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Carlos Sperança

O carnaval de Porto Velho a cada ano vem se transformando em palanque dos políticos


O carnaval de Porto Velho a cada ano vem se transformando em palanque dos políticos - Gente de Opinião

O dedo acusador

No estatuto não escrito das delações, apontar o dedo acusador para alguém significa apontar três dedos contra si mesmo. Durante décadas o nacionalismo e a xenofobia delatavam religiosos e pesquisadores estrangeiros com a atuação na Amazônia. Presença aberta, cumprindo as leis e com ampla exposição, muitos não foram expulsos por vias legais: sucumbiram a balas criminosas. Os nacionalistas xenófobos, entretanto, não foram capazes de perceber que o crime que abatia religiosos e cientistas “incômodos” era a verdadeira ameaça à soberania nacional.

Do alto de suas amplas fontes de informações, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, disse à CNN que o risco de o Brasil perder a soberania da Amazônia “não é para outro país, e sim para o crime organizado”. De fato, não existe na ONU nem nos planos de guerra das superpotências a intenção de ocupar a Amazônia, algo só cogitado em teorias da conspiração e distopias.

Todos os países se beneficiam da preservação floresta e têm a obrigação de pagar pelos serviços ambientais prestados pelos seus povos. Qualquer tentativa de ocupar a região criaria mais um Vietnã: os países amazônicos iriam reagir e as ações militares causariam a devastação que pretenderiam evitar. Uma guerra pela Amazônia custaria trilhões de dólares. Alguns poucos bilhões para protegê-la da devastação e do crime, oferecendo melhores condições de vida aos povos da região, funcionará melhor.

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Fundão eleitoral

O Diretório Nacional do PT anuncia como estratégia na distribuição dos recursos do fundão eleitoral para as eleições de outubro deste ano a prioridade para os municípios com mais de 100 mil habitantes. Em Rondônia, neste caso, poucos municípios serão beneficiados, casos de Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes e Vilhena. O restante vai ficar chupando o dedo para enfrentar as forças bolsonaristas impulsionadas pelo agronegócio e com a carteira cheia do PL de Waldemar da Costa Neto e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Quebrar a polarização

Entronizado no comando nacional do PSDB, o ex-senador Marconi Perilo, de Goiás pretende batalhar para seu partido reaver a posição de protagonista na política brasileira. Para tanto pretende retomar prefeituras importantes no País e no planejamento do Diretório Nacional não descartando onde for possível alianças com o PT de Lula ou com o PL do ex presidente Jair Bolsonaro. Em Rondônia, o PSDB é pau mandado do União Brasil, partido bolsonarista que controla a legenda, mas que pode se separar nas eleições municipais deste ano por interesses dispares.

A privatização

A proposta relativa a privatização dos presídios brasileiros encontra grande resistência, embora o as penitenciárias estejam dominadas pelas facções criminosas e a justiça não tenha competência sequer para controlar a entrada de celulares e drogas nas prisões. O próprio ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida se posiciona contrário a medida, alegando que isto vai facilitar a vida do crime organizado. Infelizmente, seja pelo governo federal ou por empresas privadas, tamanha é a corrupção instalada no País, qualquer sistema poderá acabar dando errado. Antes precisa a moralização da administração dos presídios.

A fidelidade

O PL e os partidos considerados bolsonaristas enfrentam o problema da fidelidade partidária. Ocorre que a cada mudança de presidente, muitos deputados e senadores acabam votando com o governo de plantão em vista da necessidade da liberação dos seus recursos de emendas parlamentares. Com a polarização se encaminhando mais uma vez para a disputa presidencial Lula-Bolsonaro, o presidente do PL Waldemar da Costa Neto já pensa em enquadrar os traíras da legenda. A grande verdade é que os conservadores já não são tão conservadores, e a esquerda também já não é a mesma.

Carnaval político

O carnaval de Porto Velho a cada ano tem tomado novas proporções se transformando em palanque dos políticos, ainda mais em ano de eleições. Os candidatos a prefeitos e vereadores ficam atentos as movimentações dos blocos que reúnem milhares de foliões eleitores. Postulantes a vereança são acostumados a linha de frente carnavalesca, deputados estaduais e até políticos da linha evangélica não deixam de aproveitar os contatos olho no olho, com samba no pé. A agitação segue depois das folias de momo com as convenções partidárias destinadas a escolha dos pré-candidatos.

Via Direta

*** Com a privatização de dois trechos de rodovias federais em PVH, o fantasma do pedágio já assombra os rondonienses *** As esferas federais falam apenas em estudos, de uma possibilidade, mas em outros estados o pedagiamento já come solto a tempos *** Vamos ver o que será possível fazer para salvar a terrinha da medida que enche os bolsos das empreiteiras *** Trocando de saco para mala: é possível que o deputado Laerte Gomes deixe de lado a disputa do Palácio Urupá em Jipa. Ele tem sido procurado por outros candidatos para composições e com isto poderá indicar o vice do postulante escolhido *** Com os bairros e cidades alagadas até o talo, como fica a popularidade dos prefeitos e do governador em Rondônia?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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