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Carlos Sperança

Os partidos dependem do poder nos diretórios estaduais para embolsar os milhões do fundo


Os partidos dependem do poder nos diretórios estaduais para embolsar os milhões do fundo - Gente de Opinião

Conclusão óbvia

Estudo publicado na revista Science of The Total Environment aponta que os garimpos ilegais de ouro reduzem em até 50% os estoques de carbono de áreas mineradas, especialmente durante estações secas. Com isso, aumenta até 70% a disponibilidade de mercúrio no solo, representando riscos ambientais e de saúde pública, especialmente para comunidades que vivem próximas a esses locais. É uma ação humana direta sobre a natureza.

Interessante, nesse caso, conhecer de que forma as autoridades do campo da segurança enfrentam essa realidade. Segundo um especialista no setor, Francisco Xavier Medeiros de Castro, o garimpo ilegal é definido como qualquer tipo de mineração que ocorra em territórios de proteção integral ou em territórios permitidos sem autorização ou respeito às exigências legais.

“Essa forma de exploração não permaneceria viável sem os financiadores responsáveis pela sua manutenção: os fortes empresários e pessoas públicas detentoras de grande poder e influência política”, afirma. “O subsídio dessa atividade criminosa se mantém graças ao alto retorno financeiro que faz compensar todos os riscos relacionados a prisões e outras medidas judiciais”. A conclusão é que a permanência desses esquemas ilegais se deve à colaboração das elites econômicas e políticas, que engendram esquemas de corrupção envolvendo agentes do Estado. Enquanto o crime compensar, a atividade continua.

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Ainda incólumes

Com poderosos predadores a espreita e se movimentando, algumas lideranças políticas vão se mantendo no poder nos diretórios estaduais. Lembrando que quem dá as cartas nas mudanças dos diretórios estaduais são os deputados federais, pois os partidos dependem desta representatividade para embolsar os milhões do fundão eleitoral. Os manos Gonçalves (União Brasil), vão se mantendo no poleiro, mesmo sabendo-se das conspirações para derruba-los do comando da legenda. Aparício Carvalho, dos Republicanos vai garantindo a presidência estadual do seu partido e Expedito Junior, bem articulado se mantém na presidência do PSD.

No Cone Sul

O Cone Sul rondoniense já teve es grandes deputados federais, casos de Arnaldo Lopes Martins, Reditário Cassol e Natan Donadon. Terá a chance agora de emplacar o prefeito Flori Cordeiro com a perda de mandado deputado federal Lebrão, já que o primeiro suplente Rafael Fera está inelegível desde o ano passado. Mas Flori Cordeiro trocaria três anos de mandato na prefeitura de Vilhena pelo cargo de federal? Acho difícil. A região aposta nas eleições de 2026 nos nomes do ex-deputado federal Natan Donadon, do clã Donadon, e Wiveslando Neiva, do clã Neiva de Carvalho. São duas famílias tradicionais de políticos na região.

Na história

Em livro a ser editado ainda neste ano, o jornalista e historiador Lucio Albuquerque faz importantes revelações sobre o tumultuado processo de escolha dos três candidatos ao Senado do PDS para as eleições de 1982. Eram pelo menos seis postulantes, mas ao final foram escolhidos Odacir Soares (Porto Velho), Claudionor Roriz (Ji-Paraná) e Reinaldo Galvão Modesto (Ouro Preto do Oeste). Os demais candidatos se sentiram traídos, inclusive o deputado federal paulista Antônio Morimoto, nome importante na aprovação do projeto Rondônia estado no Congresso Nacional.

Uma tradição

Por falar em história, Ji-Paraná tem mantido uma boa tradição na eleição de senadores, com parlamentares ativos e destacados que por isto se projetaram em voos maiores em eleições seguintes. O primeiro senador eleito com base em Jipa, foi o médico Claudionor Roriz em 1982. A capital da BR emplacaria em 1994, José de Abreu Bianco, que anos depois seria eleito governador. Também ex-prefeito, como Bianco, a BR elegeu Acir Gurgacz ao Senado, que liderou a Comissão de Infraestrutura. O último senador eleito por Ji-Paraná, foi Marcos Rogério, destacado bolsonarista.

Só falem bem!

Os nossos políticos em geral, de quase todos os níveis, só querem que se fale bem de Rondônia. Com isto, devem esperar que os jornalistas, a oposição e a opinião pública, esqueçam dos problemas gritantes da saúde, da segurança pública, das maracutaias de toda sorte. Farei questão de falar bem de Rondônia se os políticos colaborarem, deixando de superfaturar, deixando de emitir notas fritas para padarias, oficinas mecânicas, gráficas, empreiteiras e tantas empresas contratadas a dedo para as rachadinhas. Já se sabe que existe até cobrança de propinas de aluguéis de prédios públicos. O aluguel tem um valor, mas o proprietário tem que devolver 10 ou vinte por cento para os intermediários no poder. Nos bastidores já se sabe quem está fazendo isto, porque os donos dos imóveis aceitam o negócio, mas “deduram”.

Via Direta

***Semana com muito trabalho no Congresso Nacional com a votação do Orçamento 2025, que os deputados e senadores ficaram devendo no ano passado, por conta de chantagens por mais recursos nos seus bolsos através das emendas parlamentares *** Também deve entrar na pauta o Plano Nacional de Segurança, uma necessidade, pois o crime organizado se espalha de Porto Velho a Salvador, do Rio de Janeiro a São Paulo *** A expectativa é que se lembrem que nossas fronteiras com a Bolívia, Peru e Colômbia, principais exportadores de cocaína estão descobertas para os traficantes *** Os bolsonaristas chamam os vândalos que depredaram o Congresso, Ministérios e Tribunais – existiam até terroristas no meio, aqueles que orquestraram explodir um  caminhão no aeroporto de Brasília – de heróis da Pátria e de presos políticos etc. É coisa de louco!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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