Quarta-feira, 7 de agosto de 2024 - 07h50
O
escritor britânico George Orwell (“1984”) anteviu um futuro distópico em que as
palavras seriam distorcidas para ter significados dúbios e iludir a população.
Seriam “palavras que caem sobre os fatos como neve, confundindo seus contornos
e cobrindo todos os detalhes”. Isso estaria acontecendo agora com a palavra “bioeconomia”
e o conceito que ela incorpora, segundo manifestação de cientistas brasileiros
e estrangeiros publicada na revista Ecological Economics. Os pesquisadores que
assinam a manifestação merecem atenção porque atuam na Amazônia, como se nota
já pelo título da publicação: “Falta de clareza a respeito do conceito
bioeconomia pode ser prejudicial aos ecossistemas amazônicos e à sua população”.
Em
síntese, eles sustentam que a bioeconomia é um termo amplo, com diferentes
significados e pode se adequar a diferentes agendas científicas, políticas e
mercadológicas. A rigor, não existem palavras compostas com apenas um
significado. Em geral elas juntam conceitos de origens diferentes para formar
um novo.
Ao
juntar bio (vida) e economia, a palavra e o conceito de bioeconomia se
amplificam automaticamente, até porque “vida” é por si só um conceito
amplíssimo e economia não fica muito atrás. O alerta merece ser observado, sem
que a palavra e o conceito de bioeconomia percam seu valor como o necessário
caminho do Brasil para seu efetivo desenvolvimento.
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Fazendo as contas
Passadas
as convenções partidárias já é possível fazer as primeiras contas, levando em
consideração que a política não é uma ciência exata, sujeita as constantes
mutações. As coisas mudam como as nuvens e seus formatos, já diziam sapientes
políticos do passado. A primeira avaliação é que não tem mesmo fundamento a
tese dos chapas brancas numa vitória da sua candidata Mariana Carvalho em turno
único. É melhor poupar o pix para o previsível segundo turno. São sete candidatos
fragmentando o eleitorado da capital e será extremamente difícil a postulante
governista alcançar mais da metade do eleitorado para se garantir em turno
único.
Apostas dos contras
Nas
considerações dos chamados os “Contras”, que são os candidatos oposicionistas,
só a presença confirmada no pleito de Leo Moraes (Podemos), Célio Lopes (Frente
Democrática) e Euma Tourinho (MDB) garantem uma eleição em dois turnos na capital
rondoniense. Mas ainda temos mais três candidatos para dividir ainda mais o
eleitorado, Benedito Alves (Solidariedade), Samuel Costa (Rede) e Ricardo Frota
(Novo). Existe a crença que Leo Moraes (Podemos) já está polarizando com Mariana
(União Brasil) em condição de equilíbrio nos bairros mais centrais.
As reviravoltas
Como
e sabe, as eleições na capital são repletas de reviravoltas. Começou com a
rasteira no candidato favorito Fernando Máximo, no União Brasil e terminou o
período de convenções com a desistência de Vinicius Miguel (PSB), um nome sempre
bem representativo pelas forças de esquerda. No meio do caminho já tinham
ficado a ex-senadora Fatima Cleide (PT) e o candidato lançado pelo ex-governador
Ivo Cassol, Valdir Vargas Filho (PP). Um indicio que Cassol já não é temível
assim, pois não consegue sustentar nem um candidato a prefeito em Porto Velho. Sempre
por aqui ele teve candidatos de ponteira, polarizando. Agora nem candidato. Que
vexame, Ivo!
Perdas e ganhos
Nas
perdas e ganhos das candidaturas, a chapa branca Mariana Carvalho (União
Brasil) sai na dianteira, com o apoio de doze partidos e lideranças mais
expressivas. Célio Lopes, do PDT que começou como o patinho feio da peleja, uma
postulação considerada fraca e desprezada pelos concorrentes, ganhou força e de
um provável patinho feio a ser devorado pelos adversários, se transformou num
búfalo vitaminado, com adesões importantes nos últimos dias. Já é candidato
direto a uma vaga no segundo turno. Também merece menção honrosa, já nesta largada,
mana Euma Tourinho (MDB). Tem crescido muito e, como uma onça faminta,
devorando intenções de votos de Mariana.
Os coadjuvantes
Considero
nesta largada em Porto Velho, os candidatos Benedito Alves (Solidariedade), Samuel
Costa (Rede) e Ricardo Frota (Novo), por enquanto coadjuvantes. Benê, porque
perdeu sua musculatura inicial, a sua base de apoio, para Leo Moraes, Samuel
Costa (Rede/PSOL) em decorrência do isolamento, mesmo encarnando sempre a defesa
de Lula, na esquerda. Ricardo Frota (Novo), que representa a nova direita, mais
séria no comportamento, é um enigma a ser desvendado. Joga com um discurso
agressivo na busca de um lugar ao sol na jornada 2024.
Via Direta
*** O prefeito tampão de Candeias do
Jamari, Lindomar Garçom já se vê às voltas com a oposição no enfrentamento de
nova eleição em outubro *** A cidade satélite terá pelo menos quatro candidatos na
disputa pelo Paço Municipal mais sujo de Rondônia, endividado e desmoralizado
pelos últimos alcaides *** Em Ariquemes
foi noticiada a desistência da candidatura a prefeito de Lucas Follador, um a menos para descer
bordoadas na prefeita Carla Redano *** Em Ji-Paraná com a escolha de Marley
Muniz para sua vice, o deputado estadual Afonso Cândido é o postulante que mais
ganha terreno na disputa do Palácio Urupá, numa peleja empolgante com o atual
prefeito Esaú Fonseca.
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