Sexta-feira, 7 de julho de 2023 - 08h15
Redescoberta da Amazônia
A
história corrigiu para “achamento” a vinda de Cabral ao Brasil: ao chegar, ele encontrou
os índios e não uma terra deserta. Sempre muito visitada por estrangeiros pelos
mais diferentes motivos, sofrendo com a biopirataria permitida pela
prevaricação e impondo restrições a pesquisadores sérios como Alexander von Humboldt,
suspeito de espionagem para a Alemanha, a Amazônia passou a ser visitada mais
recentemente por líderes de governos e instituições de todo o mundo com focos
mais visíveis e definidos.
Recentemente,
missões militares estrangeiras despertam arrepios em ultranacionalistas que se
abalam a cada turista ou estudioso estrangeiro que pise no solo pátrio, mas de
forma notável é a presença de importantes líderes estrangeiros em visita ao
Brasil que vem configurar uma espécie de redescoberta da Amazônia, sobretudo
considerando o despertar de um duplo interesse recente pela região.
Primeiro,
a urgência de proteger a floresta para evitar o indesejável apocalipse
climático. O segundo, uma descoberta: as mentes mais atentas identificaram a
bioeconomia como o caminho brasileiro para o desenvolvimento e sua ascensão ao
Primeiro Mundo. Em todos os casos de visitas recentes de próceres
internacionais – inclusive do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier,
em janeiro, e do chanceler britânico, Jeremy Hunt, em maio, o foco das visitas
foi sempre esse duplo interesse.
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Lembrando Aragão
O falecido
senador Ronaldo Aragão (MDB-RO) já lembrava ao final dos anos 80 que as CPIs
eram o caminho mais rápido para lugar nenhum. Viram pizza. Quando vejo CPIs
armadas em Rondônia ou em qualquer outro estado para investigar alguma coisa,
verificando jornais antigos, constato que raramente alguma apuração das Assembleias
Legislativas de Rondônia ou da Câmara de Vereadores de Porto Velho através de
comissões parlamentes de inquérito, deram algum resultado. E tem o agravante –
como os pedidos de impeachment de governadores e prefeitos – de buscarem
acordos financeiros. Tudo jogo de cena.
Anos eleitorais
Em
anos pré-eleitorais são intensificadas as CPIs neste Brasil varonil num jogo de
cena armado para arrecadação de recursos para as campanhas eleitorais. É o custo
Rondônia, é o custo Brasil de que tanto os empresários rondonienses se queixam.
Além de pagar os impostos e tributos cotidianos, alguns tem que pagar pedágio
para a classe política. Certamente tudo isto não pode ser generalizado, existem
parlamentares honestos - embora cada vez mais raros – e alguns deles acabam
saindo pelados com a mão do bolso de seus mandatos. Ainda mais em Porto Velho,
onde se o prefeito não mandar asfaltar a sua rua, ao invés de ser elogiado pela
sua integridade, é taxado de burro.
O crescimento
Com
o estado de Rondônia apresentando a pior taxa de crescimento demográfico da região
Norte – Roraima é a grande campeã com a imigração venezuelana – e nossa capital,
Porto Velho, perdendo grande contingente populacional nos últimos anos,
salvaram-se os polos regionais do interior. Vilhena, por exemplo, cresceu fantásticos
26 por cento e Ji-Paraná, Ariquemes e Cacoal também se sobressaíram neste
contexto estadual onde municípios de várias regiões, desde o Cone Sul
rondoniense, Zona da Mata, Região do Café, Vale do Jamari, Bacia Leiteira foram
prejudicados pela evasão de munícipes.
Estudos confiáveis
Estudos
confiáveis da Universidade Federal de Rondônia, a partir de dados coletados
pelo IBGE em 2022 e 2023, apontam que 75 por cento dos municípios do estado
perderam habitantes e uma das grandes causas desta evasão populacional foi o
agronegócio, tendo em vista a enorme expansão da pecuária e a explosão do cultivo
de soja. Com grandes propriedades tratando do agronegócio, os pequenos produtores
foram embora, avançando para o Acre, Sul do Amazonas e Norte do Mato Grosso.
Sem contar que enorme contingente de jovens foi buscar oportunidades e vida
melhor nos estados Unidos, Portugal e Espanha.
As cobranças
Mesmo
com a sua segurança pública caótica e com a esfera da saúde em Rondônia
colapsada, com o estado tomado pelos carteis do narcotráfico, as lideranças rondonienses
priorizaram e cobram no Plano Plurianual do governo federal obras da infraestrutura,
como a duplicação da BR 364, a pavimentação da BR 319, a construção da ponte
binacional sobre o Rio Mamoré em Guajará Mirim, ampliação do aeroporto de Ji-Paraná
e implantação do aeroporto de Ariquemes. E a prometida da Usina Hidrelétrica de
Tabajara em Machadinho do Oeste como é que fica?
Via Direta
*** A direção do Diário começa a tratar das
comemorações alusivas aos 30 anos de fundação deste rotativo que acontecerá em
setembro *** Está pintando nas paradas o
pior El Nino de todos os tempos, capaz de aumentar terrivelmente o calor em
Rondônia e na Amazonia toda *** Junto com o calorão, estiagem brava nos
rios. O Madeirão já está descendo rapidamente, os níveis do lençol freático de
Porto Velho caindo já ocasionando problemas nos bairros não abastecidos pela água
encanada da Caerd. É coisa de louco ***
O jornalista Nilton Salinas, ex-diretor de redação do Diário, está editando o Blog
Entre Linhas, tratando de política, economia e outros temas rondonienses.
Importantes causas rondonienses não foram para frente nos últimos anos
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