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Carlos Sperança

Redescoberta da Amazônia e lembrando Aragão


Redescoberta da Amazônia e lembrando Aragão - Gente de Opinião

Redescoberta da Amazônia

A história corrigiu para “achamento” a vinda de Cabral ao Brasil: ao chegar, ele encontrou os índios e não uma terra deserta. Sempre muito visitada por estrangeiros pelos mais diferentes motivos, sofrendo com a biopirataria permitida pela prevaricação e impondo restrições a pesquisadores sérios como Alexander von Humboldt, suspeito de espionagem para a Alemanha, a Amazônia passou a ser visitada mais recentemente por líderes de governos e instituições de todo o mundo com focos mais visíveis e definidos.    

Recentemente, missões militares estrangeiras despertam arrepios em ultranacionalistas que se abalam a cada turista ou estudioso estrangeiro que pise no solo pátrio, mas de forma notável é a presença de importantes líderes estrangeiros em visita ao Brasil que vem configurar uma espécie de redescoberta da Amazônia, sobretudo considerando o despertar de um duplo interesse recente pela região.

Primeiro, a urgência de proteger a floresta para evitar o indesejável apocalipse climático. O segundo, uma descoberta: as mentes mais atentas identificaram a bioeconomia como o caminho brasileiro para o desenvolvimento e sua ascensão ao Primeiro Mundo. Em todos os casos de visitas recentes de próceres internacionais – inclusive do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, em janeiro, e do chanceler britânico, Jeremy Hunt, em maio, o foco das visitas foi sempre esse duplo interesse.

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Lembrando Aragão

O falecido senador Ronaldo Aragão (MDB-RO) já lembrava ao final dos anos 80 que as CPIs eram o caminho mais rápido para lugar nenhum. Viram pizza. Quando vejo CPIs armadas em Rondônia ou em qualquer outro estado para investigar alguma coisa, verificando jornais antigos, constato que raramente alguma apuração das Assembleias Legislativas de Rondônia ou da Câmara de Vereadores de Porto Velho através de comissões parlamentes de inquérito, deram algum resultado. E tem o agravante – como os pedidos de impeachment de governadores e prefeitos – de buscarem acordos financeiros. Tudo jogo de cena.

Anos eleitorais

Em anos pré-eleitorais são intensificadas as CPIs neste Brasil varonil num jogo de cena armado para arrecadação de recursos para as campanhas eleitorais. É o custo Rondônia, é o custo Brasil de que tanto os empresários rondonienses se queixam. Além de pagar os impostos e tributos cotidianos, alguns tem que pagar pedágio para a classe política. Certamente tudo isto não pode ser generalizado, existem parlamentares honestos - embora cada vez mais raros – e alguns deles acabam saindo pelados com a mão do bolso de seus mandatos. Ainda mais em Porto Velho, onde se o prefeito não mandar asfaltar a sua rua, ao invés de ser elogiado pela sua integridade, é taxado de burro.

O crescimento

Com o estado de Rondônia apresentando a pior taxa de crescimento demográfico da região Norte – Roraima é a grande campeã com a imigração venezuelana – e nossa capital, Porto Velho, perdendo grande contingente populacional nos últimos anos, salvaram-se os polos regionais do interior. Vilhena, por exemplo, cresceu fantásticos 26 por cento e Ji-Paraná, Ariquemes e Cacoal também se sobressaíram neste contexto estadual onde municípios de várias regiões, desde o Cone Sul rondoniense, Zona da Mata, Região do Café, Vale do Jamari, Bacia Leiteira foram prejudicados pela evasão de munícipes.

Estudos confiáveis

Estudos confiáveis da Universidade Federal de Rondônia, a partir de dados coletados pelo IBGE em 2022 e 2023, apontam que 75 por cento dos municípios do estado perderam habitantes e uma das grandes causas desta evasão populacional foi o agronegócio, tendo em vista a enorme expansão da pecuária e a explosão do cultivo de soja. Com grandes propriedades tratando do agronegócio, os pequenos produtores foram embora, avançando para o Acre, Sul do Amazonas e Norte do Mato Grosso. Sem contar que enorme contingente de jovens foi buscar oportunidades e vida melhor nos estados Unidos, Portugal e Espanha.

As cobranças

Mesmo com a sua segurança pública caótica e com a esfera da saúde em Rondônia colapsada, com o estado tomado pelos carteis do narcotráfico, as lideranças rondonienses priorizaram e cobram no Plano Plurianual do governo federal obras da infraestrutura, como a duplicação da BR 364, a pavimentação da BR 319, a construção da ponte binacional sobre o Rio Mamoré em Guajará Mirim, ampliação do aeroporto de Ji-Paraná e implantação do aeroporto de Ariquemes. E a prometida da Usina Hidrelétrica de Tabajara em Machadinho do Oeste como é que fica?

 

Via Direta

*** A direção do Diário começa a tratar das comemorações alusivas aos 30 anos de fundação deste rotativo que acontecerá em setembro *** Está pintando nas paradas o pior El Nino de todos os tempos, capaz de aumentar terrivelmente o calor em Rondônia e na Amazonia toda *** Junto com o calorão, estiagem brava nos rios. O Madeirão já está descendo rapidamente, os níveis do lençol freático de Porto Velho caindo já ocasionando problemas nos bairros não abastecidos pela água encanada da Caerd. É coisa de louco *** O jornalista Nilton Salinas, ex-diretor de redação do Diário, está editando o Blog Entre Linhas, tratando de política, economia e outros temas rondonienses.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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