Quarta-feira, 30 de agosto de 2023 - 07h44
Para
o compositor Jorge Benjor, no passado pré-cabralino “todo dia era dia de índio”.
Mais recentemente, em tempos de comportamento politicamente correto, até o Dia
do Índio (19 de abril) passou a ser inadequado, rendendo-se ao preconceito e passando,
com a lei 14.402, a ser um esparramado “Dia dos Povos Indígenas”. O espírito da
bela canção de Jorge, entretanto, permanece válido e precisará ser necessariamente
estendido também ao Dia da Amazônia (5/9), pela magnitude que a sustentabilidade
alcançou nestes tempos de riscos apocalípticos.
O
filme “Batem à porta”, de M. Night Shyamalan, causa horror ao narrar a chegada
dos quatro cavaleiros do Apocalipse como um gesto de violento amor à
humanidade. Os próprios cavaleiros são encarnados por seres humanos que todos
encontramos a toda hora: professor, cozinheira, enfermeira e um estressado operário,
o primeiro a morrer. Se a humanidade não fizer sacrifícios para se salvar,
segundo o filme, todos morrerão em desastres climáticos.
Quem
com horror e repulsa o assistiu no início de agosto pode até ter pensado que
não, nunca o Apocalipse virá por obra dos próprios seres humanos. Então, no dia
seguinte, ao acordar e ligar a TV, ao ver as imagens horrendas dos incêndios
florestais no Havaí, com destruição e mortes, não poderá evitar a conclusão
assustadora de que será uma derrota para a humanidade se todo dia for dia de
desastre ambiental.
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A desistência
Com
a possível desistência do ex-prefeito e ex-deputado federal Mauro Nazif (PSB)
em disputar a prefeitura de Porto Velho no ano que vem, a esquerda se mobiliza
para emplacar a candidatura do professor universitário Vinicius Miguel que
procura se reabilitar de derrotas recentes em pleitos rondonienses. A esquerda
precisa reforçar bem suas paliçadas, pois o bolsonarismo viceja desde 2018 como
soja em Rondônia. Os petistas devem estar com o lombo ardido de tanto levar
lambadas da direita conservadora. Escolher nomes palatáveis, também aceitos por
outros credos –como foi o caso de Roberto Sobrinho na década passada –é um
desafio para a esquerda da capital.
Quadro lamentável
Se
de um lado o estado de Rondônia comemora indicativos positivos a respeito da
sua economia, avanços significativos na cadeia do agronegócio, com seu fantástico
rebanho bovino e uma expansão enorme no cultivo de soja, de outro tem a lamentar
o título de campeão de feminicidios do País que quase triplicou nos últimos
anos. Ainda com relação as mulheres o quadro de homicídios dobrou e as
autoridades da esfera de segurança não tem resposta para uma situação tão
aflitiva. Segundo o governo estadual, a segurança melhorou. Mas melhorou aonde,
caras-pálidas?
Piratas do Madeira
Os
piratas já atuavam, desde a década passada, nos principais rios da Amazônia
invadindo e assaltando embarcações, roubando desde gêneros alimentícios,
combustíveis e produtos eletrônicos. Fatos como este eram rotineiros nos rios
Negro, Amazonas, Tocantins, Tapajós, etc. Recentemente, apupados nos municípios
amazonenses e paraenses, a pirataria se voltou para o Rio Madeira e encontrou
terreno fértil para crescer em Porto Velho, onde tantos barcos de passageiros e
de transporte de mercadorias, como balsas de garimpeiros passaram a sofrer as
consequências da migração da pirataria.
As compensações
Sintonizado
com as bandeiras das lideranças locais em Machadinho do Oeste, como o ex-presidente
da Assembleia Legislativa Neodi Carlos, o deputado estadual Luizinho Goebel
(Vilhena) cobrou compensações efetivas para o município e para o Vale do
Jamari, com a construção da Usina Hidrelétrica de Tabajara, cujo início está
programado para o ano que vem pelo Ministério das Minas e Energia. Luizinho lembrou
as dificuldades na obtenção de compensações ocorridas em outros eventos – casos
de Jirau e Santo Antônio – e a necessidade
da cobrança antecipada já que depois as demandas acabam esquecidas. Goebel tem
toda razão, pois tem demandas não atendidas até hoje também em Belo Monte.
As bandeiras
Algumas
causas rondonienses começaram a ser exaustivamente citadas pela classe política
já pensando em pleitos futuros. A bancada federal de Rondônia, por exemplo, está
unida em torno da Ponte Binacional em Guajará Mirim na divisa com a Bolívia
(cuja paternidade já é disputada a dentadas...), a Usina Hidrelétrica de
Tabajara beneficiando a região do Vale do Jamari, o Hospital Estadual de Ariquemes
e um baita viaduto na rodovia Marechal Rondon, a nossa BR 364, no trevo de
Vilhena para Colorado do Oeste, numa região que se tornou campeã de acidentes
no estado nos últimos anos. E ainda cobranças direcionadas a duplicação da BR
364 e a restauração da BR 319.
Via Direta
*** No final de semana será realizado o Festival
Praia de Fortaleza do Abunã, evento tradicional desde a década de 90, atraindo
veranistas de Rondônia e do Acre *** Espera-se que os preços cobrados para comida
e bebida na região do Abunã durante o evento não sejam tão abusivos como ocorreu na Exposição Agropecuária
de Porto Velho-Expovel onde os consumidores foram “depenados” *** A Expovel foi financiada pelo governo
do estado, prefeitura de Porto Velho e Assembleia Legislativa e por isto não se
justificou esfolar a população do jeito que foi ***Com um sol para cada um
e uma fumaceira danada para todos, até as caminhadas diárias estão difíceis na
capital rondoniense.
Importantes causas rondonienses não foram para frente nos últimos anos
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