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Carlos Sperança

O setor produtivo e o primeiro pelotão na disputa pela prefeitura de Porto Velho


O setor produtivo e o primeiro pelotão na disputa pela prefeitura de Porto Velho - Gente de Opinião

O setor produtivo

Os latinos mais desconfiados perguntavam “quid prodest?” frente a qualquer coisa mal explicada ou suspeita. A questão pretende apurar quem se beneficia ou que proveito a coisa traz. São conhecidas há décadas as tramoias para dividir o setor produtivo e inimizar seus mais destacados setores, a primeira por amplitude e o segundo pela produtividade e avanço tecnológico: a agricultura familiar e o agronegócio.

São inseparáveis, mas interessa a alguém que se dividam e antagonizem, sobretudo quanto ao fator ambiental, numa briga de foice contra motosserra, porque mesmo prejudicando o país a desunião dos produtores traz benefício a alguém. Mas a quem? Quid prodest? Recente relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Unodc) que alerta os governos da região a respeito das ligações traficantes e criminosos ambientais pode ser o começo de uma resposta a essa questão.

Interessa aos devastadores a desunião do setor produtivo e a prevaricação e a corrupção na máquina pública de vigilância, segurança e repressão. Na política, tem sido comum quem agride a democracia com palavras e atos se fingir cinicamente de perseguido e tenaz defensor da “liberdade” ao enfrentar o rigor da lei. Transgressores ambientais também se travestem como produtores perseguidos. Cabe perguntar a quem isso interessa. Ao país e aos produtores honestos é que não.

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Primeiro pelotão

A sucessão do prefeito Hildon Chaves (União Brasil), um alcaide campeão de obras de todos os tempos na capital, já movimenta os círculos políticos e as conversações começam a intensificar em vista de eventuais acordos para o pleito de 2024. São muitos postulantes nas paradas, mas existe um primeiro pelotão na disputa, que com tantos postulantes sinaliza um pleito em dois turnos. São eles: 1- Fernando Máximo (União Brasil) 2-Mariana Carvalho (Republicanos) 3 – Cristiane Lopes (União Brasil) 4-Marcelo Cruz (Patriota) 5- Leo Moraes 6- Mauro Nazif (PSB).

Foro cerrado

O bolsonarismo em Porto Velho é forte, mas está rachado e o União Brasil pode perder um dos seus candidatos para o PL, o partido do ex-presidente Jair Messias. No racha dos conservadores, o ex-prefeito e ex-deputado federal Mauro Nazif (PSB) pode nutrir expectativa de alçar ao segundo turno, desde que a esquerda e centro-esquerda consigam se unir para a peleja. Nos bastidores políticos as conspirações já concentram fogo cerrado contra Fernando Máximo e como ninguém em política chuta cachorro morto ou acende vela para defunto ruim, o ex-secretário da Saúde pode ser considerado inicialmente o favorito na largada.

Dois aspectos

Alguns aspectos chamam atenção na corrida sucessória de Porto Velho. O primeiro deles será a influência dos distritos mais populosos, como União Bandeirantes, Jacy-Paraná, Extrema, Nova Califórnia, Vista Alegre do Abunã, Abuna, Mutum, etc. Todos juntos formam até 80 mil habitantes dos 460 mil do município. A declaração do prefeito Hildon Chaves que tem um plano B, que é Fabricio Jurado, também chama atenção. Não teria um plano B se não estivesse desconfiado de alguma punhalada de alguns aliados da campanha 2022. Hildon é um forte candidato ao governo em 2026 e adversários já conspiram para tirá-lo do páreo.

Cívicos militares

Governadores de pelo menos 18 estados, entre eles o de Rondônia, devem manter as escolas cívico militares, rejeitadas pelo governo Luis Inácio Lula da Silva. Naqueles estados em que as escolas eram mantidas pela esfera federal, os governos estaduais vão assumir os acordos financeiros. Em Porto Velho as escolas, descontando as desconfianças da esquerda, tem apoio das famílias, que elogiam a performance. Uma questão a se resolver é salarial: o professor militar vem do exército ou da PM, mantendo seus salários originais e ainda acrescido recebe o piso dos professores. A desigualdade salarial estabelecida tem sido empecilho em alguns estados.

Com evangélicos

Mas se Lula deu mancada com as escolas cívico militares, conseguiu se aproximar das grandes lideranças evangélicas que taxavam o petista de ser apoiado pelo diabo e forças do mal. Bastou projetar a garantia da isenção de impostos para os templos das grandes organizações das igrejas evangélicas país que além dos templos, tem livrarias, emissoras de rádio e televisão. Temos grandes possiblidades de viradas da casava dos evangélicos, que podem tratar Bolsonaro e aliados em pleitos futuros como adversários em campanhas futuras.  Vai daí, que Bolsonaro agora, pode virar coisa do mal! Cruzes...

 

Via Direta

*** Na volta do recesso em agosto, os vereadores de Porto Velho e suas equipes vão trabalhar no plenário da antiga Assembleia Legislativa, onde funciona a escola estadual do legislativo *** Como eles vão lançar uma versão municipal da escola do legislativo vão matar dois coelhos com uma só cajadada. Lá vão acompanhar os trabalhos da escola estadual e verificar como a coisa funciona *** No domingo foi sepultado, recebendo o último adeus dos familiares e amigos, o colega José Luiz, que foi mais uma vítima das complicações da covid. Grandes perdas no jornalismo nos últimos dois anos por conta da pandemia *** Zé Luis deixa um baita  legado no RS, onde nasceu, no Mato Grosso e em Rondônia onde viveu nas últimas décadas. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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