inteiras com pontos fechados, além da redução de agências bancárias e até o comércio do ouro se escafedeu da Av. Sete de Setembro, algo tão prospero em épocas passadas. E não existe planejamento para melhorias.

As indefinições

Porque as indefinições no cenário sucessório m Porto Velho no pleito 2024, enquanto em outras capitais os postulantes já estão correndo trecho? Existe um motivo: muitos políticos locais esperam que o governador Marcos Rocha (União Brasil) e o senador Jayme Bagatolli (PL), com pendencias na justiça eleitoral, se ferrem, que caiam do cavalo. E sem eles, o quadro político muda muito. Algumas lideranças acreditam que poderá até ocorrer uma nova eleição ao Senado para suprir a cadeira do senador bolsonarista que deu aquela virada em cima de Mariana Carvalho.  Mas acredito que é mais fácil galinha criar dentes.

Bandidos soltos

São tantos criminosos soltos em Porto Velho – mais de 2 mil entre foragidos, condenados e com tornozeleira eletrônica – que dá até medo até de sair nas ruas. A Polícia já se vê diante do fato de selecionar quem vai prender, porque faltam vagas nos presídios e se forem capturados todos os feminicidas, homicidas, latrocidas, assaltantes, arrombadores e traficantes, seria necessário requisitar vários ginásios de esportes. E num estado onde os cartéis do narcotráfico chegaram para valer, as disputas por território são sangrentas e é a nossa juventude mais atingida, seja com prisões - ou sepultamentos.

Via Direta

*** Em Rondônia alguns prefeitos nadam de braçadas para a reeleição. São os casos de Carla Redano (Ariquemes) e Adailton Furia em Cacoal *** Em Ji-Paraná, o afastamento do prefeito Esaú Fonseca complicou sua reeleição e seu retorno ao Palácio Urupá está difícil. Com isto assume o protagonismo local, o ex-prefeito Jesualdo Pires (PSB) *** Também alguns ex-prefeitos devem retornar ao pódio e são favoritos em seus municípios, caso do ex-deputado federal Lindomar Garçom (Republicanos) em Candeias do Jamari *** No meio dos deputados estaduais muitos nomes são lembrados como postulantes as prefeituras municipais, caso de Laerte Gomes (PSD) em Ji-Paraná.   

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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