Quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022 - 17h44
O
caso polêmico do calendário da soja – estender a semeadura até fevereiro,
quando o período determinado legalmente é de setembro a dezembro – é mais um
mau exemplo de como o debate e o diálogo se degradaram no país, levando a uma
polarização radical e extrema que jamais resulta na vitória de um dos polos.
Mesmo que por vezes pareça tender para um dos lados, como na prisão de Lula,
subitamente há uma reversão de expectativas, que nesse episódio foi não só a
soltura, mas a intensa propaganda pela inocência que resultou em uma impune
campanha eleitoral fora de época e logo ao topo nas pesquisas.
Os
sojicultores agem de acordo com a lei e com a orientação técnica, limitando o
plantio ao período determinado. No entanto, a partir de argumentos que não
podem ser desprezados, há uma corrente que propõe semear até fevereiro e
insiste em demonstrar na prática a viabilidade da proposta. O risco,
entretanto, é imenso: a expansão sem controle da ferrugem asiática, inimigo
cruel da produção. Ainda sem práticas adequadas para o combate, ela poderia
derrubar gravemente a produção nacional.
É estranho
que o caso tenha ido bater no STF. Em assuntos agropecuários, a Embrapa deveria
ser mais acatada que martelo batendo em tribunal. Mesmo porque a Justiça não
poderá decidir adequadamente sobre uma questão assim tão técnica sem ouvir a
autoridade mais qualificada no campo da pesquisa agrícola.
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Prestigiando
Demarcando
território e prestigiando os governadores e aliados dos estados de RO e AC
aonde teve suas maiores vitórias percentualmente nas eleições de 2018, o
presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) desembarcou nesta quinta-feira em Porto Velho para receber
em reuniões de trabalho no CPA Rio Madeira o presidente do Peru, o professor
José Pedro Castilho e sua missão comercial. Com a escalada do adversário
petista Luís Inácio Lula da Silva e o risco do ex-ministro da Justiça Sergio
Moro ameaçar sua vaga num já previsível segundo turno, o Messias está de barbas
de molho. A necessidade faz o sapo pular, diz aquele antigo proverbio popular.
Em
andamento
A criação
das federações partidárias, instrumento que substitui a figura das coligações
no pleito de 2022 em todos os níveis já está em andamento. A principal delas é
a que reúne em Rondônia o PT de Anselmo de Jesus, o PSB de Mauro Nazif, o PV de
Luizinho Goebel, o Solidariedade de Daniel Pereira e o PC do B do professor Francisco
Pantera. Este projeto está sendo criado para projetar a candidatura do ex-presidente
Luís Inácio Lula da Silva a presidência, o ex-tucano Geraldo Alckmin a vice no
plano nacional. Em Rondônia o agrupamento lança o nome do ex-deputado federal
Anselmo de Jesus (Ji-Paraná) ao governo do estado.
Novo cenário
Em
termos de Rondônia está federação poderá sofrer alguns ajustes para se adaptar
a realidade. O dirigente Luizinho Valverde do PV, é bolsonarista raiz, então pulará
de partido, rumo ao PL de MRogério ou ao União Brasil do governador Marcos Rocha.
As apostas seguem apontando o deputado estadual vilhenense ingressando no União
Brasil. É cotado até para ser vice na chapa governista. Outro ajuste seria no
lançamento da candidatura ao Senado. O PT cederia ao PSB uma indicação do candidato
a vice-governador ou até um nome ao Senado, substituindo Ramon Cujui atualmente
escalado pelo PT.
Com ajustes
As
coisas estão andando na federação liderada pelo PT e o nome inicialmente
cogitado o Senado para fazer dobradinha ao governo com Anselmo de Jesus é o
ex-governador Daniel Pereira pelo Solidariedade substituindo o dirigente petista
Ramon Cujui. Como ajustar as coisas nesta Frente de Esquerda, se a maior parte
do Solidariedade é formada por cassolistas empedernidos com vocação
bolsonarista? Pereirinha vai ter que fazer os ajustes necessários no seu
partido para se adequar a aliança com o lulapetismo que quer distância do Jair
Messias.
Balaio de gatos
As
federações partidárias que estão sendo criadas para muitos partidos escaparem
da extinção, já que podem ficar sem representatividade na Câmara dos Deputados
para fazer jus ao fundão eleitoral, será um dos maiores balaios de gatos já
vistos na política brasileira. Começa com a aliança de petistas e desertores tucanos,
na formação da chapa Lula/Alckmin, segue com Ciro Gomes aos beijos com o direitista
Cabo Daciolo, vai em frente com Moro recrutando apoio de ex-bolsonaristas. A
coisa vai longe. Em Rondônia, Confúcio pode aceitar até Expedito ao Senado,
dependendo das conversações em andamento. É coisa de louco!
Especulações
As
especulações correm para todos os lados. Se for confirmada a inigibilidade do
ex-governador Ivo Cassol, ele já estaria acertado para apoiar o projeto de
reeleição do governador Marcos Rocha (União Brasil). Neste caso ele indicaria
para a chapa governista o nome da sua mana Jaqueline Cassol ao Senado e o vice
sendo indicado pelos demais partidos da aliança, preferencialmente vindo de
Ji-Paraná, a região central do estado. Muita fofoca, muitos fake News, muitas
especulações, mas alguns acordos já estão sendo celebrados para as convenções
do meio do ano.
Via Direta
*** Começou na terça-feira mais um ano
legislativo na Câmara de Vereadores de Porto Velho *** Os tantos edis
ovelhas do Poder Legislativo preparados para mais um ano de submissão, deixando
a fiscalização dos atos da prefeitura da capital de lado em troca de favores *** A moeda de troca, como se sabe tanto
para vereadores como para deputados
estaduais, federais e senadores são
nomeações de amigos e parentes em cargos de confiança nas esferas municipais,
estaduais e federais *** Aguardada com muita expectativa a abertura da
janela de filiações que começa em março e se prolonga até abril. Muita gente
pensando em trocar de legenda para disputar cargos eletivos *** Vai ser o maior troca-troca de partidos
em toda a história política deste País, afinal os políticos só pensam no
próprio umbigo.
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