Sexta-feira, 12 de janeiro de 2024 - 08h05
Vários
mitos caíram por terra em 2023. Além da crença em Papai Noel ter se dissipado
nestes tempos em que as crianças mergulham obsessivamente na internet durante
as férias, a crença em pelo menos outros dois mitos foi abalada em 2023. Um
mito é o de que para salvar a Amazônia e o clima no mundo basta parar o
desmatamento e reflorestar as áreas recuperáveis da floresta. Outro, de que os
EUA, como a ave de rapina que é seu símbolo, querem a internacionalização da
Amazônia para dominá-la.
Talvez
o mito maior seja o de que só há uma solução que ao ser aplicada terá como
resultado a salvação do mundo. Parar o desmatamento e reflorestar são medidas
corretas, mas estarão longe de representar a solução definitiva sem o apoio de
um combate ao crime mais efetivo e políticas sociais mais resolutivas.
Os
nacionalistas indignados e os patriotas de ostentação ergueram brados ruidosos contra
um projeto de lei de três senadores estadunidenses seguindo a velha cartilha da
teoria da conspiração que falsifica e frauda na tentativa de comprovar fantasias.
Na verdade, o projeto procura tornar efetivo o apoio do Grande Irmão do Norte
às medidas necessárias à proteção da floresta. Não existem ameaças reais de
outros países à soberania brasileira na Amazônia. Elas vêm só do crime
organizado. Criminosos que se escondem por trás de discursos nacionalistas e
pseudopatrióticos também precisam ser combatidos.
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A aproximação
Não
é a toa que o presidente Luís Inácio Lula da Silva recomendou ao PT e aos partidos
da sua base aliada no Palácio do Planalto se aproximar dos evangélicos. Em Rondônia,
onde o segmento elegeu uma verdadeira bancada de deputados estaduais e
federais, os evangélicos terão uma grande influência na eleição dos prefeitos
rondonienses, já que respondem na capital por cerca de 30 por cento do eleitorado
e no interior contam com percentual maior ainda. Ser contra os evangélicos em
Ji-Paraná, Cacoal e Cerejeiras, onde existe uma população maior ainda de crentes,
por exemplo, politicamente, é desabar no despenhadeiro
Em Porto Velho
Na
capital, os evangélicos influenciam menos as eleições do que em nosso interior,
mas são decisivos, juntamente com o eleitorado conservador. Um quesito que os
possíveis pré-candidatos Fernando Máximo, Cristiane Lopes (ambos do União
Brasil) e Leo Moraes (Podemos) estão mais bem enfronhados do que os
concorrentes muito citados, como Mariana Carvalho (Progressistas), Willians Pimentel
(MDB), Vinicius Miguel (PSB), Pimenta de Rondônia (PSOL), Fátima Cleide (PT) e
Samuel Costa (PC do B). Evangélicos são mais conservadores e pouco se alinham
com a esquerda.
Mais antenado
A
grande expectativa é que o novo ministro da Justiça Ricardo Lewandowski seja
mais antenado com os problemas de Rondônia e dos estados da Amazônia legal no
tocante ao narcotráfico, descaminho e o contrabando de armas destinadas aos
morros do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Em nossas divisas com a
Bolívia tem passado boi, passado boiada. O tráfico de cocaína está num
crescente, seja pelos modais rodoviário ou fluvial, ou mesmo até mesmo no
espaço aéreo com tantas aeronaves transportando entorpecentes para os grandes
centos brasileiros e de lá para o exterior. É uma situação aflitiva.
A polarização
Conveniente
para os dois lados, a polarização entre petistas e bolsonaristas deve seguir
sua trajetória para as eleições municipais de 2024. Mas o que é da conveniência
dos progressistas e conservadores, acontecerá com a maior cara de pau. Na região
Nordeste, por exemplo, onde Lula aplicou uma sova em Bolsonaro, por
conveniência, candidatos a prefeitos do PL se aproximam do PT e dos partidos da
esquerda. No sul do pais, onde Lula apanhou de Bolsonaro, candidatos esquerdistas
posam com mais conservadorismo e acenam para alianças com o PL e legendas
bolsonaristas. Ao final, o que se vê é um jogo de conveniências para ambos os
lados.
Atenções voltadas
Nas
eleições municipais de 2024, as atenções estão voltadas para os principais
colégios eleitorais do estado de Rondônia, que são pela ordem Porto Velho, Ji-Paraná,
Ariquemes, Vilhena, Cacoal e Rolim de Moura. Ocorre que juntos, estes
municípios contam com mais da metade do eleitorado nos 52 municípios existentes
no estado e se tornam os polos regionais mais importantes, irradiando
influencia para localidades vizinhas. Cidades do interior como Ji-Paraná, Rolim
de Moura e Vilhena já elegeram governadores e atualmente os três senadores são
do interior: Confúcio Moura (Ariquemes), Marcos Rogério (Ji-Paraná) e Jaime Bagatoli
(Vilhena).
Via Direta
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