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Carlos Sperança

O pior não veio e segue um êxodo populacional em algumas regiões de Rondônia


O pior não veio e segue um êxodo populacional em algumas regiões de Rondônia - Gente de Opinião

O pior não veio

Como poucas vezes, o atual clima de retrospectiva é menos amargo e o futuro não parece tão sombrio. É menos amargo para quem não sofreu perdas humanas e econômicas, mas o ano se encerra desmoralizando previsões de caos na economia, que embora respire com dificuldade está em melhor situação que os países envolvidos em guerras externas e internas.

O futuro parece menos sombrio quando se vê que o país escapou da polarização doentia. Ameaçando a nação com o fim da democracia e conflitos sangrentos que adviriam de um golpe irresponsável e sem apoio externo, ela traria consequências trágicas para a sociedade brasileira. Fechar o ano com a reforma tributária, que parecia impossível depois de décadas de debates infrutíferos, também projeta um futuro melhor por conta da avaliação do país lá fora, sob os mais diversos aspectos.

Superar o pior da polarização e fechar o ano em melhores condições é uma vitória do povo brasileiro, dos três poderes e profissionalismo das Forças Armadas, aval de um futuro de paz em um mundo conflituoso. Há dor, sofrimento e problemas a resolver, mas basta uma olhada aos EUA, com presidente ameaçado de impeachment, a Ucrânia destroçada, a Argentina caótica e muitas nações ameaçadas pelo autoritarismo para ver que o Brasil conseguirá fechar o ano com alguns sustos, mas sem ter que lamentar um presente doentio e um futuro assustador.

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Ano de eleições

Começamos 2024 comemorando, neste 4 de janeiro, os 42 anos de instalação do estado de Rondônia, cujo feriado foi antecipado atendendo os apelos do comercio lojista. No meio do ano teremos as convenções municipais para a homologação dos candidatos a prefeito, vice e vereadores, e em outubro as eleições. Portanto, um ano movimentado, desde as alianças para as convenções até os pleitos em primeiro turno e segundo turno tratando-se da capital. Lembrando que dois prefeitos não precisaram, em Porto Velho, de segundo turno, dois fenômenos, foram o petista Roberto Sobrinho e o tucano Hildon Chaves.

Os indicativos

Com os indicativos nacionais melhorando, casos da redução da taxa de juros, recuo do índice de desemprego, o governo Lula espera melhorar seu índice de aprovação e com isto refletir em melhorar as chances dos seus candidatos da federação Brasil Esperança, pilotada pelo PT, nas prefeituras municipais. Já se tratando dos indicativos rondonienses, a coisa não é muito boa: com a estiagem brava de 2023 pelo menos 60 por cento da produção de soja e milho tombaram. E a previsão é de uma nova estiagem de lascar neste ano. E segue um êxodo populacional em algumas regiões do estado e motores do crescimento rondoniense, como a construção civil enguiçaram.

Projeção positiva

Mas se o crescimento econômico e demográfico de Rondônia – inclusive de Porto Velho – anda fraquejando temos ilhas de prosperidade com projeção de um grande salto nesta década. Uma delas é Vilhena, que já emparelhou com Ariquemes demograficamente e se continuar crescendo com os índices atuais vai ameaçar a supremacia de Ji-Paraná em poucos anos, como segunda maior cidade do estado. Vilhena, é uma cidade do agronegócio, polo do Cone Sul rondoniense e irradiando influencia também em muitos municípios do vizinho Mato Grosso.

A enorme pujança

Como cidades impulsionadas pelo boom na soja, das cooperativas e dos frigoríficos, em décadas passadas, como Cascavel no Paraná, Rondonópolis no Mato Grosso e Barreiras na Bahia, Vilhena que se tornou um polo de serviços para Rondônia e Mato Grosso, também polariza centros universitários e de saúde para pelo menos 20 municípios. Como uma enorme sucuri, Vilhena asfixiou pequenos municípios da região, atraindo mais e mais habitantes, esvaziando tantas pequenas cidades e como uma onça faminta de crescimento esturra forte. Novos loteamentos espicham a cidade.

Como explicar?

Deixando as projeções rondonienses de lado – mais vou seguir no tema nas próximas colunas –estou buscando explicações para alguns casos de políticos que não se reelegeram em eleições passadas em Rondônia. Chama atenção casos de deputados eficientes, como Marinha Raupp (MDB-Rolim de Moura), Mauro Nassif (PSB-Porto Velho), Expedito Neto (PSD-Rolim de Moura) e de estaduais extremamente produtivos como Adelino Follador (PL-Ariquemes), Lazinho da Fetagro (PT-Jaru), entre outros nomes. Isto pode demonstrar que não temos renovado os quadros políticos rondonienses para melhor. É preciso refletir sobre isto.

Via Direta

*** Segue um boom de farmácias e supermercados em Porto Velho como reflexo de um grande desempenho nos últimos anos *** Ocorreu também no período, um fantástico crescimento no setor de saúde, com hospitais triplicando suas áreas construídas e o surgimento de clinicas populares pelos bairros mais populosos da capital *** Alguns segmentos, entretanto, ainda não se recuperaram da crise. Me refiro ao setor hoteleiro e ao mercado imobiliário que continuam em baixa *** Decadente mesmo ficou o centro antigo de Porto Velho, tomado pelos drogados e com muitos estabelecimentos fechados nos últimos anos. Urge um processo de revitalização.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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