Sexta-feira, 26 de maio de 2023 - 08h27
Os
dois retratos mais fortes da Amazônia exibem uma floresta riquíssima e um povo
pobre e cheio de carências, sobretudo nas periferias urbanas e no remoto
interior. Nem por crença fanática nem por cinismo se pode aceitar esta situação
contraditória como natural sob as insustentáveis alegações de que sempre foi
assim e seria a vontade de algum espírito invisível dominante.
Dados
referidos em recente debate pelo professor Márcio Holland, da Fundação Getúlio
Vargas, apontam que desde a década de 1970 quase 16% da floresta sofreu
desmatamento. Seria compreensível que a pobreza caísse na mesma proporção, mas
isso não aconteceu. Pode-se, com razão, dizer que, por outro lado, 84% da
floresta ainda se mantém e o povo não enriqueceu nesse período no mesmo
percentual – e isso também é verdade. Manter a floresta e combater os crimes
ambientais precisam ter contrapartida conquistando apoio mundial à bioeconomia
e a políticas sociais de amplo alcance e rápida eficácia.
A
necessária harmonia entre os dois retratos depende de como o Brasil será
tratado pelo mundo. Há pouco, ao anunciar que o Egito autorizou a importação de
gelatina e colágeno e a Índia passará a comprar nosso refresco de açaí, o
Ministério da Agricultura e Pecuária comemorou que um novo destino para nossos
produtos foi conquistado a cada semana desde o início do ano. Isso não vem por
acaso: é conquistado.
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Pontapé inicial
A
posse, num grande evento em Ji-Paraná, na presidência da Associação Rondoniense
de Municípios-AROM, no meio da semana, marcou o pontapé inicial da campanha ao
governo do estado do prefeito de Porto Velho Hildon Chaves. Bem prestigiado
pelo governador Marcos Rocha, seu aliado político, pelos prefeitos e lideranças
políticas estaduais, o alcaide larga bem, buscando a interiorização do seu
nome. Já sabendo que seu predador é do interior, tendo pela frente um político
da extrema direita, o senador Jaime Bagatolli, com curral eleitoral no Cone Sul
rondoniense.
Bolsonarismo animado
Com
Lula tropeçando nas próprias pernas e de joelhos para o Congresso Nacional (como
já ocorreu com os presidentes anteriores), o bolsonarismo viceja e fica
entusiasmado com o futuro. Diante da perspectiva cada vez mais forte do ex-presidente
Jair Bolsonaro perder a elegibilidade, o segmento está colocando dois nomes
para correr trecho. A ex-primeira dama Michele, que já tem viagem programada
para visitar Rondônia e o atual governador de São Paulo Tarcísio de Freitas. Se
projeta uma dobradinha para 2026 envolvendo estes dois nomes já com as bênçãos
do mito.
A industrialização
A
desindustrialização do Brasil começou pelo governo Lula 1, se estendeu nos
governos seguintes do PT, Temer e Bolsonaro e o que se sucedeu até hoje são milhões
de brasileiros desempregados e o país atrasado até na fabricação de insumos de remédios,
componentes eletrônicos e tantos outros setores essenciais, onde a ciência e a
tecnologia são essenciais. Agora o presidente Lula fala em programas a serem
lançados para a retomada da industrialização no País. Terá que lidar com um
atraso de 30 anos, num cenário onde a China e os países asiáticos tomaram
conta.
Dura disputa
Vem
aí a mais dura disputa as duas cadeiras ao Senado em 2026. Não bastassem os
senadores Confúcio Moura (MDB) e Marcos Rogério (PL) a eeleição e o governador
Marcos Rocha (PL), despontam nomes cogitados do calibre do ex-senador Expedito
Junior, do ex-deputado federal Leo Moraes (Podemos), Vinicius Miguel (PSB),
Amir Lando (MDB), prefeito de Cacoal, Fúria (PSD). Teremos também possivelmente
dobradinhas interessantes: Hildon Chaves ao governo com Marcos Rocha ao Senado,
Jaime Bagatolli ao governo com Marcos Rogério ao Senado e por aí vai.
Segundo voto
No
pleito ao Senado em 2026 teremos a questão da escolha do segundo voto já que
serão dois senadores eleitos. Lembrando que em 1994, José Bianco arrastou junto
com ele Ernandes Amorim, derrotando o grande favorito da época Amir Lando. Anos
depois, o fenômeno Fátima Cleide, na onda Lula, desbancou favoritos ao cargo
beneficiada pelo segundo voto. Com o segundo voto, Valdir Raupp seria o candidato
ao Senado mais votado de todos os tempos, deixando poeira para o grande Ivo Cassol,
também eleito. Por aí vai e com isto pelo menos um favorito em 2026 poderá
bailar perante o eleitorado.
Via Direta
*** Com quase 1.700.000 cabeças de gado
bovino, o município de Porto Velho já conta com mais bois no pasto do que habitantes
no estado inteiro ***
E com a pecuária enfrentando o recuo nos preços da arroba da carne e a saca da
soja em queda livre o agronegócio rondoniense vai registrando solavancos *** Mesmo assim o setor responde pela maior
parte do PIB rondoniense, ainda em crescente nos últimos anos, mesmo com as
baixas populacionais sofridas conforme atesta o censo 2022 do IBGE *** Com os grupos palacianos municipais e
estaduais se alinhando a candidatura de Mariana a prefeitura de Porto Velho
quem deve perder a força e sair do páreo será Marcelo Cruz (Patriota) que
chegou a ser estimulado a assumir candidatura.
Importantes causas rondonienses não foram para frente nos últimos anos
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