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Carlos Sperança

Punhal da traição e o reino da bandidagem


Punhal da traição e o reino da bandidagem - Gente de Opinião

A face amazônica

O mecanismo principal do progresso é combinar talento e conhecimento. É dessa receita que provêm as invenções e as inovações. O mecanismo principal para encerrar um assunto em debate é acrescentar às próprias convicções as contribuições do outro e dar ao conjunto uma forma coerente.

No fundo, é uma variação do mesmo mecanismo do progresso: o talento próprio se junta ao conhecimento que vem de fora e cria assim um novo elemento positivo. A polarização ideológica é retrógrada porque uma bolha intransigente é incapaz de aproveitar o melhor que poderia vir de fora dela. Por isso, mesmo nascendo inovadoras, as bolhas morrem por incapacidade de progredir e acabam se tornando obsoletas.

A verdade mais óbvia sobre a Amazônia é que o caminho brasileiro para o desenvolvimento é a bioeconomia. Nela, a força central consiste em combinar o talento dos pesquisadores, juristas e políticos com o conhecimento que vem dos povos originários e dos cientistas que estudam, teorizam, propõe e inovam. Sem cair na armadilha que mata as bolhas, cada pesquisador descobre e ao mesmo tempo aplica as descobertas que vêm de fora. É assim, sem a perversidade ofensiva e tacanha da polarização, que o caminho do progresso se apresenta para a região. O mecanismo principal da bioeconomia, portanto, está em conciliar a mais ampla proteção à floresta com a exploração econômica mais racional e rentável.

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Governo itinerante

Inspirado em Teixeirão, o governador Marcos Rocha (União Brasil) segue seu programa de interiorização de sua administração, com sua gestão itinerante que será instada na terça-feira, dia 20, desta vez, no Cone Sul do estado, região que é polarizada pela aprazível cidade de Vilhena e prestigiando as lideranças políticas regionais, já que Vilhena e Cerejeiras contam com deputados estaduais, integrando a base situacionista, notadamente Rosangela Donadon e Ezequiel Neiva de Carvalho, reeleitos no último pleito. Com a popularidade em alta, Rocha anda sorrindo de orelha a orelha.

É coisa de louco!

Como em Porto Velho rola aquela máxima no campo político, que papagaio come milho e periquito leva a fama, e percebendo muita mídia em cima da próxima inauguração da restauração da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, que pagou a conta das obras como forma de contrapartida ao município, instalou uma placa bem na frente da obra, para todo mundo ver que foi ela que tutelou o evento. Assim, quando da inauguração, se os políticos não derrubarem a placa e instalarem uma outra maior buscando a paternidade das melhorias, todo mundo fica sabendo desde já da autoria.

Nossa temperatura

Com a recente frente fria, derrubando a temperatura no estado, como sempre a região mais atingida foi a do Cone Sul rondoniense- muito se discutiu sobre a nossa friagem em Porto Velho que caiu entre 14 e 15 graus na quarta-feira pela madrugada. Para não fazer feio nas discussões de boteco com vizinhos fui pesquisar. O maior frio em Porto Velho ocorreu em julho de 1975, com 7,4 graus por coincidência, o ano da chamada geada negra no Paraná que dizimou os cafezais daquele estado e que causou o início de uma grande migração do Norte do Paraná para Rondônia. Ano mais quente? Foi em agosto de 1969, com mais de 40,9 graus.

Reino da bandidagem

Imoveis abandonados as dezenas na região do centro histórico de Porto Velho se tornaram abrigos para drogados, mendigos e assaltantes, fomentando a criminalidade. Existem prédios inteiros jogados as traças em várias regiões da capital rondoniense, mas não existe fiscalização. Não se paga IPTU, os donos sumiram do mapa, a prefeitura de Porto Velho é omissa na fiscalização multando ou interditando as propriedades que se transformaram em refúgios das cracolândias e em redutos de criminosos. Reduzir a criminalidade na capital é um desafio e a prefeitura poderia colaborar mais com a esfera de segurança.

As conversações

Pelas conversações em andamento está difícil de projetar as candidaturas a prefeitura de Porto Velho num bolsonarismo tão rachado como esta. O segmento dos conservadores tem conversado entre si, mas todo mundo chutando as definições para o ano que vem. Vejam como estão rachados os conservadores em possíveis postulações ao Prédio do Relógio com uma carrada de pretendentes: 1- Ex-deputada federal Mariana Carvalho 2- Deputado federal Fernando Máximo 3- Deputada federal Cristiane 4 – Presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Cruz 5- Ex-deputado federal Leo Moraes.

Punhal da traição

Ente tantos candidatos ligados ao governador Marcos Rocha e ao prefeito Hildon Chaves a prefeitura de Porto Velho, um deles está afiando o punhal da traição para disputar a eleição na capital pela bandeira do PL, partido do senador Jaime Bagatoli, possível candidato ao governo em 2026 e do ex-presidente Jair Bolsonaro. As conversações já começaram e o nome visado por Bagatolli virá ao PL com apoio dos irmãos Bolsonaro para a peleja. Teremos choro e ranger de dentes nos meios palacianos tão certos que emplacarão o próximo prefeito da capital no ano que vem.

Via Direta

*** O recente encontro entre a ex-deputada federal Mariana Carvalho com o presidente da ALE Marcelo Cruz despertou especulações no cenário político da capital rondoniense *** Entre as conjecturas aventadas, uma possível aliança entre os dois prefeituáveis, intermediada pela deputada Ieda Chaves. Um deles, então, sairia na cabeça de chapa e outro indicaria o vice na composição. Será? *** Cria de Porto Velho, de quem foi desmembrada a cidade satélite de Candeias do Jamari consegue ser mais dividida politicamente que sua genitora *** E com o atual prefeito Valteir Queiroz afastado pela justiça, as coisas ficam facilitadas para a volta do ex-prefeito Lindomar Garçom, o maior cacique daquela cidade, no pleito do ano que vem. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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