Sexta-feira, 14 de março de 2025 - 07h55
A
Amazônia possui riquezas fantásticas, mas nela estão as 20 cidades com a pior
qualidade de vida do País, segundo o Índice de Progresso Social (IPS). Não há o
que explique essa disparidade. Ao publicar o livro “Brasil, terra de contrastes”,
em 1959, o sociólogo francês Roger Bastide fez observações acuradas sobre a
realidade brasileira. Fruto de seu trabalho no país desde 1938, dotado de uma
argúcia ímpar e uma capacidade descritiva rara, Bastide deu um delicado puxão
de orelhas nas autoridades e um chamado à superação por parte dos brasileiros.
Mais
de meio século depois, os contrastes continuam por conta da paralisia causada
pela polarização político-eleitoral, em que duas forças quase iguais, variando
apenas em percentuais mínimos, empurram-se uma contra a outra, atrapalhando o
desenvolvimento nacional. Patriotismo seria identificar objetivos comuns, unir
esforços em torno deles e deixar as bobagens “ideológicas” apenas para os teóricos
que preferem o ruído das gritarias à luz que a união dos polos antagônicos
poderia trazer.
Interessante
lembrar que um dos livros mais impactantes de Bastide, lançado mais tarde, em
1965, foi “Sociologia das Doenças Mentais”. Não tem nada a ver diretamente com
o Brasil, mas manter a paralisia infraestrutural e dispersar esforços preciosos
que poderiam dissolver os contrastes com foco e união não é coisa mental,
econômica e socialmente sadia.
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Monitoramento
Lideranças
políticas rondonienses estão monitorando para ver aonde existe possibilidade de
tomar o comando estadual das siglas partidárias goela abaixo, com intervenção
dos diretórios nacionais. Os partidos mais ambicionados no momento, são o União
Brasil, dos manos Gonçalves, o PSD de Expedito Junior, os Progressistas do patriarca
do clã Carvalho, Aparício. Mas é coisa de louco, ninguém quer tomar as rédeas
do PT e muito menos alianças com a legenda, exceto o senador Confúcio Moura
(MDB) provável candidato ao governo de Rondônia com as bênçãos do Palácio do
Planalto.
Possíveis predadores
São
possíveis predadores de partidos em Rondônia, cujos comandos não contam com
deputados federal, Lucio Mosquini, saindo do MDB, ambicionando as rédeas dos
Republicanos, Mauricio Carvalho com chances de se adonar do União Brasil e manter
seu pai Aparício Carvalho no comando dos Republicanos. Se Mauricio se aliar a
deputada Cristiane Lopes, toma o União Brasil num piscar de olhos. Em acordo
com a cúpula do PSD, o ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves assumiria o partido
em Rondônia, para ser candidato ao Palácio Rio Madeira, sede do governo
estadual. Muitas especulações pelos bastidores.
Saindo faísca
A
base aliada, formada pelos partidos que dão sustentação ao governo Marcos Rocha
está bem nutrida de candidaturas femininas na capital para 2026 a Câmara dos Deputados.
Além da atual deputada federal Cristiane Lopes, o partido tem a sua disposição
para disputar as oito cadeiras ã Câmara dos Deputados, a deputada estadual Ieda
Chaves, esposa do ex-prefeito Hildon Chaves, a primeira dama estadual Luana
Rocha, a ex-deputada Jaqueline Cassol que é do PP, além da vereadora ascendente
Sofia Andrade, que está filiada ao PL. Fora da base aliada, temos Joliane Fúria,
que vem quente e fervendo, pela região do café. Peleja empolgante.
Duas velas
Os
vereadores de Porto Velho, todos eleitos na aliança formada pelo ex-prefeito Hildon
Chaves para apoiar a candidata Mariana Carvalho no ano passado, estão acendendo
uma vela para o atual prefeito Leo Moraes e outra para o ex-prefeito Hildon
Chaves, atualmente presidente da Associação Rondoniense de Municípios-AROM. Com
Leo, se pratica a fidelidade pix, com Hildon a fidelidade pela aliança. Novas
campanhas virão por aí e a de 2026 deve mostrar realmente com quem os nossos
valorosos edis vão realmente se alinhar para os próximos anos. Vamos as
apostas.
Grandes culpados
Os
grandes culpados pela imagem negativa que Rondônia desfruta Brasil afora são
nossos políticos. A coisa vem desde a bancada do pó, na Câmara dos Deputados ao
final da década de 80, até a Operação Dominó, aquela que saiu no Fantástico,
com as denúncias de propinas dos deputados estaduais. Além disto, somos recordistas
de presidentes das Assembleias Legislativas presos com a mão na botija. Portanto
a campanha “Fale Bem de Rondônia”, visando um sentimento de pertencimento da
população, depende muito da classe política. Se nossos representantes seguirem
se envolvendo em falcatruas que vão desde o superfaturamento de pão na merenda
escolar até o recebimento de propinas a coisa fica difícil de emplacar.
Imagem suja
Ao
final dos anos 80, testemunhei no aeroporto de Congonhas em São Paulo, no auge
da imagem negativa de Rondônia no País um grupo de políticos conversando na
sala de embarque com aguardando voos para Cuiabá, Porto Velho, Rio Branco e
Manaus. Bisbilhotando o que conversavam testemunhei a seguinte cena: indagados
sobre a procedência dos seus estados, dois deputados federais rondonienses
negaram nosso estado, antes que o galo cantasse. Disseram que eram deputados do
Nordeste e estavam de visita a Amazonia! Então, se os políticos de Rondônia não
colaborarem, fica difícil mudar nossa imagem.
Via Direta
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