Sexta-feira, 11 de outubro de 2024 - 09h01
No
filme Highlander II, de 1991, o diretor Russell Mulcahy imagina que a Terra perdeu
em 2024 sua camada de ozônio e precisou construir e manter uma redoma protetora
que cobre todo o planeta para evitar o apocalipse climático. Os negacionistas
dizem no filme que a natureza se regenera sozinha e manter a redoma é um gasto inútil.
Um
grupo terrorista tenta então quebrar a redoma para provar que nada vai
acontecer com a humanidade. Mas o que aconteceria se a camada de ozônio fosse de
fato destruída? Ao que se sabe, as pessoas teriam as vistas fracas, haveria maior
envelhecimento, multiplicação do câncer de pele e facilidade para pegar
doenças, por debilidade do sistema imunológico. A julgar pela realidade da
saúde no mundo, talvez fosse melhor ter construído a tal redoma.
A
mensagem do filme é que o negacionismo é perigoso, ameaça a vida na Terra e
providências sérias precisam ser tomadas para evitar o caos humanitário, com
assaltantes em busca de dinheiro para pagar por oxigênio, um bem caro e valioso
no futuro distópico. Providências como evitar que crimes ambientais sejam
cometidos, por exemplo. A notícia de que a Advocacia-Geral da União e o Instituto
Chico Mendes moveram a primeira ação por danos climáticos no país pode ser o primeiro
“tijolo” de uma redoma protetora contra a destruição. Nesse sentido, a profecia
de Mulcahy começa a se cumprir, pelo menos em termos jurídicos.
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Eleições 2024
Com
uma população de 515 mil habitantes (IBGE- atualizado), com mais de 360 mil
eleitores e com 110 anos recém completados, o município de Porto Velho vai
eleger seu décimo prefeito pelo voto direto desde que o território federal de Rondônia
foi transformado em estado. Nosso primeiro prefeito eleito foi Jeronimo Garcia
de Santana (MDB) em 1985 que seis meses depois deixou o cargo para o vice Tomás
Correia, para disputar o governo estadual, tarefa que foi bem-sucedido. Também
foi o primeiro governador eleito pelo voto direto em 1986.
A Era Chiquilito
Em
1988, começava a ascensão de Chiquilito Erse, então deputado federal. Ele foi
eleito prefeito e cumpriu uma grande administração, sendo um dos prefeitos mais
populares do país ao lado do curitibano Jayme Lerner. Não existia o instrumento
da reeleição em 1992 e então apoiou o amigo de infância Vitor Sadeck, em detrimento
do seu vice Amizael Silva. Veja a complicação deste que vos fala: eu era
assessor de imprensa de Chiquilito indicado por Amizael que resolveu também
disputar a prefeitura. Miza me requisitou para sua campanha, Chiquilito chiou e
os dois decidiram me dar férias. Nem um, nem outro. Me chutaram para o Paraná.
A Era José Guedes
O
racha Chiquilito/Amizael, mais o lançamento de um candidato sem muita
experiência política, que foi o caso de Vitor Sadek favoreceu a eleição do
deputado federal José Guedes, campeão de votos a Câmara dos Deputados num
pleito anterior. Guedes cumpriu o seu mandato e por causa de rivalidades tribais
com o governador da época, Oswaldo Piana foi tratado a pão de água. Não
conseguiu eleger seu sucessor, oportunizando a volta de Chiquilito Erse em
1986, com seu vice Carlinhos Camurça. Notem que todos os prefeitos até aqui eleitos
foram anteriormente deputados federais.
Era Roberto Sobrinho
Em
tratamento de saúde, Chiquilito que acabou falecendo naquela década, cedeu seu
cargo ao vice Carlinhos Camurça, que acabou se reelegendo. Camurça, no entanto,
não conseguiria eleger seu sucessor, numa aliança malsucedida com Mauro Nazif.
Começaria a era Roberto Sobrinho eleito em 2004 e reeleito em 2008 com os
ventos soprando favoravelmente para os peistas. Em 2012 seria eleito o também
ex-deputado federal Mauro Nazif, se recuperando de derrota anterior,
enfrentando as enchentes históricas em 2014 que deixou a cidade arrasada não
conseguiu a reeleição.
Era Hildon Chaves
Em
2016 seria aberta a era Hildon Chaves (PSDB), derrotando o favorito da época, Leo
Moraes, que também foi deputado federal. Chaves iniciou a primeira gestão em
apuros, enfrentando grandes alagações. Patinou no início e depois engrenou se reelegendo
com grande facilidade, como tinha ocorrido com outra zebra na década passada, o
petista Roberto Sobrinho. Chaves busca sua “terceira gestão” apoiando a pupila
Mariana Carvalho (União Brasil), numa aliança com 12 partidos e com o apoio do
ex-presidente Bolsonaro. O concorrente é seu adversário de 2016, Leo Moraes que
chegou ao segundo turno.
Via Direta
*** Um alerta: que a articulação chapa
branca e seus alquimistas fiquem atentos a um possível efeito manada em favor
do adversário oposicionista na capital. Até agora, apenas indícios, nada
surpreendente, mas Porto Velho tem tradição em reviravoltas. Todo cuidado é
pouco *** Sendo
eleito neste segundo turno, Leo Moraes (Podemos) vai enfrentar uma bancada
formada por adversários na Câmara de Vereadores de Porto Velho. Todos os 23
edis foram eleitos pelos 12 partidos da aliança da rival Mariana Carvalho (União
Brasil) *** No caso da eleição de
Mariana, que é a favorita, ela terá toda bancada de vereadores a seu favor,
como ocorreu durante a gestão do prefeito Hildon Chaves.
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