Segunda-feira, 7 de outubro de 2024 - 07h39
A
bioindustrialização, moldada nos termos da sociobioeconomia inclusiva, pode
criar uma sociedade de classe média predominante na região amazônica, segundo o
cientista Carlos Nobre, membro da equipe que ganhou o Prêmio Nobel da Paz de
2007. No passado, a palavra “natureza” dizia tudo, mas seu uso inadequado,
justificando a destruição ambiental como necessidade natural da humanidade,
exigiu da ciência definições mais precisas, embora por vezes não muito claras.
Bioindustrialização,
bioeconomia, biodiversidade e sustentabilidade são palavrões do bem.
Biodiversidade significa um patrimônio riquíssimo a explorar com base na
sustentabilidade. A bioeconomia, nesse sentido, é um ramo específico do
conjunto das relações de desenvolvimento e a bioindustrialização é seu segmento
com maior potencial de rentabilidade. Nesse caso, é possível resumir
perfeitamente todos esses quilométricos palavrões com uma expressão bem
simples: mais dinheiro no bolso para mais gente.
Bioindustrializar
quer dizer agregar valor aos produtos da biodiversidade, o que depende de
estancar o desmatamento, evitar as perdas de qualidade da floresta e investir
em infraestrutura e qualificação. Não faz sentido haver tanto potencial de
enriquecimento e os investimentos públicos e privados em tecnologias para a
bioindustrialização chegarem a conta-gotas.
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Nova eleição
Com
os dois candidatos definidos para o segundo turno em Porto Velho, Mariana
Carvalho (União Brasil) e Leo Moraes (Podemos) teremos uma nova eleição daqui a
3 semanas. Os chapas brancas de Mariana acreditavam em vitória em primeiro
turno, mas as suas pesquisas foram contrariadas pelas urnas. O voto útil – quando
o eleitor oposicionista escolhe o candidato em melhores condições para enfrentar
o candidato da situação – foi decisivo para Leo Moraes (Podemos) se descolar de
Célio Lopes (PDT) e Euma Tourinho (MDB). A última derreteu na última semana de
campanha. Os indecisos também ajudaram Leo Moraes, com votos de última hora.
Boa vantagem
Mariana
leva uma boa vantagem para o segundo turno, com quase 20 por cento de diferença.
Mas temos uma outra eleição, novos debates onde Leo Moraes é bem afiado, as
composições com os outros partidos, enfim, temos Mariana ainda favorita, mas
com seu adversário em condições de emparelhar a peleja nas próximas semanas. Mari tendo ao seu lado o prefeito Hildon
Chaves (PSDB) e o governador Marcos Rocha (União) os governistas não queriam um
segundo turno, mas preferiam claramente Leo do que Euma Tourinho na segunda
etapa já que a emedebista era mais vigorosa nos ataques a atual gestão tucana.
A ressaltar no pleito a fantástica abstenção de 25 por cento, quase 100 mil
eleitores deixaram de votar na capital.
A grande surpresa!
A
grande surpresa da temporada na capital, é que não houve surpresa, aqueles
efeitos manadas de arrepiar que levaram as vitórias surpreendentes de Roberto Sobrinho
e Hildon Chaves, que depois também foram reeleitos. Mariana, com apoio do prefeito
Hildon Chaves e do governador Marcos Rocha era natural que liderasse a peleja
neste primeiro turno, Leo Moraes, por seu lado era a bola da vez da oposição.
Enfrentou alguns percalços na campanha, saiu por último em campanha, mas beneficiado
pelo voto útil garantiu a rapadura para o segundo turno.
Nova liderança
Mesmo
com Mariana e Leo ascendendo ao segundo turno, as eleições em Porto Velho marcaram
o nascimento de uma nova liderança política. O excepcional desempenho nas urnas
do beradero Celio Lopes, além de projetar o surgimento de uma jovem liderança
promissora, também estabelece o PDT num novo patamar na capital rondoniense, a
partir de uma boa articulação do presidente estadual Acir Gurgacz. Sem dúvidas,
o PDT será a noiva mais cobiçada para o segundo turno na capital. Se acertar a
mão na escolha, o PDT vai ficar bem na foto para as eleições 2026.
Fazendo as contas
Fazendo
as contas sobre as pesquisas eleitorais em Porto Velho, mais uma vez os números
foram desmentidos pelas urnas. A projeção era de Mariana receber 52 por cento
dos votos e conquistar a eleição em turno único, mas apareceram nas urnas menos
de 45 por cento dos votos. As pesquisas diziam que o fiscal do povo Breno Mendes
seria o vereador mais votado, e ao final da apuração ficou bem distante dos primeiros
colocados. Hajam pesquisas tipo missas encomendadas, o que diga-se de passagem
é uma tradição em Porto Velho. Eleição por aqui sem pesquisas fajutas, punhal
da traição, não é eleição.
No interior
No
interior do estado, como se esperava, a maioria dos prefeitos que disputaram o
pleito foram reeleitos, casos de Lindomar Garçom (Candeias do Jamari), Carla
Redano (Ariquemes), Alex Testoni (Ouro Preto do Oeste), Flori Cordeiro (Vilhena).
Algumas eleições até foram mais acirradas, mas os atuais prefeitos conseguiram
se manter no poleiro por mais quatro anos. O alcaide Adailton Fúria (de Cacoal)
que era um dos maiores favoritos da temporada, foi um dos recordistas nacionais
em percentuais de votos, A maior exceção dos prefeitos foi o mandatário de Ji-Paraná
Esaú Fonseca, derrotado por Afonso da Mabel.
Via Direta
*** Com o sistema de abastecimento de
água já prejudicado em Porto Velho nos últimos meses para piorar as coisas as
fontes de captação no Rio Madeira tiveram seus motores afetados por redes de
pescadores ***
Nada que não pode piorar mais ainda num sistema já tão colapsado na capital
rondoniense *** O pessoal ligado ao
crime organizado e lavagem de dinheiro está comemorando a eleição de pelo menos
três vereadores nestas bandas. Investimentos seguro das facções *** A Defesa
Civil de Porto Velho ampliou a assistência aos ribeirinhos atingidos pela baita
estiagem no Rio Madeira. Muitos poços artesianos já foram perfurados.
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