Segunda-feira, 4 de março de 2024 - 08h01
Se
o juízo prevalecer, a desastrosa polarização ideológica será vencida pelo
chamado império da lei, limitando as disputas por poder ao debate respeitoso
das ideias, submisso às normas consagradas e à decisão soberana dos eleitores.
Não respeitar o veredito das urnas por despeito ou inconformismo significa não
respeitar as leis e traz desonra, por levar ao golpismo e atrapalhar a
conquista de mercados para nossos produtos.
Mas
há uma polarização impossível evitar: o embate ambiental entre os
salvacionistas e os apocalípticos. Os primeiros acreditam que os acordos internacionais,
o bom senso e a união de governos e povos em torno de objetivos humanitários
vão salvar o planeta. Os apocalípticos preferem entregar os pontos: consideram
o mundo já condenado a virar um inferno de fogo, do qual só se salvarão os
escolhidos: os milionários que comprarem lugares nas naves que os levarão ao
céu (o espaço) até conseguirem criar ambientes livres de guerras e destruição –
o paraíso.
Os
apocalípticos estão no ataque. Nem todos são ingênuos crentes, teóricos da
conspiração ou temem castigos alienígenas. Também há cientistas profetizando
desgraças. Há pouco, trocando os sofisticados equipamentos científicos pelo
furor visionário das pitonisas, o físico austríaco Heinz von Foerster disse que
o ano fatal será 2026. Se ajudar os salvacionistas a intensificar suas ações, a
humanidade com certeza vai agradecer o aviso.
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Eleições em PVH
Para
o caro aldeão entender as guinadas entre a esquerda e a direita nas eleições municipais
em Porto Velho, vamos fazer um rápido retrospecto. A primeira eleição a
prefeito da capital, na era Rondônia estado, ocorreu em 15 de novembro de 1985.
A polarização foi entre dois ex-deputados federais: o ex-guerrilheiro do MR- 8
Jeronimo Garcia de Santana (PMDB), a esquerda, e Francisco Chiquilito Erse
(PFL), na centro direita. Rondônia vinha das eleições gerais de 1982 com
vitória esmagadora da direita, prevalecendo o PDS, o partido governista.
Primeira guinada
Neste
primeiro pleito a prefeitura de Porto Velho já ocorreu a primeira reviravolta.
Com o MDB no poder (Tancredo/Sarney) e a tal aliança democrática, ocorreu a troca
de governador no estado (assumiu Ângelo Angelim) que deu um jeitinho de afastar
do PFL da aliança, que virou oposição local. Com a máquina na mão, a esquerda
se sagraria vitoriosa, elegendo o primeiro prefeito pelo voto direto na capital
rondoniense, na era estado, Jerônimo Santana. Diante da polarização
Jeronimo/Chiquilito, os demais candidatos pontuaram pouco, sendo José Neumar
(PT), Heitor Costa (PDT), José Adelino (PDS). Na época não existia segundo
turno nestas bandas.
Prevalecendo federais
O resumo
da primeira eleição é para lembrar como tem prevalecido os deputados federais
nas pelejas ao Palácio Tancredo Neves, e
as guinadas entre a direita e esquerda. Vejam alguns casos, com Chiquilto (em
1988) a direita, José Guedes (em 1992) centro esquerda, depois Chiquilito/
Carlinhos Camurça a direita, Mauro Nazif a esquerda. A rigor apenas Roberto Sobrinho
na esquerda e Hildon Chaves a direita, não foram deputados federais, mas
surpreendo os adversários favoritos. Vejam que no pleito 2024 voltam a
prevalecer grande número de deputados federais e ex-federais: Em 2024 Mariana
Carvalho e Leo Moraes são ex-federais, Fernando Máximo e Cristiane Lopes,
atuais federais. Todos a direita.
Uma alternância
Além
de muitas zebras, temos uma alternância entre a direita e a esquerda na capital
rondoniense desde os primórdios do estado. A esquerda sempre é protagonista de
surpresas, mesmo a direita contando com postulantes poderosos, mas sendo
derrotada, como foi o caso da vitória de Roberto Sobrinho, que saiu do zero de
intenções de votos para ser eleito e reeleito. Uma verdadeira façanha, como a
vitória de Hildão, que se tornou outra grande zebra. Portando, mesmo a esquerda
local desmoralizada, desunida, e esmagada pela direita nos últimos anos, tem lá
algumas chances.
Frentão de esquerda
Mas
para ter alguma chance na eleição de 2024, enfrentando poderosos candidatos do
bolsonarismo conservador, a esquerda começa rascunhar um frentão unindo todas
as suas forças. Sendo unida e os conservadores divididos, o candidato escalado
pela esquerda poderá ter alguma chance, numa eleição onde estão despontando
como os maiores nomes Fernando Máximo (União Brasil), Mariana Carvalho (Republicanos),
Leo Moraes (Podemos) e Cristiane Lopes (União Brasil). Lembrando que repleta de
filósofos e pensadores, a esquerda tem sido desunida nos últimos pleitos.
Via Direta
*** Estou vendendo o peixe pelo preço
que me venderam: o ex-deputado federal
Leo Moraes (Podemos) teria acertado composição de apoio a Fernando Máximo, na
peleja do Prédio do Relógio, indicando o deputado estadual Alan Queiroz como
vice. Será? ***
Os estaduais têm tradição como vices, vide casos de Tomás Correia vice de
Jeronimo Santana e Amizael Silva, vice de Chiquilito Erse *** Excelente estrategista, o senador Marcos Rogério (PL) promete surpresas
e um candidato competitivo em Porto Velho no PL. Estou quebrando a cabeça para
tentar descobrir o coelho que ele tem na cartola ***Começa a batalha pela
indicação do vice de Mariana...
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