Segunda-feira, 14 de outubro de 2024 - 07h35
A
seca, reduzindo o nível dos rios amazônicos, expôs a surpresos pescadores
antigos canhões de bronze usados pelo reino português no Forte de São Francisco,
no século XVIII, em Tabatinga (AM). As carcaças carcomidas dos canhões, outrora
importantes símbolos do orgulho luso em manter esta região do mundo como sua se
mostram hoje como reflexões entre as lutas daquele passado e do presente. Naquela
época, o forte significava o domínio luso sobre a região, regulando o comércio
e ocupação.
Com
a independência, em 1822, o Brasil passou do domínio português ao domínio
britânico e a partir da II Guerra à esfera dos EUA. A cada passo da história,
mais o forte se estragava e a cada século o passado visita o presente para
revelar erros e acertos.
O
pior erro do passado foi ter tentado proteger a região de ocupações militares,
como se percebe pelos diversos canhões que compunham o forte, sem perceber que
a biopirataria atacou com força a biodiversidade, a começar pelo pau-brasil,
que deu nome ao país, mas foi reduzido a quase nada. Depois, o caso da borracha
e mais recentemente na Guerra do Cupuaçu.
A
empresa japonesa que registrou o cupuaçu como sua propriedade só teve a patente
quebrada depois de uma longa batalha na justiça, vencida há vinte anos. O
cupuaçu é finalmente nosso, mas muitas plantas e animais que poderiam servir ao
enriquecimento dos povos da floresta já deixaram de ser.
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As movimentações
Para
situar os caros leitores sobre o momento do segundo turno nas eleições de Porto
Velho estou publicando o pensamento corrente nos comitês de campanha dos chapas
brancas (as lideranças ligadas ao prefeito Hildon Chaves, ao governador Marcos
Rocha e ao presidente da ALE Marcelo Cruz), que apoiam a candidata Mariana
Carvalho (União) e o posicionamento do momento dos “contras” (aqueles que estão
alinhados ao candidato da oposição Leo Moraes (Podemos). O que se vê é teremos
uma reta final emocionante, caros aldeões.
Momento tenso
Envolvidos
em rivalidades tribais, o que é até normal numa coalizão de 12 partidos, os
chapas brancas vivem um momento tenso, com seus alquimistas tentando unificar a
linguagem de sua base de apoio. Mesmo enfrentando as fogueiras de vaidades, o
segmento está otimista. Não se acredita no seu QG que o adversário Leo Moraes
conseguirá reduzir a vantagem de mais de 40 mil votos no primeiro turno. Também
reforçam a condição de favorita de Mariana (União) com os recentes apoios de outros
candidatos que participaram do primeiro turno. A onda Leo? Para eles, isto é
conversa fiada e a oposição crê até em saci-pererê e boitatá.
Clima de euforia
No
quartel general da campanha de Leo existe um clima de euforia com os recentes
apoios recebidos, caso do deputado federal Fernando Máximo alvo de golpe dos
governistas no lançamento de sua candidatura a prefeito então favorito na
disputa do Prédio do Relógio. A proposta de isolamento de Leo foi quebrada, e
mesmo sem alianças, numa postulação isolada contra tudo e contra todos e poucos candidatos a vereança
– o representante do Podemos chegou ao segundo turno. Os oposicionistas agora
apostam num efeito manada em favor do seu candidato, que segundo eles, já está
em andamento e, por conseguinte, numa grande virada neste segundo turno que
acontecerá no próximo dia 27.
Minhas impressões
O
que eu vejo nos bastidores é a possibilidade de uma reta final acirrada, com
certo equilíbrio entre as forças chapas brancas (voltadas a Mariana) e dos
contras (alinhadas com Leo Moraes). Petistas, comunistas e socialistas falam em
neutralidade, mas votam contra Mariana por ela ser a candidata do ex-presidente
Jair Bolsonaro. Conta também que Mariana tem mais rejeição do que Leo o que
também ajuda a equilibrar a peleja. Temos mais duas semanas até o pleito.
Mariana é ainda favorita, com sua boa diferença conquistada no primeiro turno,
mas temos um efeito manada já está em curso a favor de Leo. Por isto, uma final
emocionante.
E os debates?
Os
debates entre os dois candidatos estão começando. Se Mariana segue favorita neste
estágio da campanha, nos debates o favorito é Leo Moraes. Nem sempre favoritos
levam a melhor em debates ou nas urnas, lembro certa vez que numa peleja ao
Palácio Presidente Vargas, Ivo Cassol levou a melhor sobre o então todo
poderoso Amir Lando, favoritíssimo pela sua eloquência. Na mais recente eleição
ao governo estadual, Marcos Rogério sapateou em cima do governador Marcos
Rocha, mais do que o sargento Tainha sobre o Recruta Zero, e Rocha todo
meiguinho, acabou ganhando a eleição.
Via Direta
***O punhal da traição já está rolando
solto neste segundo turno em Porto Velho e cada político buscando suas próprias
conveniências para as eleições 2026 *** A ex-juíza Euma Tourinho, que não conseguiu
chegar ao segundo turno por exibir uma imagem autoritária, já está em campanha
para a Câmara dos Deputados em 2026. O partido tem uma forte nominata para a
peleja ***A ameaça de racha entre o
grupo político Hildon/Mariana com a coalizão Marcos Rocha/Sergio Gonçalves
aumenta com algumas lideranças ligadas ao CPA mudando de lado na eleição deste
ano ***O bicho estra pegando na aliança chapa branca.
O atraso no anuncio do corpo de secretários do prefeito eleito Leo Moraes
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