Sexta-feira, 3 de maio de 2013 - 00h03
Maria Celeste com seu uniforme de enfermeira na década de 50 quando trabalhava na Maternidade Darcy Vargas, na época do Território Federal do Guaporé. (Fonte: Acervo da Família). |
No ano de 1940, vindo de Manaus com 24 anos de idade, Maria Celeste da Silva desembarcava em Porto Velho, terra que adotou até os últimos dias de sua vida. Após 72 anos de muito trabalho, nos deixou em dezembro de 2012.
Aprendeu a prática de enfermagem sem nunca ter estudado para tal. Dona Maria Celeste tinha muita vontade de trabalhar em prol da saúde e assim aconteceu, quando no início dos anos 50 foi contratada pelo Território Federal do Guaporé para trabalhar como enfermeira na antiga Maternidade Darcy Vargas. A maternidade era no final da Rua Carlos Gomes, onde é atualmente a Secretaria Municipal de Fazenda.
Trabalhou também no Hospital São José com médicos pioneiros como Ary Tupinambá Penha Pinheiro, Lourenço Pereira Lima, Hamilton Raulino Gondim e Leônidas Rachid Jaudy. Esse antigo hospital, assim como a maternidade, também não existe mais. Situava-se na Rua Irmã Capelli, após o Colégio Maria Auxiliadora, onde é hoje o Hospital Tiradentes, pertencente a Polícia Militar do estado.
A avó Maria Celeste com um casal de netos numa festa junina da família nos anos 90. (Fonte: Acervo de Família). |
Dona Maria celeste sempre foi muita conhecida na cidade e tinha muito carisma, tanto na maternidade como no hospital era conhecida como “Querida”, isso em decorrência da forma carinhosa como tratava a todos, chamando-os de queridos, não só os pacientes como os colegas de trabalho e todos os vizinhos dos bairros onde morou.
Ao chegar a Porto Velho, morou inicialmente num bairro que era conhecido como Bananal, atrás da antiga maternidade nas proximidades de onde é hoje a Assembleia Legislativa. Depois se mudou para a Rua do Coqueiro. Essa rua não existe mais, ela foi extinta junto com a região conhecida como Baixa da União, na época em que foi construída a Rua Norte Sul, hoje Avenida Rogério Weber. E por último, residiu no Bairro Areal, onde viveu seus últimos dias.
Uma mulher muito religiosa foi sempre muito atenciosa e prestativa a todos. Constantemente era procurada para aplicar injeção, fazer curativos e etc. Sempre com um largo sorriso atendia a todos mesmo com a idade já avançada.
Casou-se com o senhor Antonio Lopes da Silva, com quem viveu por mais 50 anos. Ele era funcionário do Serviço de Navegação do Madeira, uma divisão do que administrava os barcos do antigo território. Dessa união vieram todos os cinco filhos, três mulheres e dois homens: Maria Júlia, Maria Helena, Maria das Graças, Francisco Alves e Raimundo Nonato (falecido). Todos nascidos em Porto Velho.
Sempre muito religiosa Dona Maria Celeste e sua filha Maria das Graças, momentos antes da procissão de São Francisco nos anos 90. (Fonte: Acervo de Família) |
Ao longo de sua vida teve dois grandes momentos difíceis: a perda do marido Antonio e do filho Raimundo Nonato. Foram momentos difíceis de superar, mas sempre contou com o carinho dos filhos, dos netos, binetos e tataranetos. Todos sempre estiveram ao seu lado lhe amparando e lha auxiliando em todos os momentos
Assim faço minhas homenagens a essa grande pioneira Maria Celeste da Silva, nascida em Manaus no dia 27 de outubro de 1916 e que nos deixou aos 96 anos, no dia 30 de dezembro de 2012, após um AVC (acidente vascular cerebral). Uma mulher que infelizmente foi reconhecida apenas pela comunidade.
Quem sabe a Câmara Municipal de Porto Velho passe daqui a diante a homenagear com nome de ruas, praças ou outros espaços públicos pessoas como D. Maria Celeste. Em minha opinião ela merece e fez muito mais por Porto Velho do que Ibrahim Sued, Lauro Corona, Clara Nunes, Altemar Dutra, Bidu Saião e muitos outros.
Nada contra essas pessoas, mas tenho certeza que em nada contribuirão com nosso desenvolvimento, se é que um algum dia pelo menos estiveram em Porto Velho...
Até a próxima semana.
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