Terça-feira, 11 de janeiro de 2022 - 10h15
O
negacionismo, basicamente, consiste em duvidar da cultura e da ciência. Quando
há crise e a miséria aumenta, há uma desesperada tentativa de atribuir uma face
material ao Mal invisível que se considera responsável pelas desgraças. Há
seitas que tomam o dinheiro pela a raiz do Mal, enquanto para outros ele está
nas conquistas da civilização: inovações, tecnologia etc.
O
futuro é tão incerto que o sonho com um passado idealizado como bom e puro
aparece como a fantasia de corrigir o Mal que assola o mundo. A realidade
mostra que o dinheiro é só uma convenção para valores. Ironicamente, são as
conquistas da ciência que um dia vão fazê-lo desaparecer, tanto quanto o
petróleo, também acusado de causar guerras, poluição e desgraças, um dia será
apenas resíduo em museu. Os museus, assim, servem para avaliar o passado, não
para tentar ingenuamente o improvável retorno ao Éden ou ao Império, que chegou
a ser o maior do mundo nos tempos do rei João VI.
O
Museu de Ciência da Amazônia, que vai assinalar o bicentenário da
Independência, surge no local em que foi tentado um dos sonhos mais ambiciosos
já idealizados: em 1934, Henry Ford quis extrair aqui a borracha que iria usar
nos pneus dos seus carros. Sua Fordlândia fracassou, mas o Museu de Ciência vai
materializá-la para contar que o passado só serve para estudos, porque retornar
a ele é tão insano quanto negar que aconteceu.
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A transferência
Nem
sempre lideranças destacadas e as vezes até endeusadas, como o governador Jorge
Teixeira conseguem transferir votos para seus pupilos. Teixeirão conseguiu emplacar
no pleito de 1982, os três senadores –Odacir Soares, Claudionor Roriz e Galvão
Modesto – cinco dos oito deputados federais
e 15 dos 24 deputados estaduais para a Assembleia Legislativa, numa legislatura
que fez história. Grandes governadores, como Ivo Cassol, não tem obtido a mesma
proeza de transferir votos. Os candidatos que apoiou a prefeitura de Porto Velho,
por exemplo, todos levaram pau, de Everton Leoni a Garçom, de Leo Moraes a
Cristiane.
Nem parentes
Exceto
Valdir Raupp que tornou sua esposa Marinha a deputada federal mais votada e
recordista de mandatos a Câmara dos Deputados, outros políticos de grande estatura
fracassaram na tentativa de eleger familiares. Ivo Cassol não elegeu sua esposa
Ivone, no auge da sua popularidade. Confúcio Moura tentou eleger a irmã em Ariquemes
e tubulou gloriosamente. Expedito buscou emplacar a esposa, também não deu
certo e anos depois garantiu o filho Expedito Neto a Câmara dos Deputados. Os
governadores Jeronimo, Piana e Bianco não deixaram herdeiros políticos.
Marcos Rocha
O
atual governador Marcos Rocha (União Brasil) vai à eleição de outubro, tocando
seu projeto de reeleição, apoiado por um pelotão de quase três dezenas de
prefeitos rondonienses. Inicialmente acredita-se que seja bem-sucedido em
alguns municípios, em outros não, mesmo com tantos programas de obras, como
Tchau Poeira, regularização fundiária, etc. Alguns setores da sua administração
padecem, como a saúde e a segurança pública. Mas lembro que tanto Ivo Cassol
como Confúcio se reelegeram com déficits nos mesmos quesitos.
Taca-lhe o pau!
Também
quero citar uma característica interessante dos governadores rondonienses.
Sempre todos atentos ao surgimento de predadores, se algum político mostrar a
cabeça fora da toca, logo leva uma bela paulada. Jerônimo não deixou Tomás
Correia crescer, Piana asfixiou possíveis concorrentes, Raupp, como uma sucuri
aplicou seu laço em José Guedes e Ildemar Kusler. Cassol era o Sol, batia o pé
e os deputados botavam o rabo entre as pernas. E aí, outro dia me perguntaram
sobre o governador Marcos Rocha, ele age assim também? Com certeza. Ele farejou
o risco Bagatolli em seu caminho e tratou de cortar suas asas desde o início. E
assim caminha a humanidade!
Favoritos tombaram
Outra
coisa interessante nas eleições rondonienses são os favoritos tombando. Em
1990, Oswaldo Piana derrotou o favorito Valdir Raupp, em 1994 Raupp voltou a
disputar o governo de Rondônia e derrubou o maior favorito de todos os tempos
Chiquilito Erse. Em 1998, Raupp era o top das Galáxias e foi derrotado por José
Bianco. O que dizer de Expedito Junior que disputou duas eleições como favorito
e levou pau de Confúcio e Marcos Rocha? Em 2022, os favoritos são os ex-governadores
Ivo Cassol (PP) e Confúcio Moura (MDB), mas como se vê favoritismo em Rondônia
não diz muita coisa.
Via Direta
*** Com cerca de 600 mil habitantes e algo em torno de 350 mil eleitores Porto Velho vai se firmando como o grande cenário da eleição ao governo do estado em 2022 *** Um palco ruim para os governadores de plantão, mas não para aqueles que pagam em dia o funcionalismo público e os fornecedores. Ivo Cassol e Confúcio se reelegeram assim, mesmo patinando na saúde e na segurança pública *** Ivo tem a melhor largada em Porto Velho, Marcos Rogério depende de Hildon e Ieda para crescer por aqui, já que Expedito na capital funciona como âncora e foi ocultado até na campanha de Hildon a reeleição no passado *** O predador do governador Marcos Rocha é Confúcio, uma guerra entre criatura x criador. São disputas empolgantes, torcida brasileira!
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